70 estudantes recebem avaliações sobre projetos do ‘Futuro Cientista’

Segunda etapa do programa reuniu alunos de quatro escolas municipais

Auditório do Nebam foi palco das apresentações dos clubes de ciências (foto: Eduardo Domingues)

Na tarde de terça-feira, os 22 projetos científicos dos alunos participantes do Programa Futuro Cientista, fruto de convênio entre a Prefeitura e a Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), campus Sorocaba, participaram da segunda fase de avaliações.

No auditório “Maurício Loureiro Gama”, do Núcleo de Educação Básica Municipal “Ayrton Senna da Silva” (Nebam), mais de 70 alunos das quatro escolas municipais de ensino fundamental participantes do programa na cidade (Emef “Prof. Alan Alves de Araújo”, Núcleo de Educação Básica Municipal “Ayrton Senna da Silva”, Emef “Profª. Ligia Vieira de Camargo Del Fiol” e Emef “Profª Maria Helena Machado”) apresentaram seus projetos, com tema livre, nas diversas áreas do conhecimento.

A primeira fase do Futuro Cientista foi realizada no mês de setembro. Na época, os 22 projetos dos estudantes estavam em estágios iniciais. A equipe do programa fez avaliações sobre os trabalhos e passou a cada grupo um desafio para ser cumprido nesta segunda etapa.

De acordo com o diretor do programa, Fábio de Lima Leite, alguns clubes de ciências – como são denominados os grupos – conseguiram realizar os desafios propostos, que, segundo ele, geralmente são difíceis.

Os melhores trabalhos apresentados serão premiados na terceira fase do programa, no Encontro Regional de Futuros Cientistas, em fevereiro de 2019.

Leite revela que há possibilidade de haver três premiações distintas: para o melhor trabalho da escola, o melhor de Tatuí e o melhor projeto desenvolvido em todo o programa Futuro Cientista.

“Daremos pelo menos um certificado de honra ao mérito como forma de reconhecimento aos alunos que desempenharam um bom trabalho”, afirmou o diretor do programa.

Dos 22 projetos produzidos pelos clubes de ciências, formados por alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental, 11 desenvolveram trabalhos da área de humanas, nove criaram estudos relacionados a ciências biológicas e dois promoveram projetos da área de exatas.

Para desenvolver o programa nas quatro escolas, Leite e o supervisor geral Nathan Oliveira Dapen asseguram que contaram com uma grande colaboração das professoras Lilian Toro de Oliveira Silva, Rose Meire de Oliveira Assaf, Sátya Carriel Soares e Sílvia Cristine Costa Ribeiro.

Leite atua como professor físico na Ufscar, campus Sorocaba, e, em conjunto com o professor geólogo Ismail Barra Nova de Melo, desenvolveu o Programa Futuro Cientista em 2009.

Ele expõe que o objetivo inicial era resgatar jovens que tinham o perfil ou gostariam de ser cientistas para levá-los à universidade. À medida que o programa evoluiu, Leite afirma que observou que muitas crianças não queriam ser cientistas, mas apenas ingressar em uma faculdade.

O diretor assegura que o intuito atual é planejar a vida do aluno. Ele garante que, apesar do nome e trabalhos apresentados serem sobre ciência, há muitos estudantes que participam querendo cursar medicina, direito ou música.

De acordo com Leite, a equipe do Futuro Cientista pergunta a cada aluno o que ele deseja estudar ou atuar futuramente, “para estender a mão e conduzi-los até a faculdade”.

“Se um jovem me disser que quer ser jogador de futebol, nossa ideia é que ele ingresse em uma faculdade e, simultaneamente, torne-se atleta profissional. Se um dia a carreira como jogador não der certo, ele terá uma segunda profissão, que seria a sua formação acadêmica”, revela.

“Hoje, o Futuro Cientista trabalha como uma fábrica de sonhos”, completou.

Perguntado se algum clube de ciências desenvolveu um projeto que pode ser vencedor do programa, Leite afirma que “dois ou três trabalhos estariam muito bem cotados, pois eram projetos que os alunos transpiraram para fazer”.

Ele diz que a intenção do programa é justamente indicar “um caminho longo e árduo, que a maioria das pessoas não tiveram alguém que fizesse isso por elas”.

“O aluno tem que suar a camisa, tem que estudar na internet, lendo livros, deve saber o contexto histórico sobre o tema que ele está desenvolvendo, e isso serve para transformar o aluno”, declara Leite.

Dapen completa dizendo que “o programa apresenta uma estrada que poderá abrir a porta para uma universidade, mas, para isso, o estudante deve desejar seguir o trajeto indicado”.

Além de Tatuí, atualmente, mais sete municípios promovem o programa em escolas: Anhembi, Capão Bonito, Cesário Lange, Araçoiaba da Serra, Iperó, Salto de Pirapora e Pilar do Sul.

O vereador João Éder Alves Miguel, segundo Leite, é o padrinho do Futuro Cientista no município. Em 2016, o parlamentar estudava na Ufscar, campus Sorocaba, quando conheceu o programa.

Durante a campanha para uma vaga na Câmara Municipal, Alves Miguel apresentou o programa para, até a então candidata a prefeita Maria José Vieira de Camargo, que, posteriormente, colocou-o no plano de governo e ainda foi aprovado pela secretária municipal da Educação, Marisa Aparecida Mendes Fiusa Kodaira.