Mais de 175 mil visitam a 8ª Feira do Doce

Números da edição 2022 surpreendem, e organizadores pensam no futuro do evento

Público lota a Praça da Matriz durante quatro dias (foto: AI Prefeitura / Pablo Ruiz)
Da reportagem

A oitava edição da Feira do Doce, realizada entre 7 e 10 de julho, atraiu mais de 175 mil pessoas na Praça da Matriz, segundo informações divulgadas pela Guarda Civil Municipal, com suporte da empresa Painel.

Na quinta-feira, 7, o público foi de 30.179. Já na sexta-feira, 8, passaram pela feira 40.650 pessoas. O sábado, 9, registrou o maior número de visitantes, atingindo 56.162. No domingo, último dia do evento, houve presença de 48.901 pessoas. No total, a soma de público chegou a 175.892.

O evento, considerado o maior do gênero no interior do estado de São Paulo, além de receber moradores de dezenas de cidades do interior paulista, também contou com visitantes de Maringá, Londrina e Ponta Grossa (PR), Belo Horizonte e Contagem (MG), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS) e Porto Alegre (RS), entre outras.

Para o secretário da Cultura, Esporte, Turismo e Lazer, Cassiano Sinisgalli, a oitava edição da Feira do Doce foi a melhor da história e surpreendeu, do início ao fim, pelo número recorde de visitantes e por conta do fluxo de turistas que vieram conhecer Tatuí durante os quatro dias do evento.

“O turismo em Tatuí já é algo real. Os turistas aproveitaram para ver o que a nossa cidade tem de melhor. Prova disso são as dezenas de excursões que vieram para cá”, comemorou.

O secretário reforça que a feira movimentou toda a cadeia comercial do município, chamando a atenção dos comerciantes. “Hotéis, bares e restaurantes receberam um fluxo muito maior de consumidores. Isso impacta diretamente a economia local, gerando emprego, renda e desenvolvimento”, observou.

Para Sinisgalli, agora é momento de absorver e analisar os dados do evento. Ele ressaltou que, com as informações do monitoramento ao vivo, será possível saber quais foram os horários de maior fluxo de pessoas, a faixa etária e sexo do público.

“Os dados concretos são fundamentais para mostrar o potencial da feira e como isso agrega à cidade. E nos dará um embasamento sobre o que deve ser melhorado e implantado na próxima edição, em 2023”, frisou.

O prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior também disse ter ficado surpreso com o número expressivo de visitantes durante a feira e que já pensa na edição do próximo ano.

“A capacidade máxima da Praça da Matriz está no limite. Vamos iniciar estudos para viabilizar que a feira seja realizada em um espaço mais amplo nas futuras edições”, antecipou. Segundo ele, até o momento, contudo, não há nada definido.

Daniel Pereira e a esposa, Ana Claudia, de Sorocaba, vieram em excursão com mais de 50 pessoas para visitarem a feira, no sábado. O casal ficou sabendo do evento através de amigos.

“Além da boa música, Tatuí também tem doces maravilhosos. Valeu a pena ter vindo. Em breve, voltaremos para conhecer mais a cidade”, afirmou o casal, enquanto comprava diversas caixas de doces ABC e compotas de doce de leite em uma das 60 barracas da feira.

O analista de sistemas Pedro Alcântara, de Campinas e que reside em Itapetininga há dez anos, trouxe a família para conhecer Tatuí justamente no final de semana da Feira do Doce.

“Minha esposa, Ana, e eu ficamos curiosos em visitar o evento, já que não tínhamos conhecimento de que Tatuí era referência nos doces caseiros. Provamos os ABCs e adoramos”, disse o casal, que comprou os quitutes para presentear amigos e familiares.

Visitantes como Alcântara adquiriram o Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura” no estande da Secretaria de Turismo. “Não imaginava que o município tivesse tantos atrativos. Em breve, voltaremos para visitá-los”, ressaltou o campinense. Ele elogiou também a qualidade do material e a atenção das pessoas ao pedirem informações sobre as barracas e os atrativos musicais.

Demanda entre produtores

Produtores comemoram vendas da oitava edição (foto: AI Prefeitura / Pablo Ruiz)

Para a doceira e jornalista Aline Rosa, proprietária da doceria Cacau Rosa, junto com a mãe, Silva Rosa, o sucesso da feira surpreendeu pela quantidade de público já na quinta-feira, primeiro dia do evento.

