A cidade está prestes a ganhar mais seis unidades de ecopontos, com recursos do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos). O município foi contemplado ao ter projeto aprovado pelo CBH-SMT (Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê) e aguarda a formalização do termo de convênio, que deverá ser assinado pela prefeita Maria José Vieira de Camargo junto à Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Os ecopontos são locais de entrega voluntária de pequenos volumes de entulho (até 1 m³), grandes objetos (móveis, restos de poda de árvores) e resíduos recicláveis. A população pode dispor o material gratuitamente em caçambas, distintas para cada tipo de resíduo.
Segundo o secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente, Célio José Valdrighi, as unidades serão implementadas nos bairros Inocoop I, Jardim Wanderley II, Parque Três Marias, vila Santa Helena, Europark e Jardins de Tatuí, que terá a unidade ampliada.
Os ecopontos terão estrutura melhor que as unidades já existentes na cidade, que estão na vila Angélica e entre os bairros Jardim Santa Rita de Cássia e Residencial Vida Nova Tatuí, considerados projetos modelos e construídos com recursos da Prefeitura.
“Agora, nós pretendemos implantar toda uma estrutura nos novos ecopontos. Eles serão construídos com alambrados de proteção e separados por baias, onde serão divididos por produtos como eletrônicos, madeira, pneus”, antecipou Valdrighi.
Embora ainda sem data exata para o início das obras de construção dos ecopontos e sem prazo de conclusão, a Prefeitura já está programando todo o modelo de gestão dos resíduos sólidos a serem captados pelas unidades.
“Nós temos definido quem vai administrar a usina do Jardim Gramado, que cuida dos resíduos da construção civil. Quem for administrar lá ficará com toda a coleta dos ecopontos. Nós estamos preparando para fazer uma chamada pública para a concessão dessa usina, para conseguir transformar todo o resíduo da construção civil em material reaproveitável”, acentuou o secretário.
A Prefeitura espera conseguir diminuir a quantidade de material descartado irregularmente e já tem mapeado diversos pontos utilizados pelas pessoas para descartar os resíduos.
“Acreditamos que vamos conseguir reduzir bastante (o descarte irregular). Além de intensificar a fiscalização, vamos tentar fazer uma programação educacional nas escolas. Pretendemos reduzir ao máximo possível qualquer tipo de poluição no município”, definiu Valdrighi.
No primeiro mês de funcionamento, em junho do ano passado, o ecoponto do Jardins de Tatuí, primeiro a ser instalado na cidade, recebeu mais de 12 metros cúbicos de entulho da construção civil.
Até o momento, o Departamento de Meio Ambiente estima que já recolheu mais de 200 caçambas de quatro toneladas, sem contar a grande quantidade de madeira, sofás e eletroeletrônicos recolhidos.
Todo o sistema de resíduos faz parte do Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Tatuí, que prevê, a partir do volume da população, a instalação de oito ecopontos para suprir com eficiência toda a cidade.
José Vicente Alamino de Moura, engenheiro agrônomo e perito ambiental da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, lembra que o município também tem dado apoio à Cooperativa de Reciclagem Tatuí, a qual terá um segundo barracão construído, no bairro Santa Rita, e a compra de novos equipamentos, como balanças e prensas.
A cooperativa ficará responsável por grande parte da reciclagem do material recolhido nos ecopontos, mantendo pelo menos um coletor em cada unidade. “Tudo isso para melhorar a eficiência de trabalho deles. Não adianta nada deixar todo esse volume de material recebido sem condição de trabalho com ele”, explicou Moura.
De acordo com o perito ambiental, é importante deixar claro que os ecopontos são destinados para pequenos volumes de material. As construções que produzem grande quantidade de materiais devem manter a contratação de caçambas.
“O volume produzido é muito grande, o descarte irregular é muito grande. Na área rural, nós temos um problema sério de descarte e estamos dando condição. Tem estrada que fica praticamente interrompida por causa do entulho. Isso é uma poluição que pode chegar a um rio ou a uma nascente”, observou.
Pensando na preservação do meio ambiente, os ecopontos serão projetados a fim de combaterem a chamada “poluição difusa”, que chega até rios e nascentes. O perito diz ser preciso fazer a população entender que é errado jogar lixo na rua.
“É um contrassenso você jogar lixo na rua e, depois, reclamar que terá problema de alagamento e enchente. Tem que haver uma fiscalização eficiente; se não houver, o sistema não funciona. A população tem que entender que estamos dando condição para que o sistema funcione”, completou Moura.