Lixo doméstico atinge montante de 160 ton/dia e deve voltar ao normal

 

A produção de lixo doméstico em Tatuí bateu a casa das 160 toneladas por dia no início deste ano. A medição é da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, que tem à frente Marco Luís Rezende, com base na coleta realizada pela Prefeitura.

Entre os dias 3 e 9, a pasta registrou “um dos maiores volumes” em termos de recolhimento. Rezende informou que a cidade voltou a ter cobertura de 100% e que, com a estabilização, a quantia de lixo doméstico deve cair.

São recolhidas, em média, cem toneladas de resíduos por dia no município. Nos 15 primeiros dias deste ano, por conta de acúmulo, houve “acréscimo” de 60 toneladas.

A projeção de “queda” segue a meta de normalização divulgada na quinta-feira, 12. O Executivo anunciou que a cidade já dispõe de serviço regularizado, com a retomada do contrato firmado com a Proposta Engenharia Ambiental.

Desde o dia 2, a companhia voltou a prestar serviços para a Prefeitura. A Proposta havia sido dispensada pelo Executivo na administração do então prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, em um “trâmite verbal” no ano passado, após desentendimentos com relação a pagamentos.

Na ocasião, a empresa alegou não estar recebendo pela coleta e destinação do lixo. Além da recolha, a Proposta enviava os resíduos domésticos para aterro próprio, em Cesário Lange. Em fevereiro de 2016, o Executivo resolveu suspender o contrato e realizar um novo para viabilizar a coleta “por conta própria”.

No dia 3 de março, a Prefeitura assinou acordo emergencial, com dispensa de licitação, no valor de R$ 216 mil com a Proactiva, pelo prazo de 90 dias.

A empresa ficou responsável pela locação de quatro caminhões autocompactadores – por turno – para utilização na coleta, que passou a ser feita pelo Executivo.

Em junho do mesmo ano, a Prefeitura assinou novo contrato com a Proactiva. Desta vez, ao custo de R$ 648,8 mil e para “disposição final” do lixo doméstico.

A empresa realizou o trabalho até o dia 2 de janeiro deste ano. Entretanto, conforme o secretário de Obras, ela teria deixado de operar com “a capacidade total”. Rezende explicou que, de dezembro do ano passado até o início deste mês, a quantidade de lixo aumentou por conta de uma deficiência.

O secretário argumentou que a empresa responsável pelo serviço teria reduzido “drasticamente” o número de caminhões para recolhimento dos materiais. “Ao invés de mandarem os veículos do contrato, enviaram menos”, informou.

No período, a empresa teria disponibilizado apenas quatro caminhões para a coleta diária. Até então, o lixo doméstico era transportado em 12 veículos, sendo seis utilizados no período da manhã e outros seis entre a tarde e a noite.

“Eles começaram a trabalhar com dois caminhões pela manhã e dois à tarde. Por isso, ficamos com uma deficiência violenta, o que a população acabou sentindo como reflexo nos primeiros dias do ano”, justificou o secretário.

Por conta das comemorações do Natal e do Ano-Novo, Rezende afirmou que o volume produzido pelas residências aumentou. Em contrapartida, com a redução dos caminhões em circulação, o lixo passou a ficar acumulado.

A deficiência na coleta foi sentida mais em regiões periféricas do município, como conta Marcus Vinicius Fernandez Avila, presidente da Associação dos Moradores do Vale dos Lagos. Distante seis quilômetros do centro da cidade, o bairro é atendido três vezes por semana (segunda, quarta e sábado) pela coleta.

Por conta do atraso, os moradores tiveram transtornos que ainda perduram, mas devem ser resolvidos nos próximos dias. Eles têm lixo acumulados do Natal e Ano-Novo. “Ficamos uma semana sem coleta – entre o fim do ano passado e o começo deste”, contou a esposa do representante, Celma Avila.

Segundo ela, para colaborar com a normalização e evitar mau cheio e proliferação de insetos e animais, os moradores acomodaram o lixo em sacos plásticos. “Juntamos tudo em um recipiente de tamanho grande e colocamos na lixeira pública que a Prefeitura mantém na frente do bairro”, relatou.

O problema é que os sacos são de padrão maior que o aceitável pela Proposta. A empresa informou aos moradores que não pode despejá-los nos caminhões, por conta do volume ser superior ao da capacidade de processamento dos veículos.

Nesta semana, os residentes devem voltar a separar os materiais. “Nós queríamos deixar o bairro o mais limpo possível, mas acabamos tendo um transtorno, porque o lixo está em sacos que têm um volume muito grande. Até este sábado (dia 21), vamos arrumar tudo”, disse o presidente da associação.

Para o secretário, a normalização só foi possível por conta da retomada do contrato com a Proposta. A empresa voltou a disponibilizar um número maior de caminhões. Os veículos também realizam a coleta após as 22h, registrando aumento de 60 toneladas por dia de lixo recolhido, por haver “estoque”.

“Até a semana passada (dia 8), o serviço estava complicado, mas agora começou a regularizar. De agora em diante, o volume de lixo recolhido cairá”, disse.

Em Tatuí, a maior incidência de lixo (dias com maior volume recolhido) se dá nas segundas e terças-feiras de cada semana. De acordo com o secretário, isso acontece porque muitos acumulam resíduos nos finais de semana, especialmente em regiões da zona rural, nas quais estão situadas casas de veraneio.

