Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34708 *
O que é?
O molusco contagioso é uma infecção viral contagiosa relativamente comum nas crianças. E uma queixa muito frequente no consultório, sendo que, em alguns casos, nem os familiares notam tais lesões, que são diagnosticadas pelo médico atendente (normalmente um pediatra).
São pequenas pápulas da cor da pele, com umbilicação central (depressão patológica em formato similar ao do umbigo), muitas vezes confundida com verrugas vulgares. É causado pelo poxvírus, um vírus parente da varíola.
O contato direto é a forma de contágio mais comum que existe para esse tipo de infecção. Mais comum de ocorrer em pessoas já com o sistema imunológico propício, e muitas vezes enfraquecido, como no caso de soropositivos, e em crianças, especialmente as que têm a pele seca, e alérgica, como na dermatite atópica.
Sintomas
As lesões surgem nas áreas mais sensíveis com pequenas pápulas brilhosas da cor da pele, translúcidas e indolores, medindo, em média, cinco milímetros. Podem estar isoladas ou agrupadas, serem de variados tamanhos, e terem como característica principal a presença de umbilicação central. Nem sempre são numerosas e se localizam, preferencialmente, no tronco, podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele.
Essas pápulas podem surgir em forma de linhas. São lesões autoinoculáveis, que surgem principalmente nas áreas de trauma, provavelmente de coçadura. Elas provocam o aparecimento de lesões lineares e recebem o nome de fenômeno de Koebner.
A coceira, nem sempre frequente, mas presente, ou outra irritação, acaba levando o vírus a se espalhar para outras partes do corpo. Em adultos, é comum que essas lesões sejam observadas nos genitais, abdômen e parte interna das coxas, daí serem consideradas por alguns autores também como doença sexualmente transmissível.
Tratamento
Em pessoas saudáveis e com produção normal de anticorpos, o molusco contagioso normalmente desaparece sozinho em meses ou anos sem que haja necessidade de tratamento. Porém, é comum que uma terapia seja indicada para todos os casos. O tempo de cura irá variar conforme a pessoa.
Pessoas com um sistema imunológico comprometido necessitam de tratamento especializado, exames de investigação imunológica e clínica. As lesões individuais podem ser removidas de diversas maneiras: de acordo com a idade, condições e fatores individuais de cada paciente.
É importante a orientação familiar sobre os aspectos da doença e a possibilidade da cura espontânea. Situações sociais envolvidas na patologia, como o paciente frequentar creches e escolas, faz com que seja mandatória a remoção das lesões.
Vários procedimentos são válidos, como a extração manual com profissional habilitado ou em casa pela família; remoção cirúrgica, por raspagem, curetagem ou congelamento; ou por meio de eletrocirurgia com agulhas. É importante o paciente estar ciente de que procedimentos cirúrgicos podem deixar cicatrizes.
Medicamentos, como os utilizados para remover verrugas, podem auxiliar na remoção de lesões maiores. Já para tratar lesões muito pequenas, nas quais a remoção mecânica se torna inviável, ou crianças maiores, o imiquimod (por 16 semanas) pode ser empregado como coadjuvante na terapia.
É importante também lembrar que se trata de uma doença viral e que, nos casos rebeldes, a investigação da saúde do paciente é fundamental. E as lesões precisam ser retiradas com um especialista (dermatologista), para os quais tais casos devem ser encaminhados.
Prevenção
Evitar contato direto com pessoas que tenham essas lesões de pele, como, por exemplo, crianças ou pacientes susceptíveis. Evitar também o compartilhamento de toalhas e objetos de uso íntimo, assim como manter relações sexuais desprotegidas.
Fonte: https://www.sbd.org.br/doencas/molusco
Foto: Windows
* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) desde 10/04/1981 e diretor clínico da Clínica de Vacinação Tradicional e Pioneira de Tatuí – “Sou Doutor Cevac”, sita à rua Prefeito Assunção Ribeiro, 81 (próxima ao Conservatório de Tatuí desde 1982).