Da reportagem
O vereador eleito Fábio Villa Nova, do PP (Partido Progressista), assumiu o primeiro mandato na Casa de Leis, em 1º de janeiro de 2021, como um dos mais votados ao Legislativo.
A O Progresso, Villa Nova falou sobre o resultado das eleições 2020, ações de campanha, projetos para os próximos quatros anos, metas e prioridades na atuação dentro do Poder Legislativo.
Villa Nova é tatuiano, casado, pai de dois filhos. Nasceu no dia 20 de setembro de 1969, filho de Terezinha e Antônio Geraldo Villa Nova – proprietários da centenária Farmácia Nova, na área central.
É cirurgião dentista formado desde 1992, especialista em periodontia, implantodontia e saúde coletiva e mestre em saúde coletiva. Atua em consultório próprio, desde 1993, e como funcionário público, desde 1995.
Trabalhou 11 anos na Secretaria de Saúde Municipal, organizando e gerenciando serviços e, no setor, foi coordenador de saúde bucal e secretário na gestão do ex-prefeito José Manoel Coelho, o Manu, também participando como membro do Conselho de Saúde.
Nas eleições municipais, ocorridas no dia 15 de novembro de 2020, recebeu 1.013 votos e, na lista geral dos eleitos, acabou figurando em sexto lugar entre os mais votados.
Esta é a segunda vez que Villa Nova participa do pleito como candidato a vereador. Para ser eleito, diz não ter mudando as ações de campanha, apenas informa que investiu em impulsionamento nas redes sociais – não permitido na campanha de 2016.
“Pela internet, consegui chegar a pessoas que talvez eu não conseguiria. Depois da eleição, muitas vieram me dizer que votaram em mim pelas propostas que apresentei nas redes sociais”, declarou o vereador.
Além do uso dos meios digitais, o vereador não renunciou à campanha “porta a porta”. Mesmo com o advento da pandemia do novo coronavírus, ele saiu em busca do eleitorado.
“Também sai nas ruas com nosso candidato a prefeito (Wagner Rodrigues) e com outros candidatos da coligação, sempre tomando os cuidados devido à pandemia, mas sem deixar de estar presente”, comentou.
Villa Nova tem carreira estável como dentista e é conhecido pela atuação em consultório particular e no sistema público de saúde, com experiência de 25 anos na área, e garante que não tinha pretensões de entrar para a política até ver “a necessidade de buscar mudanças para a cidade”.
“Na juventude, a gente já falava de ter alguém na política, antes de ser candidato. Ajudei alguns amigos em campanhas, mas acho que a necessidade de me lançar veio quando fui secretário de saúde”, lembra.
“Atuei por quatro meses na pasta e acabei pedindo exoneração por encontrar dificuldades no meu trabalho e muita interferência”, revelou o vereador.
Segundo ele, durante o tempo de atuação na Secretaria Municipal de Saúde, muitos vereadores o procuraram “para pedir favores, como passar alguém na frente em consultas e exames, sempre pensando em conseguir benefícios políticos”.
“Isso me desanimou muito. Enquanto estive na secretaria, não deixei que ninguém tivesse benefício pessoal e trabalhei pelo povo. Lutei para reduzir as filas de espera por consultas e exames, consegui equilibrar a demanda, mas fiquei muito limitado”, acrescentou.
Da experiência como secretário, em 2016, surgiu a pretensão de ser vereador. “Na verdade, não foi nem vontade, eu vi uma necessidade de ser candidato e trazer uma política diferente para o nosso município”, disse.
Conforme Villa Nova, nas eleições daquele ano, por ter saído em chapa com apenas seis candidatos, ele não conseguiu cadeira na Câmara, mas já obteve 1.071 votos. O resultado o fez buscar o cargo nas eleições de 2020, já com previsão de eleição.
“Em 2016, saí para ajudar na campanha do meu candidato a prefeito, o Guiga Peixoto. Achei até que teria menos votos, e, nas duas últimas semanas antes do pleito, comecei a perceber que seria bem votado, então. Neste ano, já recebi a notícia da eleição meio que com naturalidade”, afirmou o vereador.
Sobre a atuação na Câmara, o parlamentar enfatizou que terá como foco a fiscalização das ações do Executivo. “Essa é a principal função do vereador. Lógico, apresentar projetos de leis que beneficiem a população é importante, mas a gente vê muitos projetos bons, que são aprovados, regulamentados e acabam não surtindo efeito”, acrescentou.
Entre os projetos que pretende apresentar na Casa de Leis, Villa Nova apontou ter como prioridade a área de saúde – mais de 30% do plano de ação apresentado pelo vereador, durante a campanha de 2020, dizem respeito ao setor.
De acordo com o vereador, um dos projetos visa à implantação de uma casa de apoio ao paciente com câncer nas cidades da região que recebem tatuianos em fase de tratamento da doença, principalmente em Jaú (SP), município que abriga o Hospital “Amaral Carvalho”.
“Era até uma proposta que estava no plano de governo do coronel Wagner, mas que agora eu vou apresentar para a prefeita. Precisa ter uma casa de apoio, os pacientes saem daqui todos juntos, de van, ainda de madrugada, e só voltam à noite”.
A intenção, segundo o vereador, é garantir um local onde os pacientes tenham um lanche e um lugar para repouso enquanto aguardam pelo tratamento ou pelo transporte para casa.
“Para quem já está enfermo e debilitado, é muito desgastante ficar todo esse tempo fora de casa sem um lugar de repouso. Só quem teve um familiar com essa moléstia sabe como eles sofrem”, ressaltou.
Outro projeto a ser apresentado pelo vereador visa dar transparência à fila de espera por consultas e exames, com a divulgação de uma lista atualizada, através dos meios de comunicação oficiais da administração.
“Hoje, o paciente dá entrada na central de vagas e não sabe quando vai ser chamado. Para dar mais transparência ao processo e não haver privilégios, uma ideia é dar uma senha para o paciente e, depois, disponibilizar uma listagem – no site da prefeitura, por exemplo -, para que ele saiba quando vai ser chamado”, apontou.
Além desses projetos, ao longo dos quatro anos na Casa de Leis, Villa Nova diz ter outros planos para a área de saúde, segurança pública, administração, proteção animal e outros setores.
“Estamos em minoria na Câmara, talvez tenhamos dificuldades de colocar esses projetos em prática. Então, vou preparar tudo e esperar o momento exato de apresentar esses projetos. No primeiro momento, pretendo focar na fiscalização”, destacou o vereador.
Villa Nova também falou sobre a renovação de 76,47% na ocupação de cadeiras da Câmara Municipal, com quatro reeleitos e 13 novos vereadores.
“Essa renovação é salutar, não acho muito bom o vereador ficar mais de dois mandatos na Câmara. Para mim, deputados e vereadores deveriam ter, no máximo, um mandato, para evitar coisas como vemos no cenário nacional, com deputados que se perpetuam na Câmara, e até mesmo depois que saem deixam os filhos no lugar”, observou.
Para o vereador, a mudança no Legislativo é resultado de um movimento antirreeleição. “Vimos que teve um movimento nas redes sócias de população pedindo para não reeleger vereadores. Acho que a própria população quer essa renovação. Prova disso também é a eleições das quatro mulheres”, salientou.
Da nova composição da Câmara para a gestão 2021 a 2024, 23,52% estarão representados por mulheres. “Isso é um fato inédito no município e muito importante para dar representatividade para as mulheres. Afinal, elas são maioria do eleitorado”, completou.