Laboratório do curso de PF da Fatec deve ficar pronto em maio de 2015





David Bonis

Entrada do estúdio, que está com parte civil totalmente concluída

 

O estúdio do curso de produção fonográfica da Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” deve ficar pronto no mês de maio de 2015. Essa é a previsão do diretor da unidade, Mauro Tomazela.

A inauguração no primeiro semestre do ano que vem, no entanto, não será completa. Isso porque parte da verba para arcar com restante dos custos do projeto, que deve atingir o total de R$ 14 milhões ao final do processo de construção, ainda não foi totalmente liberada pelo Centro Paula Souza – autarquia ligada ao governo do Estado de São Paulo, responsável pela administração das 63 Fatecs.

O impedimento financeiro dificultará a aquisição dos equipamentos específicos que a direção da unidade local pediu ao Centro para implantar no estúdio. Alguns produtos considerados de “alto valor de compra” serão adquiridos apenas no futuro, após a inauguração do laboratório.

O preço desses equipamentos e o acabamento acústico do estúdio são, atualmente, os únicos pontos que faltam para a conclusão do laboratório, pois a parte civil do prédio está terminada, conforme Tomazela. Inclusive, alguns professores já usam o espaço para dar aulas e apresentar vídeos às classes de produção fonográfica.

Como alternativa para concluir o estúdio, a direção da unidade colocará materiais mais baratos num primeiro momento para que, no futuro, cheguem os produtos importados pedidos ao Centro Paula Souza.

“Nesse processo emergencial, optamos por equipamentos mais baratos e que durem menos. Uma mesa importada, de durabilidade de 20 anos, mais ou menos, custa quase R$ 3 milhões. Uma mesa mais simples custa R$ 300 mil”, exemplifica Tomazela.

“Essa foi uma decisão que definimos. O produto de R$ 3 milhões foi o que pedimos, mas, enquanto não vier, vamos trabalhando com algo mais simples. Não vai existir prejuízo nenhum”, garante.

Alguns produtos de menor valor de mercado já foram adquiridos, segundo a assessoria de imprensa do Centro Paula Souza. Eles devem chegar à unidade local até o final de 2014, conforme o departamento de comunicação da autarquia.

A alternativa de aquisição de produtos mais em conta servirá, sobretudo, para aplacar questionamentos por parte do alunado em relação à falta de um laboratório próprio para o curso de produção fonográfica.

Tanto que, no início do ano letivo, um grupo de estudantes protestou contra a falta do equipamento. Conforme argumentaram alguns estudantes à época, a falta do laboratório prejudicaria, inclusive, a formação acadêmica do corpo discente.

O ato aconteceu no dia 30 de janeiro deste ano, e contou com alunos de seis classes do curso tecnológico em produção fonográfica. Entre as reivindicações do alunado, a mais enfatizada foi a conclusão do laboratório, destinado às aulas práticas.

Ocorre que o projeto para a construção do espaço para as aulas de produção fonográfica na Fatec-Tatuí existe desde o início do curso, em 2009. Cinco anos depois, no entanto, ainda não foi concluído.

Por meio de nota, o setor de comunicação do Centro Paula Souza afirma que o atraso na conclusão do “laboratório/estúdio de gravação do curso de produção fonográfica na Fatec de Tatuí, se deve à complexidade e às especificidades dos equipamentos e do revestimento acústico a serem adquiridos”.

Do ponto de vista financeiro, o Centro liberou, no segundo semestre do ano passado, a compra dos equipamentos para o laboratório e a implementação do acabamento acústico para estúdio. Apenas essas duas demandas custam cerca de R$ 7 milhões, segundo Tomazela.

A direção da Fatec local acreditava que a verba total para a aquisição dos materiais seria liberada no início de 2014, o que não ocorreu. A alternativa encontrada foi a compra fracionada desses objetos.

O modo como esses produtos são adquiridos também é apontado como fator que dificulta a conclusão do estúdio. A busca deve ser realizada por meio da BEC (Bolsa Eletrônica de Compras).

Trata-se de dispositivo eletrônico para negociação de preços na qual todos os bens e serviços que são adquiridos para órgãos públicos do Estado de São Paulo devem constar.

O processo permite mais fiscalização e, também, proporciona “igualdade de condições de participação de todos os usuários”, conforme definição do próprio governo do Estado.

Um gestor público autorizado precisa cadastrar, no endereço eletrônico da BEC (www.bec.sp.gov.br), as especificações de cada produto que o projeto demanda, sem definir uma marca.

Após o cadastramento do produto no sistema, é preciso lançar preços. O cadastro deve inserir, também, três valores diferentes para cada produto e, ao final, a média entre esses preços. O sistema da Bolsa Eletrônica de Compras vai indicar quais empresas autorizadas a firmar negócios com o setor público têm o equipamento desejado.

A aquisição desses produtos e a implantação do acabamento acústico são os únicos pontos que faltam para a conclusão do laboratório. Mas, por um lado, se a direção da Fatec encontrou alternativa à compra dos equipamentos, em relação ao tratamento acústico, ainda é preciso licitação.

As regras do pregão devem ser definidas pelo departamento jurídico do Centro Paula Souza. De acordo com Tomazela, devido à alta demanda de serviços que o setor recebe em período eleitoral, o procedimento sofreu atraso nos últimos meses, embora não tenha sido totalmente paralisado.

Parceria

Após o período de construção e de aquisições, a previsão é de que o laboratório esteja pronto em maio do ano que vem. Com a conclusão, a direção da Fatec estuda a formalização de parceria com o Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, para que a instituição possa usar, para gravações de projetos e aulas expositivas, o futuro estúdio da Fatec.

Conforme Tomazela, a ideia é formalizar uma parceria que já existe de maneira informal, pois gestores do Conservatório fizeram parte desde a elaboração do projeto pedagógico do curso de produção fonográfica da Fatec.