Reportagem publicada na edição de quarta-feira da semana passada, dia 8, gerou indignação por parte da comissão do banco de sangue e de “vários associados” do Lions Clube de Tatuí. Em nota enviada a O Progresso, os representantes da entidade informaram que repassaram comunicado à população “esclarecendo como o Lions colabora com o banco de sangue” (leia nesta edição).
O Lions entregou o material aos jornais e rádios da cidade no qual enfatiza que a “responsabilidade de manutenção é de inteira responsabilidade da Santa Casa”. A manifestação pública diz respeito à reportagem “Banco de Sangue interrompe coleta e passa por mudanças”, publicada a partir de entrevista realizada com a provedora da Santa Casa, Nanete Walti de Lima, e o diretor financeiro do hospital, João Prior, no dia 6, sobre a situação do “Fortunato Minghini”.
Conforme os representantes do hospital, o banco de sangue está sem coletar a 60 dias. O motivo é que a unidade tem equipamentos obsoletos e precisa, urgentemente, trocá-los. Também apresentava deficiência com relação a profissionais. Por conta disso, a Santa Casa – que administra o banco de sangue – decidiu interromper apenas os procedimentos de coletas de sangue.
A Santa Casa informou que os aparelhos do banco de sangue não apresentam mais condições de serem calibrados. Como eles são considerados “muito antigos”, a provedoria relatou que precisa haver troca, mas que, no momento, não tem recursos disponíveis para adquirir novos maquinários.
Como solução paliativa, Nanete divulgou que a Santa Casa realizou um “acerto” com o Banco de Sangue de Botucatu. Pelo acordo, a equipe botucatuense oferece cobertura para o município (fornecendo sangue) e coletando em Tatuí.
Em paralelo, uma equipe que trabalha na unidade de Tatuí vai até Botucatu para receber treinamento. As funcionárias estão concluindo um curso de aperfeiçoamento.
Pelos cálculos da provedora, a readequação do espaço vai exigir investimento da ordem de R$ 35 mil a R$ 60 mil. O recurso está sendo pleiteado junto a um deputado estadual pelo vice-provedor Máximo Machado Lourenço.
No momento, o banco de sangue funciona como uma “agência transfusional”, servindo apenas para armazenar sangue e seus derivados (plaquetas, plasma e granulócitos). Como não pode coletar o material, a unidade apenas recebe sangue de Botucatu e que é usado para transfusões em Tatuí.
Nota da reportagem
As informações constadas na nota enviada pelo Lions também estão presentes na reportagem publicada por O Progresso. A partir do 22º parágrafo do texto, a reportagem informa que o primeiro prédio do banco de sangue foi entregue à Santa Casa no dia 2 de setembro de 1956, sendo fundado em 1955 pelo primeiro presidente do Lions de Tatuí, Fortunato Minghini.
Também citou que, em 2003, o clube de serviços decidiu construir um novo prédio para a unidade, de modo a adequá-lo às exigências sanitárias para funcionamento. O anterior tinha entrada e saída pela rua Capitão Lisboa, sendo substituído pelo atual, mais moderno, e que fica na rua Cônego Demétrio, sem número.
Com colaboração da população, da Prefeitura, verbas da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e subsídios doados pela LCIF (Fundação Internacional dos Lions Clube, na tradução para o português), o novo espaço foi construído. Na época da inauguração, ele foi entregue “totalmente equipado”.
A reportagem também constou, ao final do texto, que a responsabilidade de manutenção passou para a Santa Casa. Em 2005, o hospital assumiu os encargos do custo operacional. Entretanto, o Lions continuou colaborando com a unidade.