Definição- A meningite é uma inflamação nos membros que envolvem o cérebro e a medula espinhal que pode ser causada por vários agentes, como vírus fungos e bactérias.Quando a meningite é bacteriana, é causada principalmente pela bactéria “Neisseria mengitidis” – o “Meningococo”.Cinco sorogrupos são responsáveis pela maioria dos casos de doença “meningocócica” no Brasil: são os “Meningococos” A, B, C, W e Y. É uma doença de evolução rápida e com alta letalidade. Aproximadamente 23% dos pacientes vão a óbito no Brasil, geralmente, em 24h a 48h após o inicio dos sintomas, mesmo com o diagnóstico precoce. Geralmente, acomete crianças e adultos jovens, mas, em situações epidêmicas, a doença pode atingir pessoas de todas as faixas etárias. Os casos mais graves e de altíssima mortalidade são as “meningococcemias”, ou seja, quando a bactéria atinge o sangue e se dissemina pelo corpo. Os primeiros sinais desse quadro, além da febre alta, são as petéquias, ou manchas roxas no corpo, que iniciam pequenas e vão gradativamente aumentando de tamanho e quantidade.
Transmissão – Cerca de 10% dos adolescentes e adultos podem ser portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmitir a doença mesmo estando sadios. O “meningococo” é transmitido por meio de secreções respiratórias e da saliva (“perdigotos”). Os cinco sorogrupos estão distribuídos mundialmente, principalmente nos países pobres da África, sendo no Brasil a ocorrência de 70% do grupo C na população em geral, porém, em lactentes menores, a prevalência do “meningococo” B é maior.
Sintomas – Febre acima de 38ºc, vômitos, dor de cabeça intensa, dor ao mexer o pescoço (rigidez muscular), cansaço, irritabilidade/apatia, sensibilidade à luz e ao som, confusão mental e manchas roxas na pele (suspeita de meningococcemia). Em menores de um ano os sintomas são menos específicos, como febre alta, convulsão, irritabilidade, choro forte e constante e o abaulamento de fontanela (“moleira estufada”) e sem rigidez de nuca.
Diagnóstico – O médico pode chegar ao diagnóstico após colher os dados clínicos, proceder ao exame físico e fazer a punção medular (para a colheita do LCR – líquido cefalorraquidiano). Em 2015, as cepas da bactéria B foram responsáveis por 40% dos casos de meningite em todas as faixas etárias, e mais de 60% dos casos em lactentes menores de um ano.
Prevenção – A vacinação é a forma mais efetiva de prevenção contra a doença meningocócica. Na rede pública está disponível apenas contra o meningococo C, que é feita a partir dos três meses de idade, nas clínicas particulares já estão disponíveis duas vacinas contra o meningococo B e contra os meningococos A, C, W e Y (todas numa só vacina), que podem ser feitas a partir dos dois a três meses de idade até adultos de 50 anos. São vacinas inativadas, portanto, não tem nenhum risco de causar as doenças meningocóccicas. A vacinação é fundamental, pois a doença meningocócica é sempre grave e pode causar sequelas definitivas, como retardo mental, surdez, convulsões repetitivas, amputação de membros (no caso das meningococcemias) e até mesmo a morte, em grande parte dos casos. A vacina particular deve ser encarada, não como um gasto, mas sim um investimento. Afinal, quanto vale uma vida?
Fonte: Saúde – iG @ http://saude.ig.com.br/2017-11-23/meningite-b-vacina.html
* Especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Médica Brasileira e membro da Sbim – Sociedade Brasileira de Imunizações
