40 casais/ano têm orientações pelo grupo de apoio í  adoção





Por ano, o Gaata (Grupo de Apoio à Adoção de Tatuí) atende 40 casais interessados em adotar. Embora o número seja expressivo, ele não representa, necessariamente, a finalização do processo de adoção. É o que explica a secretária executiva da organização não governamental, Adriana Coelho.

Segundo ela, alguns dos pais encaminhados pelo Judiciário para o grupo ainda aguardam na fila. As razões são diversas e envolvem, principalmente, a idealização.

Por esse motivo, o Gaata se transformou no principal ponto de apoio dos pais. A entidade também tem contribuído, na mesma medida, para evitar “arrependimentos”.

Durante os encontros, o grupo tira dúvidas e aborda até mesmo curiosidades em torno da adoção. O objetivo é tornar o processo mais fácil para quem não tem a experiência e orientar a pessoa que queira adotar a “pensar no que quer”.

“Às vezes, uma mulher tem sonho de ser mãe, mas pensa numa criancinha de olhos azuis, recém-nascida. Então, é importante informar que esta não é nossa realidade”, disse Adriana.

Conforme a secretária executiva do Gaata, as famílias podem continuar tendo sonhos (projetando como e qual seria a criança ideal). O fundamental na etapa de encontros a cargo do Gaata é que o grupo possa instruí-las a ter ciência de que, se fizerem uma escolha nesse sentido, será preciso ter muita perseverança.

Em Tatuí, as crianças colocadas à adoção têm acima de três anos de idade, o que pode tornar o processo mais demorado. O motivo é que crianças menores são mais procuradas. “Nossa obrigação é orientar nesse sentido. Se a pessoa quer esperar, tem todo o direito, mas mostramos a realidade”, destacou.

A partir das orientações, o Gaata tem registrado muito menos rejeições, conforme explicou Bernadete Camargo Elmec. A vice-presidente contou que, antes do trabalho desenvolvido pelo grupo, era comum a frequência de casais que devolviam a guarda das crianças depois de ficarem um período com elas.

“Eles acabavam devolvendo, talvez, por não terem um bom preparo, ou não terem pensado se era exatamente isso o que eles queriam”, disse. Para ela, a ação Gaata fortaleceu muito o vínculo afetivo e estimulou o surgimento de novas famílias.

Apesar de orientadas, as pessoas encaminhadas ao grupo não são avaliadas por ele. Adriana contou que a ONG fica encarregada somente da parte “informal” do processo. “Nós conversamos, damos risadas, contamos histórias de adoção, experiências que tivemos e recebemos informações em troca”.

O grupo envia apenas um documento comprovando que os pretendentes à adoção participaram dos encontros. Desde que iniciou as atividades, o Gaata já atendeu quase mil casais e registrou dezenas de adoções de sucesso.

Todo o trabalho é realizado de maneira independente pelos integrantes. Por vezes, os custos são rateados entre os membros da diretoria.

O Gaata não conta com sede própria. Mantém os encontros no bufê cedido pela presidente e as atividades, com eventos como o jantar de comemoração dos 14 anos de funcionamento da organização.

O dinheiro obtido é revertido para a manutenção dos encontros, para bancar os custos da impressão das apostilas e outras despesas.

Bernadete, Claudia e Adriana disseram se sentir privilegiadas por fazerem parte da história do Gaata e ajudarem pessoas. No que depender das delas, acentuaram, “o grupo seguirá por muitos anos mais realizando esse trabalho”.