“As vendas bateram recorde de imediato. As filas eram constantes. Graças a Deus, conseguimos dar conta da demanda”, observou. Essa é a sétima vez que a empresa dela participa da feira. Os doces mais vendidos foram pão-de-mel e trufas de diversos sabores.

Segundo Aline, outro fator que chamou a atenção dela foi o número de turistas das mais variadas localidades. Para ela, isso contribuiu para alavancar a oitava edição e fez Tatuí ficar mais conhecida.

“Isso é bom para todos, pois gera oportunidade para quem tem negócios”, sustentou. Aline citou também que uma amiga esteticista, dona de uma clínica, atendera diversos turistas durante os dias em que estiveram na cidade.

Para Fernanda Rodrigues Ribeiro, da doceria Clara & Cia., a boa aceitação da Feira do Doce pela população se deve ao fato de ser democrática e pela oportunidade de valorizar uma das riquezas de Tatuí, que é o universo dos doces. O empreendimento dela, que tem como sócia a mãe, Clara Brandão, participa do evento desde a primeira edição, em 2013.

Fernanda enfatizou que novos doceiros surgiram e, graças à oitava edição, expuseram seus produtos pela primeira vez. “Havia profissionais da área que eu não conhecia, e fiquei feliz de ter contato com eles, através das reuniões da Aprodoce”, acrescentou ela.

De acordo com Fernanda, há doces “complexos e que exigem atenção especial”, por conta de serem perecíveis. Estes são preparados no dia, como, por exemplo, o bombom de morango. “Fazemos ele poucas horas antes de comercializá-los, para que o cliente o saboreie fresquinho”, explicou. “As vendas nos surpreenderam desde o primeiro dia”, acrescentou.

Para a doceira, a população sentiu falta da feira nos dois anos de pandemia. “Agora, as pessoas querem sair, viajar e ter novas experiências. A Feira do Doce faz sucesso por conta disso”, avaliou Fernanda.

O Espaço Gastronômico & Cultural Ramos, de propriedade de Tobias Alves Ramos, participou pela primeira vez da Feira do Doce. “Fazer parte deste evento foi uma experiência inesquecível e que contribui para o crescimento e desenvolvimento do negócio”, pontuou Ramos.

Segundo o expositor, a receptividade das pessoas foi positiva. “Os visitantes queriam saber quais ingredientes e como era o processo de confecção dos doces”, detalhou.

Para ele, além de fomentar a economia local, a feira dá a oportunidade para que o pequeno empreendedor aumente sua visibilidade e, com isso, alavanque as vendas.

“Produzimos doces há pouco tempo. A experiência de ter participado da feira ajudará a consolidar futuros projetos. Quero me aperfeiçoar neste ramo”, enfatizou ele.

Para o presidente da Associação de Produtores de Doces de Tatuí (Aprodoce), Marcelo Leite de Almeida, esta edição foi um marco para a cidade. “Os recordes de público e consumo, o empenho dos produtores e o ambiente familiar foram essenciais para o sucesso da feira”, analisou.

Segundo ele, a expectativa é de que o faturamento seja 30% maior neste ano, em relação à edição de 2019. “Além disso, a Aprodoce frisa a importância do associativismo, no qual a categoria é fortalecida”, salientou Leite de Almeida.

“Os produtores são interdependentes, geram empregos, fomentam uma cadeia produtiva e sempre buscam novidades para o mercado”, complementou. Outro detalhe apontado pelo presidente da associação é sobre a inserção de novos produtores no evento. “A Feira do Doce dá a chance para quem quer empreender. Estamos cada vez mais fortalecidos. Estão todos de parabéns pelo trabalho lindo”, completou.

Para o tesoureiro da Associação Comercial e Empresarial de Tatuí (ACE) e profissional do setor de Turismo, Eric Proost, a Feira do Doce “colocou Tatuí no mapa turístico por ser um atrativo expressivo e fomentar o comércio”.

“O turismo é uma indústria que movimenta financeiramente a cidade e que traz dinheiro de fora e gera empregos”, acentuou. Segundo ele, o número de visitantes nesta edição surpreendeu a todos.

Proost destacou a movimentação expressiva na cidade durante os quatro dias, inclusive no sábado, 9, feriado do Dia da Revolução Constitucionalista de 1932, com ruas e estacionamentos cheios, bares, lanchonetes, sorveterias, cafés e restaurantes com o público acima da média.

“Na segunda-feira, após o evento, alguns lojistas ao redor da Praça da Matriz me disseram que as vendas foram positivas, inclusive no feriado, quando parte do comércio abriu e estendeu o horário até às 18h”, acrescentou Proost.