Em virtude da aceleração do contágio pela Covid-19 – no país e em Tatuí, consequentemente -, a prefeitura divulgou, em dias seguidos, diversas ações e alterações no atendimento a pacientes com a doença.
Como essa crise já extrapolou em muito as questões políticas, é fundamental registrar o empenho de toda e qualquer instância que se propõe a salvar vidas – especialmente quando implicam em consequências impopulares.
Reconhecer e respeitar os cuidados impostos pelo poder público interessa a todos, com exceção apenas dos bem-aventurados negacionistas que ainda não sofreram em suas famílias com alguma dor e os que seguem apostando no oportunismo (e na sorte).
Em Tatuí, houve várias mudanças.A partir desta quinta-feira, 25, a prefeitura passou a realizar barreiras sanitárias em pontos estratégicos da cidade. A medida segue até o domingo de Páscoa (4 de abril).
Nessas barreiras, agentes medem a temperatura dos ocupantes dos veículos e dão orientações sobre medidas de prevenção à Covid-19, como o uso obrigatório de máscara e a importância de se evitar aglomerações.
A prefeitura também informou que, com o feriado prolongado na cidade de São Paulo(entre 26 de março e 4 de abril), as barreiras sanitárias são necessárias para controlar o fluxo de pessoas e veículos.A ação envolve Guarda Civil Municipal, Secretaria Municipal de Saúde, agentes de trânsito e Polícia Militar.
A ideia principal é manter três pontos de abordagens: na rua 11 de Agosto, na avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali e na rua Alberto Seabra/avenida Dr. Salles Gomes.
Outra nova medida no sentido de auxiliar no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus é a proibição de aluguéis de chácaras para eventos.
O decreto municipal 21.209 determina a proibição da locação de todos os tipos de chácaras e espaços assemelhados com a finalidade de realização de festividades que gerem aglomerações.
Segundo o decreto, a medida vale enquanto o município estiver classificado nas fases “vermelha” e “emergencial” do Plano São Paulo. A medida prevê multa aos infratores, conforme também constado no Código Sanitário Estadual.
Outra mudança envolve o fechamento temporário das unidades básicas de saúde da área rural. A medida foi anunciada na sexta-feira da semana passada, 19, e começou a valer na segunda-feira, 22.
Conforme comunicado pela prefeitura, durante 30 dias, não haverá atendimento nos postos de saúde do distrito Americana e dos bairros Congonhal, Mirandas e Enxovia.
Em nota, a prefeitura ressaltou que os profissionais que atuam nessas unidades estão sendo remanejados para dar apoio à “linha de frente do enfrentamento da pandemia da Covid-19”, devido à falta de profissionais de saúde.
“A medida se justifica, pois há falta de profissionais da saúde, impondo-se a ação necessária neste momento, cuja prioridade é salvar vidas. Contamos com a colaboração de todos”, reforça a nota.
A prefeitura ainda sustentou que não haverá prejuízo aos atendimentos. Os pacientes dessas unidades rurais passam a ser atendidos nas unidades urbanas mais próximas. Mais informações podem ser obtidas pelo 0800 777-1666. A ligação é gratuita.
Por sua vez, embora os casos positivos de dengue estejam batendo seguidos recordes e tenham originado um local próprio junto à Santa Casa, também houve necessidade de alteração no atendimento aos pacientes acometidos por essa doença.
A partir desta sexta-feira, 26, o serviço médico até então prestado na Unidade de Atendimento à Dengue é desativado e os pacientes com sintomas são recebidos apenas nos postos de saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde salienta que todas as unidades básicas atendem os casos de suspeitas de dengue, fazem as notificações, coletam exames e realizam todas as ações necessárias para o atendimento. No período noturno e aos finais de semana, é necessário procurar a UPA (unidade de pronto atendimento).
Ainda segundo o Executivo, a desativação do chamado “dengário” é necessária em “razão do aumento de leitos da Santa Casa de Misericórdia destinado ao tratamento de pacientes com suspeita ou positivos para a Covid-19”.
Ou seja, a situação da pandemia é crítica como jamais foi. Para combatê-la, contudo, não bastam ações do poder público, infelizmente. Neste momento, diante da vacinação lenta e da estafa do sistema de saúde, acaba sendo ainda mais vital a compreensão e a colaboração de todos que prezam pela vida.