Da redação
O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, foi acionado na manhã de domingo, 22, para resgatar uma mulher refém em motel de Tatuí. Ela estaria sendo mantida no local pelo próprio namorado, conforme o boletim de ocorrência.
De acordo com o BO, por volta das 7h25, a PM foi chamada por uma funcionária do local, a pedido do próprio hóspede. No entanto, ele não havia mencionado o nome dele e nem o quarto no qual estava.
Ao chegar na recepção, os policiais foram atendidos por um outro funcionário, dizendo que havia ocorrido um desentendimento no “quarto 23”, porém, que já “não tinha mais nada”, dispensando os agentes.
Apesar da suposta normalidade, os policiais pediram ao atendente para que fossem até o quarto, que estava fechado. Diante disso, o funcionário abriu a porta traseira do cômodo, encontrando cacos de vidro espalhados e um celular quebrado.
O homem estava no banheiro e, ciente de que não estava sendo visto por conta do vidro fumê, disse estar com uma faca no pescoço da namorada e que, se alguém abrisse a porta, ela morreria.
Diante da gravidade, a equipe pediu auxílio ao Gate e, após uma hora de negociação, o homem libertou a namorada. Os agentes disseram que não havia nenhuma faca em poder dele, apenas um “gargalo de garrafa” quebrada, o qual fora usado para agredi-la.
Ela estava com o rosto ferido e marcas visíveis no pescoço, sendo encaminhada à UPA. O homem acabou levado para a delegacia, onde permaneceu à disposição da Justiça.
De acordo com a versão da vítima, ela e o agressor são usuários de cocaína e ambos fizeram uso da substância no local. No entanto, ele começou a ter alucinações, dizendo que os “donos da boca estavam do lado de fora do motel”, quando, segundo ela, ele acionou a PM.
Disse, ainda, que ele estava com “mania de perseguição”, inclusive, mencionando estar “passando informações” para um tal de Arquimedes, o qual, segundo o agressor, seria o “dono da boca”.
Diante da alucinação, ele pegou o celular da vítima, jogando-o contra a parede. Ela informou, também, que ambos não seriam namorados, apenas “ficantes”. Após as declarações, a vítima pediu medida protetiva contra o indivíduo.
O agressor pode responder por quatro crimes “consumados”: lesão corporal (artigo 129), sequestro e cárcere privado (148), dano (163) e violência doméstica. Se condenado, a pena pode chegar a seis anos de reclusão.