Da reportagem
João Éder Alves Miguel (União Brasil) foi reeleito no dia 6 como o vereador mais votado neste ano para o Legislativo de Tatuí, com um aumento de 62% em relação à eleição de 2020. Na época, ele recebeu 1.246 votos, os quais agora chegaram a 2.025.
Alves Miguel vai para a terceira legislatura, tendo sido eleito pela primeira vez em 2016, aos 24 anos. Na época, recebeu 788 votos, tendo uma diferença de 158% em relação ao pleito deste ano.
Ao jornal O Progresso de Tatuí, o vereador comenta sobre o motivo que entende o ter beneficiado na atual campanha. Segundo ele, o aumento se deve às pessoas que “confiaram nele e, também, o indicaram para outros eleitores”.
Ele relata que tem passado pelos locais em que fez campanha para agradecer e colocar-se à disposição de todos, “mesmo a quem não pediu voto”. Nesses casos, ele sustenta ouvir relatos de quem votou nele “porque alguém pediu”.
“Acho que acabou formando uma rede de pessoas com um objetivo comum e que compartilham hoje essa visão que a gente carrega, do trabalho que temos construído ao longo desses anos, que acabou ajudando a multiplicar”, enumerou.
“Foram muitas as pessoas multiplicando no dia a dia que, vou ser sincero, às vezes, nem sei também o que fizeram e acabaram fazendo, mas ajudaram muito”, ressaltou.
“Embora eu já esteja em mandato, não significa que a cidade toda me conheça. Então, para muitas pessoas nas quais eu chegava durante a campanha para conversar e que não me conheciam, eu era mais um político chegando”, observou.
“Agora, a partir do momento que tem alguém falando por você, que acredita naquilo que você tem feito, naquilo que você está fazendo, e que leva isso adiante, aí acho que é o segredo do sucesso e do resultado que, graças a Deus, foi construído”, completou.
Alves Miguel conta que, desde o começo da campanha, quis ser eleito para “lutar pela educação”, e destaca como conquistas do seu mandato a Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), em parceria com o governo de estado e prefeitura.
“Foi a primeira faculdade de distância gratuita de Tatuí. Hoje, nós já temos pessoas formadas através dessa faculdade e que, muito provavelmente, têm uma oportunidade de vida diferente através disso”, apontou.
Ainda na área de educação, ele destacou o transporte universitário pela EMTU. Segundo ele, o município vivia uma dificuldade muito grande em relação ao custeio do transporte universitário.
“Eu tinha uma preocupação, inclusive, de que, em algum momento, a prefeitura deixasse de pagar o subsídio dos 60% e isso comprometesse a continuidade do estudo dos alunos”, afirmou.
Ele lembra que o direito ao transporte gratuito já existia, mas que era “limitador, pois os alunos podiam ir de forma gratuita até o município vizinho dentro da Região Metropolitana de Sorocaba, mas que o aluno precisava se deslocar até a faculdade”.
“Pegar um ônibus, pegar um mototáxi, enfim, ia ter custo. Tem o tempo, tem a questão da segurança de você estar andando em uma outra cidade. Fizemos um trabalho muito forte com o pessoal da EMTU, na época, para que pudesse mudar esse trajeto de ônibus”, argumentou.
“(Isso) Para deixar o aluno, antes de chegar na rodoviária, na porta da faculdade. Então, hoje, a realidade é que muitos estudantes – colocando aí certamente mais de mil ao longo desse tempo – puderam viajar de forma gratuita”, observou.
“E, em paralelo a isso, o município teve um ganho também considerável, porque deixou de pagar a parte que era correspondente ao subsídio de 60%. Hoje, quem faz o custeio é o governo do estado”, concluiu.
O vereador também destacou a reforma e a ampliação do Banco de Sangue do município. No biênio 2020-2021, ele poderia contratar mais um assessor na Câmara – por ser o primeiro-secretário da mesa diretora -, mas fez um acordo, com o Executivo, para que o recurso economizado com a não nomeação do funcionário fosse utilizado para reforma e ampliação do banco.
“Hoje, você vê ali um espaço muito mais cômodo e maior, para que a população possa fazer a doação de sangue, e os próprios profissionais também trabalham com esse conforto. Antes, era realmente bastante difícil o trabalho que eles tinham lá dentro”, salientou.
O vereador tem “herança política”, sendo filho de Job dos Passos Miguel, que fez parte do Legislativo por dois mandatos (entre 2009 e 2019), mas contou que queria ser político muito antes disso.
“Por incrível que pareça, a primeira vez que falei que queria ser político foi em 1997; eu tinha cinco anos. Estudava no Sesi – meu primeiro ano de escola -, e a minha professora comenta sobre isso, que eu ficava perguntando, na sala de aula, sobre política, que eu queria ser político”, conta.
“Eu acordava de manhã e assistia o ‘Bom Dia Brasil’. Queria assistir o que estava acontecendo. Em 1998, tivemos eleições presidenciais, e me fantasiaram de presidente na escola. E aí, claro, com o meu pai participando desse meio, tive a oportunidade de estar ali mais presente”, relata.
Ele conta que, com o pai sendo eleito vereador, passou a ter proximidade com o meio político, indo “ficar com ele após a escola, visitando bairros, indo a assembleias, fazendo campanha”. “Tudo isso me ajudou a trazer uma confirmação sobre seguir esse caminho”, completa.
Finalmente, Alves Miguel pede que a população “participe mais dos mandatos”, para que, assim, “os vereadores possam representar o desejo popular”.
“É um pedido, que as pessoas participem do mandato e ajudem a construir a Tatuí em que nós queremos viver. Nós temos muitos sonhos, muitas batalhas a vencer. A gente conhece os desafios, e temos que continuar esse elo permanente com a população”, acrescenta.
Ele também agradece aos eleitores e todos que ajudaram na reeleição: “A Deus, a minha família, a todos esses amigos que estenderam as mãos, que fizeram essa corrida tão bonita; a Ângela (Maria Aparecida Silvério, assessora parlamentar do vereador), que está há 20 anos com a gente. Ela começou com o meu pai e tem sido minha grande parceira também para a construção deste trabalho”, conclui Alves Miguel.