2016 foi ‘produtivo’ para o turismo na opinião de dirigente do Comtur

 

Wagner Eduardo Graziano, fazendo um balanço sobre 2016, apontou que o ano foi produtivo para o Comtur (Conselho Municipal de Turismo). Particularmente, o presidente do colegiado que reúne representantes de 33 setores da sociedade destacou o lançamento do Selo de Qualidade Turística e a iminente aprovação de Tatuí como MIT (Município de Interesse Turístico).

Graziano afirmou que, apesar do final do mandato estar se aproximando, tanto ele quanto o vice, César Augusto de Araújo, vão manter-se no conselho com “participação ativa”. Ele não descarta a possibilidade de tentar, junto com o colega, a reeleição para dar continuidade aos trabalhos realizados.

Tida como a maior realização do Comtur e do Departamento Municipal de Desenvolvimento Turístico, a classificação de Tatuí como MIT reuniu esforços do conselho e do departamento, comandado por Jorge Rizek. Para o presidente do Comtur, a elevação de Tatuí como MIT é questão de tempo.

A cidade recebeu, há três meses, uma visita técnica de delegados da Amitur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico).

Eles percorreram os principais pontos da cidade, locais de hospedagens e restaurantes. Após as vistorias, elaboraram relatório entregue à Secretaria de Estado de Turismo e à Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Eles deram o ‘ok’, e fomos aprovados. Creio que a lei que classifica Tatuí como sendo de interesse turístico sai no começo do ano”, disse Araújo.

A classificação de Tatuí como sendo de interesse turístico não é apenas honraria ou distinção, segundo Graziano. As cidades com potencial para crescimento receberão verbas que poderão ser aplicadas no setor.

O valor pode variar entre R$ 300 mil e R$ 600 mil por ano, dependendo da população e tipos de projetos a serem desenvolvidos nos municípios.

Para gerir o dinheiro, o Comtur encaminhou à Câmara Municipal um anteprojeto para criar o Fundo Municipal de Turismo. O caixa seria “abastecido” com os recursos provenientes do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias). As verbas serão geridas pela Prefeitura, mas é o conselho responsável por decidir a aplicação.

“Podemos usar parte desse recurso na divulgação da cidade em feiras de turismo. Hoje, não temos isso. Deixamos de participar de uma feira no ano passado por não ter material para entregar lá. Esse tipo de trabalho é a médio e longo prazo e beneficia o turismo da cidade como um todo”, ressaltou Graziano.

Entre os potenciais a serem explorados por Tatuí, está a cultura doceira, o turismo rural e de aventura. No caso das doceiras, o Comtur ajudou na formação da Aprodoce (Associação dos Produtores de Doces de Tatuí), com 40 afiliados, e acompanha, “à distância”, a criação de uma associação voltada ao turismo rural.

O Selo de Qualidade Turística é a “menina dos olhos do Comtur”. O projeto, de caráter inédito, foi feito em parceria com o São Paulo Convention & Visitors Bureau.

A ideia foi apresentada em uma reunião da entidade e “abraçada” pelo presidente da Aprecesp (Associação das Prefeituras das Cidades Estância do Estado de São Paulo). Em 2017, 70 instâncias poderão instituir as versões locais do selo de excelência tatuiano.

“A Estância de Bertioga já fez o selo deste ano, nos mesmos moldes do nosso. O presidente da Aprecesp pediu o nosso regulamento e apresentou a ideia para as outras estâncias, que gostaram”, afirmou o vice-presidente do Comtur.

Graziano disse que todos os projetos realizados pelo conselho aconteceram devido à reestruturação realizada em 2015. Uma lei aprovada naquele ano mudou o estatuto do conselho e deu-lhe mais poderes. O Comtur passou a ter caráter deliberativo.

“O conselho já vinha trabalhando, porém, faltava um pouco de empenho, aquela movimentação dos conselheiros. Hoje, o Comtur tem 33 membros, 85% de presença nas reuniões e está mais ativo”, declarou Graziano.

Com a maior participação, foi possível estreitar laços com os produtores de doce e agricultores. Recentemente, o conselho realizou reunião na sede do Sindicato Rural Patronal para apresentar o trabalho aos alunos do curso de turismo rural.

“Temos que trabalhar todos juntos se quisermos que Tatuí se torne uma cidade turística. É algo coletivo, que estamos construindo. Juntos, temos mais força para conversar com o poder público”, disse o presidente.

Graziano também elogiou a contribuição do jornal O Progresso na divulgação do turismo de Tatuí. O bissemanário lançou, neste ano, a primeira edição do “Guia Turístico e Gastronômico Cidade Ternura”. A primeira iniciativa do setor privado na promoção da cidade.

“Foi uma grande contribuição. O poder público e a iniciativa privada têm que fazer mais parcerias neste sentido e divulgar a cidade. O turismo não se faz sozinho, somos nós que vamos construindo isso dia a dia. A nossa ideia é continuar com a parceria entre O Progresso e o Comtur”, comentou.

Para o ano que vem, Graziano também quer fazer a nova edição do Selo de Qualidade Turística. O presidente ainda planeja levar o turismo para dentro das escolas.

“A nossa ideia é fazer uma cartilha de turismo e distribuir na rede municipal de ensino. Queremos orientar as coordenadoras pedagógicas e encaixar o turismo nas disciplinas, como falar dos pontos históricos da cidade”, explicou.

Segundo ele, os membros do Comtur conversarão com a prefeita eleita Maria José Vieira de Camargo e com a futura secretária municipal da Educação, Marisa Aparecida Mendes Fiúsa Kodaira, para apresentar o projeto de inclusão do turismo nas escolas.

“Tivemos conversas com a atual gestão, e eles gostaram da ideia. Queremos apresentar para a nova equipe, para dar continuidade no trabalho. A ideia é dar enfoque mais prático, como visita a locais de interesse cultural, histórico e turístico”, explicou.