“Na segunda, o lixo fica acumulado do domingo e, na terça, da segunda. De quarta-feira em diante, com a coleta diária, o volume ‘volta ao normal’”, ressaltou.

Rezende acrescentou que a Prefeitura retomou o contrato com a Proposta porque ele estava vigente. Segundo o secretário, o Executivo apenas suspendeu extraoficialmente o acordo. “Digamos que a administração anterior só pediu para a empresa parar, mas não quebrou o contrato”.

Mesmo “não dando baixa”, a Prefeitura teria feito os contratos emergenciais com a Proactiva. Entretanto, as informações preliminares são de que o Executivo não teria feito pagamento também à Proactiva.

“Fizeram um contrato de emergência de um período. Depois, renovaram, mas o problema é que não foi pago nada”, disse o secretário. Ainda conforme ele, há outro complicador: como não rompeu o contrato formalmente, a Prefeitura continuou devendo para a Proposta e corre o risco de ser cobrada.

Pelos cálculos do secretário, a empresa tem contrato vigente com a Prefeitura por mais 18 meses. Apesar disso, o Executivo decidiu manter licitação programada para este mês para contratação de aluguel de caminhões a serem utilizados no trabalho de recolhimento de lixo doméstico.

O processo deve ocorrer da segunda metade de janeiro em diante, quando o Executivo abrirá o período de compras para o exercício de 2017.

“Vamos analisar qual será a melhor solução, mas é preciso fazer um processo para que possamos ter ajuda, porque os bairros vão aumentando, assim como os condomínios, e ter mais veículos ajuda muito”, disse Rezende.

Também segundo o secretário, a Prefeitura deverá definir qual modelo será “mais apropriado”. Até então, os veículos e os motoristas eram terceirizados, com o recolhimento feita por funcionários do município e contratados emergencialmente.

O processo de licitação pode prever ampliação desse modelo ou sua alteração. “Talvez sim, talvez não. Vamos adotar a melhor medida para não onerar a administração e que vai ser discutido com a Fazenda e Finanças”, comentou.

Funcionários do Departamento Jurídico da Prefeitura também deverão contribuir para o processo de contratação. De antemão, Rezende afirmou que a atual administração cumprirá com todos os acordos em vigência no município.

 

Dias de coleta

Além da normalização, a Prefeitura voltou a divulgar o itinerário do recolhimento do lixo doméstico. Na zona urbana, as coletas acontecem diariamente no centro e em seis bairros (Rosa Garcia 1, vila Menezes, vila Dr. Laurindo, Chácara Junqueira, Jardim Palmira e Jardim São Paulo), a partir das 17h.

Nesse mesmo horário, os caminhões circulam no Residencial Astória, de segunda a quinta. De terça a quinta, também às 17h, o lixo é recolhido nos Jardins São Paulo e Saba, Andrea Ville, Fortunato Minghini, Nossa Senhora de Fátima, Manoel Guedes, Cidade Ternura, Santa Cruz, Santa Emília, Lucila e 11 de Agosto.

Às terças, quintas e sábados, são atendidos o Parque Industrial, Jardim América, São Conrado, Santa Luzia, Jardim Primavera, Luis Guedes, Thomaz Guedes, Vale da Lua, San Raphael, São Lázaro, Rosa Garcia 2, São Judas Tadeu, Inocoop, Donato Flores, Jardim Mantovani e Santa Rita de Cássia, a partir das 7h.

A partir das 17h, nas segundas, quartas e sextas, a coleta é realizada no Jardim Wanderley, Senna Ville, Residencial Atlanta, CDHU “Orlando Lisboa de Almeida”, Village Engenheiro Campos, Alvorada, Vila Brasil e Santa Cruz.

Moradores do Nova Tatuí, Jardim Europa, vila Esperança, São Cristóvão, Jardim Tóquio, Jardim Gonzaga, Jardins de Tatuí, vila Angélica, Jardim Aeroporto e Europark são atendidos pela coleta a partir das 7h às segundas e quartas.

Na zona rural, o recolhimento é dividido em dias da semana. Na segunda, o serviço funciona na Lagoa Vermelha, Rio das Pedras, Guarapó, Fragas, Maria Tuca, Ecopark, Vale dos Lagos, Portal das Nogueiras, Jurumirim, Enxovia e Astória.

Nas terças, os caminhões passam no Guaxingu, Mirandas, Sarapuí, Congonhal e distrito de Americana. Moradores do Santa Adelaide, Sabesp, Novo Horizonte, Vale dos Lagos, Jardim Gramado e Campinho são atendidos às quartas.

Os caminhões circulam às quintas nos residenciais Astória, Gaiotto, Ecopark, distrito industrial, Fragas, Lagoa Vermelha, Rio das Pedras, Guarapó, Maria Tuca, Enxovia e Portal dos Nogueiras. Às sextas, as coletas são realizadas no Rio Tatuí, Água Branca, Congonhal, Sarapuí, Mirandas e Guaxingu.

Aos sábados, os veículos de coleta passam pelo Portal das Nogueiras, Jurumirim, Enxovia, Vale dos Lagos, Jardim Novo Horizonte e distrito de Americana.