5 ciclistas tatuianos pedalam mais de 300 km até Aparecida

Ciclistas tatuianos percorrem cidades paulistas e mineiras até chegarem ao Santuário Nacional de Aparecida (foto: Nesh Fotos e Vídeos)

Durante o período de Carnaval, cinco ciclistas tatuianos encararam o desafio de realizar o “Caminho da Fé”. A atividade reúne peregrinos que percorrem, a pé ou de bicicleta, diversas cidades paulistas e mineiras até a cidade de Aparecida (SP).

O Caminho da Fé, criado 2003, foi inspirado no “Caminhos de Santiago de Compostela”, da Espanha, uma prática milenar existente desde o século 9. Anualmente, milhares de romeiros saem de inúmeros países europeus com destino à catedral de Santiago de Compostela.

Após período de declínio no século 14, a peregrinação retomou a popularidade na década de 1980. O Caminhos de Santiago de Compostela foi declarado “Primeiro Itinerário Cultural Europeu”, em 1987, e, posteriormente, Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

A versão brasileira, conforme os organizadores, visa “dar estrutura às pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio e infraestrutura”.

O Caminho da Fé parte de Águas da Prata, no interior de São Paulo, percorre cidades de Minas Gerais e retorna ao território paulista, “privilegiando a rota mais lógica e que atendesse ao perfil peregrino, sem interferência política”.

Durante o percurso de mais de 300 quilômetros, os peregrinos e atletas atravessam a Serra da Mantiqueira por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto. Segundo a organização, “são momentos que proporcionam a reflexão e fé, saúde física e psicológica e integração do homem com a natureza”.

Os atletas tatuianos Valquíria Oliveira Vijaya, Diogo Gil e Rodrigo Camargo Harideva, pertencentes à equipe Contratempo Running, juntamente com os conterrâneos Fabrício Fernandes e Josué Vianna Maragno, participaram do Caminho da Fé, representando a equipe Raji.

No primeiro dia do evento, sábado, 2, os ciclistas saíram de Água da Prata, atravessaram a fronteira com o estado de Minas Gerais e passaram por Andradas e Ouro Fino, finalizando a etapa em Inconfidentes, com cerca de 90 quilômetros pedalados.

No dia seguinte, realizaram percurso de aproximadamente 73 quilômetros, de Inconfidentes até Consolação, cortando as cidades de Borda da Mata, Tocos do Moji e Estiva.

No terceiro dia, segunda-feira, 4, foram pedalados 63 quilômetros. Os esportistas saíram de Consolação, passaram por Paraisópolis e retornaram ao estado de São Paulo. No território paulista, ainda passaram por São Bento do Sapucaí até chegarem a Campista.

No feriado de Carnaval, o quarto e último dia, na terça-feira, 5, os peregrinos pedalaram mais 96 quilômetros, de Campista até o destino final: o Santuário Nacional de Aparecida.

Após quatro dias de pedaladas, os atletas que haviam partido de Águas da Prata percorreram dez cidades até chegarem a Aparecida, em cerca de 322 quilômetros percorridos.

Valquíria afirmou que, “neste Carnaval, a fantasia foi de ciclista, o carro alegórico foi uma bicicleta”. Segundo ela, foram quatro dias de “uma aventura que vai ficar para a história, com muitos desafios, aprendizados e amor”.

“O caminho representou que a maior devoção é o amor, com você e com os outros. Gratidão aos meus amigos peregrinos e aos novos amigos que fizemos ao longo desse caminho”, declarou Valquíria.

Gil pontuou que o percurso do Caminho da Fé contou com muitas subidas e descidas fortes, além de bastante lama em determinados pontos.

Ele ressaltou que decidira encarar o desafio apenas com a intenção de vencer a dificuldade de pedalar uma grande distância, mas que “Deus tem planos maiores do que os próprios”.

“Pude refletir muito na vida, na simplicidade de um povo simples que transborda amor, que espalha carinho e que nos recebeu tão bem. Pude, também, melhorar na questão de como encarar as dificuldades, não se deixar abater pelos obstáculos e, sim, agradecer por toda e qualquer situação”, declarou.

“Quero agradecer muito aos meus companheiros de viagem, cada um deles foi muito importante. Certamente, a força do quinteto ajudou a completar o caminho da melhor maneira possível”, completou Gil.