Mestre de caratê conquista o sexto grau da faixa preta na cidade de SP





O carateca Ary Machado Filho, da União Leões do Karate, recebeu, pela Federação Brasileira de Karate-do e Kobu-do, o título de faixa preta sexto Dan (grau). A avaliação da banca examinadora aconteceu em São Paulo no dia 5 de dezembro.

Para o carateca, que pratica a arte marcial desde 1985, a nova faixa é o reconhecimento do aprimoramento das técnicas do caratê. Os mestres avaliam, durante o exame de faixa, o kata (exercícios) e o bushido (código de honra dos guerreiros) do postulante ao título.

“É avaliado o conhecimento nosso. É mais a metafísica da arte marcial, o lutador vai purificando o kata, a essência do caratê, o bushido e o tanden, que é uma energia que nós temos no centro de gravidade, no umbigo. Quanto mais aprende, mais complexo fica”, afirmou.

O professor de caratê conseguiu o quinto Dan em 1995 e disse não ter pressa para conseguir o sétimo. “Pegar um título de sexto e sétimo grau, demanda muito tempo. Para conseguir o sétimo grau, vai no mínimo uns dez anos”, disse.

Machado Filho afirmou que, na atualidade, os lutadores buscam conseguir faixas o mais rápido possível e esquecem que, no verdadeiro caratê, o que vale é o amadurecimento e o aprimoramento das técnicas.

“O aluno precisa ter uma maturação. Às vezes, ele pega uma faixa preta e até tem um conhecimento bom das artes marciais, mas não tem maturidade psicológica, com o nariz empinado, achando que é o Bruce Lee e sai batendo em todo mundo, isso não pode”, afirmou.

A primeira arte marcial praticada por Machado Filho foi o kung fu, em 1983. Lutou durante cinco anos e conseguiu o grau de instrutor. O caratê entrou na vida do professor pelas mãos de um vizinho, que era praticante da luta. Além do kung fu e do caratê, o lutador ainda tem conhecimentos de taekwondo.

“Hoje não pratico mais kung fu, também pratiquei taekwondo, tenho um apanhado de tudo, mas meu alicerce é o caratê, que comecei a treinar por volta de 1985, quando eu tinha 15 anos”, contou.

Durante os 31 anos de prática e ensinamentos da luta, Machado Filho formou 13 faixas pretas, 11 deles são tatuianos. Um deles, César Vieira dos Santos, conquistou, no mesmo dia, o segundo Dan. O lutador começou no esporte em 1993 e alcançou a faixa preta primeiro Dan em 2005, em Sorocaba.

“Não foi difícil, pois já treino faz dez anos, mas precisa ter dedicação. Conquistei a faixa preta primeiro Dan em 2005, quando fui à Sorocaba e passei pala avaliação dos outros professores”, disse Santos.

O reconhecimento do pupilo encheu o professor de caratê de orgulho. Para ele, de forma indireta, o trabalho do professor é avaliado quando um aluno passa por uma banca examinadora.

“O mestre mostra o fruto do trabalho dele para os outros mestres verem e opinar”, contou Machado Filho.

O mestre afirmou que é importante ter o reconhecimento da faixa feito por uma federação. A chancela de uma entidade oficial evita que falsos professores de caratê deem aulas para alunos incautos.

“Tem muito picareta que se autointitula mestre, coloca o quarto Dan na cintura sem reconhecimento de outros mestres ou da federação. Infelizmente, isso acontece muito no Brasil”, criticou.

A dica para os alunos, segundo o professor, é sempre pesquisar se o professor com quem vai ter aula é mesmo reconhecido pelos pares.

Depois da conquista do sexto Dan, a meta do mestre de caratê é ter aulas com grandes mestres na cidade de Okinawa, que é considerada o berço do caratê. Para viajar, o professor contará com patrocínios de empresários. A previsão é que viaje em meados de outubro.

“Eu pretendo ir em outubro, mas antes vou procurar patrocínios, pois é uma viagem cara. Quero ir lá para aprender. Tenho alguns contatos lá brasileiros e japoneses. Fazer algumas aulas com os mestres japoneses”, disse.

A dificuldade com a língua japonesa será superada pela “linguagem universal” do caratê e por algumas aulas de japonês que teve no passado.

“Estudei o básico do japonês, bem básico, mas a linguagem do caratê é universal. O nome das posições e das técnicas são em japonês, então isso facilita na comunicação”, finalizou.