‘Miniescolas estão perto de se tornar escolas’, diz Rizek





“Na minha avaliação, caminhou bem pelo número de blocos que se formou espontaneamente. É interessante ver que os próprios grupos estão se estruturando, vindo com uma bateria, por exemplo”.

O balanço de participação dos grupos locais no desfile do Carnaval é de Jorge Rizek e inclui, ainda, as miniescolas de samba participantes do concurso deste ano. Para o diretor municipal de Cultura e Desenvolvimento Turístico, a participação dos grupos mostrou bem mais que pessoas, apresentou “evolução”.

Após o evento de encerramento da folia tatuiana, na noite de terça-feira, 4, Rizek destacou o “grande número de grupo participantes”. De acordo com ele, essa participação maciça “não acontecia há anos”.

Segundo ele, essa “nova realidade” mostra que alguns blocos estão “no caminho para se tornar miniescolas de samba, e, as miniescolas, seguem no processo de se tornar escolas ‘de verdade’”. “É claro que esse é um processo gradativo”, ponderou.

O diretor informou, ainda, que será preciso reavaliar uma série de fatores para poder acolher outros grupos que estão surgindo. “Estamos caminhando para resgatar a tradição carnavalesca de Tatuí, e, para isso, precisamos preparar os blocos e as miniescolas”.

Rizek também comentou que existe um projeto para criar oficinas profissionalizantes para dar a oportunidade de todos os participantes do Carnaval ficarem mais estruturados e melhorem a qualidade, tanto visual como criativa.

“Agora, passado o Carnaval, faremos uma assembleia com os representantes dos blocos e das miniescolas para debater como foi o evento deste ano, como está o Carnaval da cidade e quais os próximos passos que daremos”, antecipou.

O prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, considerou a festa como “bastante positiva”. Em especial, porque apresentou “um novo formato” aos tatuianos. O evento trouxe, neste ano, shows e atividades para toda a família.

“O Carnaval foi de muita harmonia e segurança, e já conseguimos resgatar um pouco desta tradição carnavalesca de Tatuí. É claro que tivemos alguns contratempos, como toda festa grande, mas minha avaliação é positiva”, ressaltou.

Manu também afirmou que o evento manteve o objetivo principal: concentrar os foliões na Praça da Matriz. “É legal ver que o pessoal, que costumava viajar nesta época do ano, acabou ficando na cidade para curtir o Carnaval daqui”, disse.

Os cinco dias de festa reuniram milhares de pessoas, com números que variam de 25 mil, de acordo com a PM (Polícia Militar), e 40 mil, segundo a GCM (Guarda Civil Municipal). As corporações fizeram uso de diferentes métodos e datas de contagem para chegar ao número aproximado.

Participante da noite de encerramento, o consultor de vendas Sérgio Vieira de Paula avaliou o evento como “bem enxuto”. “Deu pra notar que o Carnaval foi bem simples, mas, mesmo assim, não deixou a desejar”, afirmou. “Os eventos foram bem agradáveis e familiares”, complementou o consultor.

Para a auxiliar de limpeza Elaine Cristina de Almeida, o único inconveniente foi a chuva que caiu em alguns dias. “Para quem veio curtir o Carnaval até que não atrapalha tanto, mas para aquelas pessoas que querem só assistir ao desfile fica meio chato”.

A aposentada Francisca Vieira de Campos também citou que “a chuva prejudicou”, mas que, mesmo assim, não ficou em casa. “Gosto muito das festas de Carnaval, principalmente, do desfile das escolas de samba e dos blocos. Infelizmente, neste ano a chuva atrapalhou um pouco, mas foi muito bom mesmo assim”.

Opinião contrária teve o professor aposentado Acácio Duarte, que foi ao último dia de desfile. “Achei um pouco fraco o Carnaval deste ano, pois mudou muito e está faltando conservar a tradição folclórica de Tatuí. Tem muito a melhorar, principalmente, no que diz respeito ao resgate da cultura do passado”.

Segurança

Durante os cincos dias de folia, foram registrados pela Polícia Militar três casos de embriaguez ao volante que resultaram na prisão dos condutores, um furto de veículo na praça Manoel Guedes (museu), no centro, e uma briga na Praça da Matriz, na noite de domingo, 2.

Para o capitão da PM, Kleber Vieira Pinto, esses acontecimentos não se caracterizam como ocorrências graves. “Está dentro da normalidade, pois tratam-se de festas abertas, populares, com um grande número de público e sem cobrança de ingresso. Então, nossa avaliação é positiva em relação à segurança”.

Ainda segundo o capitão, os índices de criminalidade do município permaneceram os mesmos durante os cinco dias de Carnaval. “Esse número não aumentou, nem diminuiu. Também não registramos nenhuma ocorrência no Jardim Gonzaga e vila Angélica, onde os ônibus foram incendiados no mês passado”, disse.

Ao todo, 50 policiais militares e 60 guardas civis municipais atuaram na segurança nos dias de Carnaval. Todos, trabalharam em escalas extras e sem folgas.

Para o comandante da GCM, Adriano Henrique Moreira, a folia também teve saldo positivo. “Tudo correu dentro da normalidade, sem incidentes graves e com a PM e a Guarda atuando em conjunto com os seguranças particulares”, informou.

Moreira disse, ainda, que a programação das noites terminou às 3h. Entretanto, os guardas continuaram na Praça da Matriz até a dispersão total dos foliões.