Neste final de semana, o jornal O Progresso de Tatuí publica a terceira reportagem da série “Longevidade”, cujas pautas são todas direcionadas ao público da terceira idade tatuiana, embora não de interesse apenas desse público, naturalmente.
Ainda há quem não notou, mas esse público não apenas aumenta em volume como, na mesma proporção, torna-se cada vez mais relevante, inclusive economicamente. Observá-lo – e considerá-lo – é mais que oportuno a qualquer empreendedor, portanto.
Esta nova realidade, entre diversos aspectos, impõe, até, que o mercado de trabalho tenha de se adaptar para receber profissionais da terceira idade.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil já ultrapassou a marca de 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos, e a expectativa é que, a partir de 2039, haja mais idosos do que crianças no país.
Uma tendência recente mostra um aumento significativo no número de trabalhadores com 70 anos ou mais. Segundo o IBGE, desde abril de 2021, esse número cresceu mais de 20% no Brasil.
“Diante desse cenário, empresas de diversos setores se preparam para receber candidatos da terceira idade e aproveitam todo o potencial que eles têm a oferecer”, aponta a consultoria empresarial “Minucci”.
Conforme ela, o “mentor de empresários” André Minucci destaca a importância de promover a integração das diferentes gerações no ambiente de trabalho.
Ele afirma: “Quando você mistura as novas gerações com a mais sênior num ambiente de troca, de compartilhamento de informação, de conhecimento, todo mundo sai ganhando. A diversidade de experiências e perspectivas enriquece as equipes e pode impulsionar a inovação e o crescimento das organizações”.
No entanto, é importante combater o preconceito e os estereótipos em relação aos profissionais mais velhos, ressalta ele.
“Muitas vezes, eles são vistos como ultrapassados ou incapazes de se adaptar às novas tecnologias e dinâmicas do mercado. Esses preconceitos são infundados e não refletem a realidade. Profissionais mais velhos possuem uma bagagem de conhecimento e experiência que pode ser extremamente valiosa para as empresas”, reforça Minucci.
Para se preparar para esse novo cenário, as empresas podem adotar algumas medidas. Uma delas é investir em programas de capacitação e atualização para os profissionais, garantindo que eles estejam atualizados com as novas tecnologias e tendências do mercado.
“Além disso, é importante criar um ambiente inclusivo, que valorize a diversidade etária e promova a integração entre as diferentes gerações”, diz Minucci.
Por sua vez, um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revelou que cerca de 7,5% das pessoas na faixa etária entre 55 e 64 anos decidiram abrir um negócio.
Esse número representa um aumento significativo em relação a 2019, quando apenas 3,5% desse público havia investido no empreendedorismo. “Essa tendência mostra que muitos profissionais estão buscando novas oportunidades e desejam se manter ativos no mercado de trabalho”, observa Minucci.
“Ao mesmo tempo, é fundamental lembrar que o desenvolvimento de habilidades não se limita apenas às competências técnicas, mas também inclui o aprimoramento de habilidades interpessoais, liderança, resolução de problemas e adaptação às mudanças”, segue ele.
De acordo com Minucci, um “treinamento corporativo” adequado se torna essencial.
A empresa deve oferecer programas de capacitação que não apenas atualizem os conhecimentos técnicos do profissional mais velho, mas também promovam o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e a capacidade de adaptação a novas realidades e tecnologias.
“É importante ressaltar que o objetivo do treinamento não é apenas capacitar o idoso a realizar tarefas de forma robotizada, mas sim promover o seu crescimento pessoal e profissional. Ao oferecer oportunidades de aprendizado contínuo, a empresa valoriza e reconhece a contribuição, proporcionando um ambiente estimulante e motivador”.
Além disso, orienta, “é fundamental que a empresa crie um trabalho inclusivo, no qual se sintam valorizados e respeitados. Isso pode ser alcançado por meio de políticas de diversidade e inclusão, programas de mentoria e oportunidades de participação em projetos estratégicos”.
Neste sentido, a “visão de negócios” mais moderna indica que os profissionais mais velhos têm muito a contribuir, seja com sua experiência, conhecimento ou visão de mundo, “e, quando combinados com as habilidades das gerações mais jovens, podem gerar um ambiente de trabalho enriquecedor e produtivo”.
“O mercado de trabalho está evoluindo, e cabe às empresas abraçarem a diversidade etária e colherem os benefícios que isso pode trazer para o sucesso organizacional”, finaliza Minucci.
Ou seja, a realidade comprova, na prática, que o progresso está na “longevidade”!
Os empresários não tem ideia como uma pessoa com.maus idade,conta com experiência de vida,nos negócios e muita visão do futuro,podendo até ajudar os mais jovens