Da reportagem
O número de mortes por causas naturais aumentou 90,97% de janeiro a abril de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020. Estatísticas consultadas na manhã de terça-feira, 11, apontavam um total de 529 óbitos declarados nos quatro meses de 2021, enquanto, em 2020, 277 pessoas perderam a vida por causas naturais.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Segundo o levantamento, o crescimento foi de 252 óbitos no período de janeiro a abril, na comparação com 2020. Já em relação a 2019, o aumento é de 254 óbitos, o que representa crescimento de 92,36% nas mortes naturais no primeiro quadrimestre deste ano.
Os quatro primeiros meses registraram aumento crescente no número de mortes. Em janeiro, os registros haviam apresentado salto de 30,98% nas mortes por causas naturais, saindo dos 71 óbitos em 2020 para 93 em 2021.
No segundo mês do ano, os números subiram 43,10%, passando de 58 óbitos declarados em fevereiro de 2020 para 83 no mesmo mês de 2021.
Já os dois últimos meses do primeiro quadrimestre deste ano, o Cartório de Registro Civil de Tatuí recebeu mais que o dobro de declarações de óbitos na comparação com o ano passado.
Em março, período que coincide com a fase mais crítica da pandemia da Covid-19 no país, as mortes saltaram 122,07%, com aumento de 77 em 2020 para 171 declarações de óbito em 2021.
A tendência de aumento seguiu no mês de abril, com salto de 71 para 182 mortes – o que representa crescimento de 156,33% no número de declarações de óbitos feitas no cartório da cidade.
Desde março de 2020, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Até às 12h de terça-feira, 11, a tabela de registro de mortes declaradas nos quatro meses de 2021 apontava 28 por insuficiência respiratória, 41 por pneumonia, 29 por septicemia, um por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva) e oito por SRAG.
Além disso, o levantamento mostrava 146 mortes por Covid-19 em 2021. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus, considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta 26 mortes por AVC, 37 por infarto e 113 por causas vasculares inespecíficas. Mais cem óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
No mesmo período de 2020, houve um registro de morte por Covid-19, um por síndrome respiratória aguda grave, 52 por pneumonia, 12 por insuficiência respiratória, 27 por septicemia e uma por causa respiratória indeterminada.
Além disso, nos quatro primeiros meses do ano passado, 29 pessoas faleceram por AVC, 18 por infarto, 14 por outras causas cardiovasculares inespecíficas e outras 122 relacionadas a demais doenças.
A atualização do Portal da Transparência pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.