De 6 a 9 deste mês, o Conservatório de Tatuí sedia a segunda edição da Mostra Téspis de Teatro. A ação, organizada pelo setor de artes cênicas da instituição, contará com oficinas técnicas e apresentações gratuitas de espetáculos de teatro de Tatuí, Boituva e Quadra.
Criada com objetivos de oferecer a ex-alunos e estudantes do setor de artes cênicas a troca de experiência na área, a mostra enfoca a rotina de estudos, vivência com os profissionais atuantes no setor, na Cia. de Teatro, na SP Escola de Teatro e na continuidade de trabalho realizado pelos formados pelo Conservatório de Tatuí.
Com o nome “Téspis”, o projeto realizado pelo segundo ano consecutivo faz homenagem àquele que é considerado o primeiro ator e dramaturgo da história do teatro ocidental.
“É exatamente o que ocorre com a profissão de ator: o mesmo se forma para ser ator e acaba sendo produtor e, muitas vezes, ingressa em área técnica do espetáculo”, destacam Rogério Vianna e Fernanda Mendes, em nota enviada à imprensa. Os dois assinam a coordenadoria do evento, em parceria com a SP Escola de Teatro e APAA (Associação Paulista de Amigos da Arte).
Neste ano, a Mostra Téspis terá apresentações de espetáculos de ex-alunos e de alunos do curso de artes cênicas, que criaram grupos independentes, aproximando as experiências, além de oficinas. Também contará com trabalhos realizados pela Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, que foca neste ano a consciência do trabalho do ator e a verdadeira função da profissão.
A abertura acontece nesta quinta-feira, 6, às 20h, no teatro “Procópio Ferreira”, com apresentação do espetáculo “O Apocalipse ou o Capeta de Caruaru”. A peça é baseada no texto de Aldomar Conrado a ser apresentado pela Cia. de Teatro do Conservatório de Tatuí, com direção de Dalila Ribeiro e Rogério Vianna.
O espetáculo inicia-se com a ação e o que era para ser um feitiço resvala em um grande equívoco no qual irmãos gêmeos são separados de suas mães. Diante desse erro, é em Caruaru, cidade do interior de Pernambuco, que a maldição das bruxas vai atingir seu ápice.
Anos depois, antes do reencontro entre os irmãos, uma série de fatos estranhos e fantásticos provoca a maior confusão na população local. Entre eles, uma morta que volta a vida, uma mulher que não para de crescer, outra que não para de engordar e um cavalo que nasce com cabeça de gente.
No elenco, estão: Adriana Afonso, Carlos Alberto Agostinho, Catharina Boldt, Douglas Anhaya, Fernanda Mendes, Fernanda Késia, Isabela Alomba, Jeferson Rodrigues, Lilian Dallava, Maiara Moreira, Matheus Mendes, Rodrigo Cotrim, Tamy Carvalho, Tati Villega, Vinícius Oliveira, Welinton Rodrigues, Wellison Machado, William Rocha e William Tarossi.
Os figurinos são assinados por Carlos Alberto Agostinho, com maquiagens de Edson Bráz/Lady Meteora, Tati Villega e Tamy Carvalho. A trilha sonora e sonoplastia são de Betinho Sodré e Fabiano Amâncio. Cenografia e adereços são de Jaime Pinheiro e Nathalie Abreu e costura de Maria José Silva.
Mais espetáculos
Após a abertura, outros cinco espetáculos serão apresentados em dois locais diferentes. Todos são de grupos criados por profissionais formados pelo Conservatório de Tatuí. As encenações acontecerão no teatro à rua São Bento, 415, no centro, e na Sala Preta do Setor de Artes Cênicas, à rua 15 de Novembro, 63/65.
Na sexta-feira, 7, a partir das 18h, a Sala Preta recebe o espetáculo “Sete Crianças Judias”, com texto de Caryl Churchill e montagem do Grupo de Teatro da Oficina de Artes de Boituva. A peça conta com direção de Nathalie Abreu.
O espetáculo é criado a partir de texto escrito em resposta a um bombardeamento ocorrido na Palestina, quando 1.417 palestinos foram mortos. Dentre eles, 400 crianças. A peça de um único ato consiste em cenas de explicações da história de Israel e dos judeus a “crianças” que nunca aparecem.
No elenco, estão: Camily Luiza Vilela, Gabrielle Santos, Gustavo Teixeira de Almeida, Jeniffer de Souza Bertola, Maria Eduarda de Moraes e Ramon Mattos. O espetáculo tem figurino, maquiagem e adereços do Grupo de Teatro da Oficina de Artes de Boituva, coordenada por Clemilda de Santana Assumpção.
Também na sexta-feira, 7, às 20h, o Procópio Ferreira recebe “Santa Joana do Samba”, produção da Cia. 4 Cantos de Quadra, dirigida por Benemari Sulivan e com direção musical de Francisco Domingues. A peça narra a história da donzela guerreira Joana d’Arc, menina/mulher que lutou pela França guiada por vozes do céu na guerra dos 100 anos (1337 – 1453) contra a Inglaterra.
