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‘Radares inteligentes’ (foto) seriam incorporados a nova rede de monitoramento viabilizada em parceria
Discutido em 2010, descartado em 2011, retomado em 2012 e engavetado no mesmo ano, o monitoramento do centro da cidade por câmeras de vídeo voltou a figurar como projeto.
Os planos são de integrar os equipamentos da Prefeitura – que operam de modo distinto do previsto inicialmente – a uma “nova rede” a ser implantada em parceria com a ACE (Associação Comercial e Empresarial).
A proposta foi antecipada a O Progresso pelo secretário municipal do Governo, Segurança Pública e Transportes, Onofre Machado da Silva Júnior.
O titular afirmou que a Prefeitura quer ampliar o número de equipamentos de vigilância. Para isso, pretende envolver a associação de forma a viabilizar um novo investimento. Mais câmeras precisam ser adquiridas.
Júnior informou que a expansão se dará com as câmeras que o Executivo já mantém ligadas. Elas funcionam em pelo menos dois pontos da área central. Um deles, no cruzamento entre as ruas José Bonifácio e 15 de Novembro.
“Com os que já temos e com novos equipamentos, pretendemos ter mais câmeras próprias. Inclusive, estamos em negociações com a ACE”, relatou o secretário.
De acordo com ele, a associação também tem interesse em firmar parceria com o Executivo para instalação de câmeras. Num primeiro momento, o monitoramento cobriria apenas a área central (onde está concentrado o comércio) e bancária.
O objetivo é evitar furtos e roubos, tanto nos estabelecimentos comerciais como nas agências (as chamadas “saidinhas de banco”). Posteriormente, o secretário disse que o desejo da Prefeitura é de expandir a vigilância por vídeo para demais pontos da cidade.
“A ideia é ampliarmos isso. É tornarmos a cidade totalmente monitorada por câmeras, e um caminho é o que nós estamos seguindo”, disse Junior, sobre a “cerca eletrônica”.
O secretário afirmou que a Prefeitura chegou ao modelo de vigilância (inaugurado oficialmente no dia 8 deste mês) a partir de um estudo. Também citou que a proposta integra plano de governo do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, apresentado nas eleições.
“Ele acompanhou em outras cidades nas quais havia modelo parecido. Achou muito interessante e trouxe a ideia para cá. Mas os nossos equipamentos têm um diferencial: eles são conjugados”, ressaltou.
O sistema implantado em Tatuí é composto por equipamentos que filmam (com gravação em 24 horas e armazenamento de imagens por até dois anos) e registram velocidade. Algumas das câmeras somente captam imagens.
Em operação desde o dia 8, a cerca eletrônica funciona de diferentes maneiras. Nos locais em que há equipamentos conjugados, os equipamentos são compostos por câmeras e os chamados “radares inteligentes”.
Os veículos que passam pelo perímetro abrangido pelos dispositivos têm as placas identificadas e registradas. “Isso acontece independentemente de eles terem restrição ou não”, informou o secretário.
Em caso de restrição (de natureza administrativa, judicial ou criminal), um alerta é emitido na central de controle. O comando fica na sede da Guarda Civil Municipal.
A partir daí, os guardas acionam os demais órgãos de segurança para abordagem dos ocupantes. “Além desse aspecto, extremamente positivo, temos o fato de podermos armazenar imagens”, disse Junior.
Com isso, o Executivo pretende gerenciar um “banco de dados” em vídeo. O material poderá ser disponibilizado para a Polícia Civil ou para o Judiciário, com fins de investigação, esclarecimento de crimes ou como provas.
“A capacidade de armazenamento permitirá investigações de fatos passados. É uma ferramenta que trará um benefício muito grande”, acrescentou.
Para a “plena funcionalidade”, o sistema adotado em Tatuí dependerá de troca de informações. Para verificar se um veículo tem ou não restrição, o dado deve ter sido previamente cadastrado junto à central de monitoramento. Caso contrário, o veículo registrado terá somente as placas anotadas.
Prevendo essa situação, Junior afirmou que a Prefeitura está orientando os munícipes a comunicarem, quando em caso de crime, o fato para a corporação.
O mesmo está sendo realizado junto às polícias Civil e Militar. “Nós estamos pedindo que eles repassem as informações para nossa equipe”, disse.
A partir do cadastro dos veículos, Junior afirmou que a Prefeitura poderá fazer um “monitoramento do deslocamento do veículo” na malha viária da cidade. Para isso, o Executivo deve ampliar o número de equipamentos em operação.
Atualmente, a cerca eletrônica é composta por 12 equipamentos instalados nas entradas e saídas do município. Esse sistema pode ser interligado às outras câmeras de vigilância do Executivo que estão operando via sala de controle.
Multas
O registro dos dados dos veículos é realizado manualmente pelos agentes que operam o sistema da cerca eletrônica. Já a aplicação das multas, não. Conforme o secretário municipal, quando o veículo ultrapassa o limite de velocidade, o registro é feito automaticamente pelo equipamento.
A partir daí, a multa é processada e enviada ao proprietário do veículo (segundo o registro) pelo Demutt (Departamento Municipal de Trânsito e Transportes).
As penas variam conforme a velocidade atingida pelos condutores. Nos pontos em que os 12 equipamentos operam, o limite é de 40 quilômetros por hora, segundo placas de aviso instaladas pela municipalidade.
Júnior afirmou que a Prefeitura se baseou em estudo técnico feito por uma empresa de engenharia especializada para definir a faixa de velocidade. “Ela identificou a velocidade segura da via e de fluidez”.
Para o secretário, a emissão de multa ocorre de modo eventual. Junior disse que, quando há excesso de velocidade, o sistema emite uma “penalidade administrativa”.
No entanto, frisou que a disposição dos equipamentos deixa claro que “a intenção da municipalidade não é obter recursos, mas garantir segurança”.
“Basta olhar no mapa e a pessoa vai ver que os equipamentos foram dispostos, principalmente, de forma a garantir a segurança”, argumentou o titular.
Para operar a cerca eletrônica, uma equipe de GCMs passou por treinamento. Basicamente, os guardas atuam em duas frentes, uma no setor de inteligência e outra no operacional – com o acompanhamento em tempo real das imagens transmitidas pelos equipamentos aos monitores na sede da corporação.