
“Eu pressinto que ela esteja neste bairro, trancada, que ela está aqui, amarrada. Encontraram ontem (quinta-feira) uma roupa dela, um short vermelho, queimado. Só dava para ver um pedaço vermelho do short, o restante estava tudo preto, queimado”, disse a mãe da menina Juliana Soares Conceição, que está desaparecida desde domingo.
A investigação do desaparecimento da garota mobiliza policiais civis de Tatuí e Itapetininga. Sem sinal da filha, Ilzoneide Soares da Silva conta com a ajuda de vizinhos do bairro Santa Rita para procurá-la nas imediações e localidades rurais.
Além do Jardim Santa Rita, parte da população dos bairros Jardim Rosa Garcia, vila São Cristóvão e Jardim Gonzaga, localidades mais distantes, fazem buscas diariamente pela menina.
Mãe de outros quatro filhos, Ilzoneide divide o tempo entre a procura da filha de dez anos e os cuidados das outras crianças. Além de Juliana, a dona de casa tem outras duas meninas, uma de 13 anos e outra de 6 anos, e dois meninos, um de 9 anos e outro de 2 anos.
O aparecimento de roupas queimadas que seriam de Juliana acendeu um sinal de esperança na mãe. Em um primeiro momento, ela achou que seria mau presságio, porém, foi convencida por policiais civis de que aquilo poderia ser um sinal de que a garota está viva.
“Só vamos saber direito (sobre a roupa) depois da perícia. Quando a mãe sente alguma coisa do filho, pode escrever. Podem vir falar que está morta, para mim não convém. Ela estava com essa pessoa, sei lá, deve estar por aqui”, comentou.
A mãe afirmou que tem o pressentimento de que a filha esteja em alguma casa do próprio Jardim Santa Rita, “trancada”. Ela teme que, com a repercussão do caso, a pessoa que está com ela “faça alguma maldade”.
De acordo com a mãe, policiais civis estariam com uma gravação de câmeras de monitoramento que mostrariam a filha dela em companhia de um rapaz. Ilzoneide, inclusive, foi à Delegacia de Polícia de Tatuí ver as imagens e reconheceu a filha.
O homem que estaria com a menina Juliana é irmão de crianças que seriam amigas da garota desaparecida. Ele, segundo a mãe, teria prestado depoimento e informado à Polícia Civil que encontrara com Juliana momentos antes de ela desaparecer.
“Ele confirmou que estava com minha menina, conversando. Desceram a rua juntos, mas que, quando chegou à esquina da rua da minha casa, cada um foi para um canto. A polícia que passou isso para mim”, disse.
A O Progresso, o delegado titular Emanuel dos Santos Françani afirmou que foram realizadas oitivas com testemunhas, mas que não há suspeitos.
Desde que começou uma campanha para encontrar a filha por meio de redes sociais, Ilzoneide tem sido vítima de trotes. “Ligam falando que ela está morta, que foi jogada no rio, que foi encontrada em um poço. Vivem ligando para mim”, disse.
Para evitar aborrecimento, o celular de Ilzoneide fica com os sobrinhos, que vieram de Campinas para acompanhar a busca.
“Evito ficar com telefone. É ele (um sobrinho) que atende. Quando é trote, ele nem me conta o que ouviu, para eu não passar raiva. Dá um desespero em saber que podem ter feito maldade com ela”, afirmou.
Sobre o homem que foi visto com a filha, Ilzoneide evita tecer comentário. Ela só pede “para quem quer que seja”, que esteja com a filha dela, para devolver a criança.
“Quem estiver com ela, se não tiver coragem de chegar à minha porta, que a deixe na esquina ou, então, ligue para alguém para avisar que ela está em algum lugar”, disse.
Enquanto a filha não é encontrada, a mãe convive com a ansiedade e sem saber responder aos outros filhos sobre o paradeiro de Juliana.
“Não aguento, estou esses dias sem saber de nada. Meu menino de 9 anos dormia junto com ela e é muito apegado. Quando chega a noite, ele pede por ela, não consegue dormir; quando cochila, acorda chorando”, finalizou.
Informações sobre o paradeiro da menina Juliana podem ser dadas pelos telefones 3251-4402 ou 3251-4240, da Delegacia de Polícia.