Com a expectativa de, até o fim do ano, a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) aprovar os 120 municípios restantes para completar o quadro de 140 MITs (Municípios de Interesse Turísticos), o vice-governador de São Paulo, Márcio Luiz França Gomes, ressaltou os investimentos que o Estado realizará diretamente nas cidades.
Por ano, se mantida a liberação de R$ 650 mil para cada município, o Estado investirá R$ 91 milhões nas 140 cidades. Entre 2011 e 2016, o governo paulista investiu R$ 1,2 bilhão em 1.461 convênios firmados com as estâncias.
Em entrevista exclusiva a O Progresso, França afirmou que os recursos destinados ao Fum-tur (Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos) vêm diretamente do Tesouro do Estado, por obediência à Constituição de São Paulo.
“Estamos colocando dinheiro público nas 70 estâncias, assim como vamos colocar nas outras 140 cidades. No total, 210 localidades serão beneficiadas com as verbas e devem aplicar o dinheiro no turismo”, explicou.
Conforme informações do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), da Secretaria Estadual de Turismo, no ano passado, as verbas destinadas às estâncias foram utilizadas nos mais variados propósitos.
O município de Campos do Jordão, na região da Serra da Mantiqueira, investiu na urbanização do acesso à rodoviária, na infraestrutura de áreas turísticas, na acessibilidade do Porto Capivari e em revitalização de praças.
A cidade de Santos, que recebe o maior volume de recursos entre as estâncias, revitalizou ginásio de esporte, reformou avenidas, construiu ciclovia na orla de uma das praias e construiu calçadas com acessibilidade.
“O resultado dos investimentos depende muito de como a Prefeitura e a Câmara Municipal irão reagir. O turismo é um estado de espírito. Ninguém visita uma cidade na qual nem os moradores gostam”, constatou.
O vice de Alckmin recomendou que o governo municipal mantenha parceria com o Comtur (Conselho Municipal de Turismo) para a tramitação de projetos relacionados ao turismo. Para França, é necessário que os órgãos locais trabalhem “em sintonia”.
“É um jogo de ganha e ganha. Precisa que os empresários dos setores de restaurantes, hotéis e turismo batalhem para isso, mas também que os prefeitos e os vereadores ajudem”, relatou.
Com os R$ 650 mil anuais, os MITs poderão “ter o que existe de mais atualizado” no tema. Segundo o vice-governador, a intenção do Estado é “premiar quem investe corretamente no turismo e gerar competição entre as cidades”.
Um dos exemplos dados por França é o da cidade de Martinópolis, que sedia o único templo do Brasil dedicado a Santa Bibiana. O município usou o fato como mote para atrair turistas de inúmeras localidades e faturar com as visitações.
“Tem casos impressionantes no Estado. Vários municípios faturam com os presídios, que geram fluxos de visitantes que vão ver os familiares presos. É um meio de gerar renda, pois movimenta supermercados, restaurantes, transporte e hospedagem”, explicou.