O foco da trama está na ousadia de Joana em discutir com as grandes instituições da sua época e a sua condenação a uma das fogueiras da “Santa Inquisição”. A montagem também aborda o arrependimento da Igreja, que pede desculpas e a proclama Santa Padroeira da França.
O elenco é formado por Brenda Camargo, Giulia Barros, Liriel Soares, Helen Eduarda, Luiza Mascarenhas, Vitória Luciana, Gabriela Silva, Maxiniele Lopes, Gabriel Lobo, Allan Vieira, Nicole Vaz e Jennifer Chagas.
A pesquisa musical é do grupo Samba Caipira (João do Ditão, Preto e Liriel), com assistência de produção de Karina Soares e iluminação de Victor Dias Camargo.
No sábado, 8, outros dois espetáculos serão apresentados. Às 18h, a Sala Preta recebe “Mac(H)os”, da Cia Ímpares, com pesquisa, direção, concepção e dramaturgia de André Kaires.
Com classificação de 16 anos, a peça trata da denominada “crise da representação masculina” e da “chuva” imensa de esperanças acesas e poesias latentes de ser homem.
“Após um ano de pesquisas acerca de, e de intervenções performativas, cheguei numa poética artística de espetáculo para essa temática tão complexa e ambígua e latente”, afirma o diretor, que divide a trilha sonora com Rivaldo Nogueira.
A operação de som é de Rodrigo Cotrim, com operação de áudio de Fabiano Amâncio e fotos de Washington Domingues.
Já às 20h, o teatro recebe o premiado “Devaneios Poéticos em Cenas de Agreste”, com texto de Newton Moreno adaptado e dirigido por Rose Tureck.
Na montagem, o Grupo de Pesquisa em Cena narra a história de um casal de lavradores que descobre o amor e atravessa o nordeste para vivê-lo. O encontro amoroso é feito de silêncio e medo, até a morte do marido.
Sofrendo pela perda, sem entender a dimensão de seus atos, a esposa sente na pele as consequências da intolerância do povo daquela vila que os acolhera.
Escrita por Newton Moreno, a peça retrata o amor incondicional entre duas pessoas e por consequência o ódio de uma sociedade intransigente e preconceituosa.
No elenco, estão: Claudio Teles, Jeferson Rodrigues, Maria Carolina Taddei, Mira Ribeiro, Nicoli Costa, Rodrigo Vieira, William Rocha, Vinicius Oliveira, Jú Assis, Leticia Mota e Rafaele Breves, além dos músicos Lala Nelly, Wender Campi e Nando Colina.
O espetáculo tem direção musical e preparação vocal de Lala Nelly, maquiagem de Rodrigo Vieira e Nicoli Silva e contrarregragem de Mateus Kapella.
O encerramento da Mostra Téspis será no domingo, no Procópio Ferreira, às 18h, com o espetáculo “Quem Casa Quer Casa”, com texto de Tatiana Belink, montagem do Grupo Garagem & Cia. e direção e adaptação de Paulinha Flash, que também assina os figurinos.
A história gira em torno de Lelé, uma lesma que vive à procura de um marido. Durante sua caminhada matinal, encontra-se com Mujim, um caramujo galanteador, conquista Lelé propondo casamento, prometendo o título de dona de casa. Porém, eles não imaginavam que Lelé por ser roliça e gorducha não passaria pela porta da casa de Mujim.
Através desse conflito, a história se desenvolve envolvendo vários outros personagens, como o Macaco, a Onça, a Coelha, a Girafa, o Leão e o Lesmundo.
A peça tem como atores: Cesar Santo, Anamara Morais, Rafael Simões, Marcelo Ferraz, Lucas Miranda, Raissa Matos, Rick Ribeiro e Rafael Franco. O elenco é formado pelos músicos Magali Ribeiro, Rodrigo Braga, Victor Lobo e Paulinha Flash.
A sonoplastia é de Magali Ribeiro, Rodrigo Braga, Victor Moura, Paulinha Flash e Mat Kaytan; maquiagem de Flávio Santos; operação de luz, fica por conta de Nilce Rodrigues; cenografia e adereços do grupo; contrarregragem de Kaique Kabral e Diego Figueredo e produção executiva de Robson Carriel.
Inscrições para oficinas
Além da série de espetáculos, a Mostra Téspis de Teatro contará com três oficinas gratuitas, realizadas em parceria com a SP Escola de Teatro. As aulas serão ministradas desta quinta-feira, 6, ao domingo, 9, das 9h às 12h e das 14h às 17h, na Sala Preta do Setor de Artes Cênicas.
Das 9h às 12h, serão ministradas as oficinas de “Introdução às máscaras cômicas com enfoque ao jogo do palhaço (Clown)”, sob orientação de Dani Biancardi, e “Direção e Interpretação nas artes cênicas: circo”, sob orientação de Cadu Witter.
Das 14h às 17h, será ministrada a oficina de “Administração, Produção e Leis de Incentivo”, sob orientação de Annelise Godoy.
As oficinas são abertas a qualquer interessado e as inscrições devem ser feitas até a segunda-feira, dia 3, no site conservatoriodetatui.org.br/tespis. Terão confirmadas as participações os 25 primeiros inscritos. No site também é possível obter mais informações sobre as oficinas e os oficineiros. Haverá emissão de certificados aos participantes.