
Desde janeiro, a Secretaria Municipal da Saúde estabeleceu prazo mínimo para agendamento de consultas médicas aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O protocolo estipulado pela pasta municipal prevê espera de 30 dias. A única exceção é o agendamento com oftalmologistas, que “não está em dia”.
Até o dia 23 de fevereiro, 3.280 pessoas aguardavam agendamento para a especialidade. O número aumenta a cada dia, uma vez que a municipalidade recebe pedidos diários de pacientes de várias idades e condições de saúde.
Conforme o titular da pasta, Jerônimo Fernando Dias Simão, a Prefeitura está atendendo de acordo com as prioridades. Em média, a secretaria tem conseguido programar – desde fevereiro – o agendamento no prazo de um mês.
“Em janeiro, quando assumimos, a maioria das consultas estava agendada. Então, nós só pudemos mudar esse panorama (do tempo de espera) a partir de fevereiro, quando nossa equipe passou a fazer as marcações”, explicou o secretário.
Baseada na classificação de risco do Ministério da Saúde, a secretaria instituiu, basicamente, três prazos. O tempo de espera para o agendamento é definido pelo médico, mediante critérios de condição de saúde dos pacientes.
A secretaria trabalha com prioridades: “um”, “dois” e “três”, as quais preveem agendamentos dentro de sete dias; de 10 a 15 dias, e de 16 dias a um mês, respectivamente. “Dependendo da especialidade, estamos conseguindo atender as pessoas no período de sete a oito dias”, declarou o secretário.
Simão enfatizou que, desde fevereiro, os pacientes têm esperado, no máximo, um mês para serem atendidos. “Nossa única dificuldade é com a oftalmologia, para a qual estamos preparando mutirões”, citou.
O secretário pretende conseguir, em um primeiro momento, elevar o número de médicos especialistas na rede municipal, e, em um segundo, promover cirurgias de catarata, uma das mais requisitadas por pacientes e com “demanda reprimida”.
A Prefeitura conta com três oftalmologistas para atender a todos os pacientes do SUS. Para fins de comparação, os médicos teriam de atender ininterruptamente – de segunda a segunda – por 54 dias para que pudessem avaliar os 3.280 pacientes que aguardam na fila por consulta. Essa conta não inclui os novos formulários de encaminhamentos com os especialistas.
A meta do secretário é contratar mais dois oftalmologistas, de modo a atender pessoas que aguardam por consultas desde 2015. Entretanto, o “déficit” só cairia se o município conseguisse atender 180 pessoas por semana na especialidade. Cada profissional atende, de modo geral, a 20 pessoas por dia.
Com os novos profissionais, a secretaria pretende “estabilizar a demanda”. Em outras palavras, espera que o número de consultas em espera caia em relação aos novos agendamentos. Para isso, prepara mutirão de reavaliação dos casos. O mesmo será feito com as 400 indicações de cirurgia de catarata.
Deste mês em diante, Simão disse que a Prefeitura pretende dar início às operações. Como são cirurgias eletivas (podem ser agendadas por não implicar em risco de morte para os pacientes), as intervenções devem começar a ser agendadas mensalmente.
A proposta é que, inicialmente, a secretaria atenda entre 30 e 40 pessoas por mês, as quais sofrem de opacidade no cristalino.
“Em um ano, nós queremos, praticamente, reduzir o número de pessoas que estão sofrendo e aguardando por um procedimento ou consulta”, argumentou.
Mudança lenta
Apesar das novidades, Simão espera que a redução do tempo de espera para o agendamento de consultas com oftalmologistas aconteça em um ritmo “mais lento” que o desejado. Isso por conta das faltas registradas pela secretaria.
Na semana passada, o secretário divulgou número de ausências de pacientes que agendaram consulta mas não compareceram às UBSs (unidades básicas de saúde). Somente em janeiro, 905 pessoas não foram aos consultórios.
Justamente para evitar que a situação se complique, Simão explicou que a secretaria determina que, das 20 consultas diárias, 12 sejam para atender novos pacientes e oito, para retornos. Desta forma, a pasta busca equilíbrio entre o número de pessoas que faltam – em geral, no retorno – e as que se consultam.
A secretaria pretende, para breve, adotar novas medidas de conscientização dos pacientes. Entre elas, está a emissão de um alerta (via SMS – mensagem de texto) no celular dos usuários dos postos de saúde, com a data da consulta.
O secretário afirma que a equipe pensou em enviar os lembretes 48 ou 24 horas antes das consultas. Entretanto, sustentou que a sugestão pode não vingar, uma vez que nem todos os pacientes contam com aparelhos celulares ou moram em áreas que tenham boa cobertura das operadoras de telefonia.







