Absolvido da acusação de homicídio em júri popular na terça-feira, 31 de maio, o vereador Márcio Antonio de Camargo (PSDB) afirmou a O Progresso que “a justiça foi feita”, mas que esperava que o processo, o qual levou 13 anos para ser levado a julgamento, fosse mais rápido.
“No meu entender, o processo se estendeu de uma maneira que não tinha necessidade de ir para júri, mas, enfim, foi provada a minha inocência. Acredito na Justiça”, declarou.
O parlamentar foi acusado de ser o autor de um homicídio em 2003. O crime ocorreu no mês de fevereiro, em uma festa no bairro Inocoop. Cláudio Bueno de Campos foi morto a tiros. Testemunhas afirmaram à Polícia Civil, na época, que Camargo supostamente saiu do local correndo com uma arma na mão.
O júri popular se iniciou às 9h30 e estendeu-se por mais de duas horas. Durante o depoimento, o parlamentar negou a autoria do crime. Os jurados entenderam que as provas contra Camargo não eram suficientes para a condenação e absolveram-no.
Cinco testemunhas de defesa também deram versões. As duas únicas testemunhas de acusação não compareceram ao julgamento. Outra testemunha, segundo o vereador, estaria respondendo na Justiça por falso testemunho.
“A testemunha não sabia, não viu, falou uma coisa no primeiro depoimento e disse outra nos depoimentos seguintes. Com certeza, ela deve ter entendido que eu não seria o culpado e que não me viu”, afirmou.
Camargo comentou que a Promotoria não deverá recorrer da decisão por entender que não havia provas suficientes para a condenação, só a palavra das duas testemunhas que faltaram ao julgamento.
“A Promotoria entendeu que não tinha prova suficiente para querer a condenação. Então, na verdade, o processo extingue, nem tem o porquê de dar continuidade nisso. Já em 2013, na documentação, o promotor tinha entendido que não havia provas suficientes”, declarou.
O vereador disse que a acusação era conversada abertamente com a esposa e os dois filhos, que acreditavam na absolvição dele. Apesar do entendimento familiar, Camargo enfrentou duas vezes situações como a distribuição de panfletos acusando-o de homicídio.
A primeira ocasião ocorreu em 2014 e a segunda, neste ano. “Adversários políticos usaram de panfletos para denegrir a imagem do vereador e a do ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo”, comentou Camargo.
Foram feitos boletins de ocorrências dos casos, entretanto, mas a autoria não foi descoberta. “De repente, tinha gente lançando esses papéis, denegrindo a minha imagem, colocando para a população aquilo que, no final, não ficou comprovado na Justiça”, declarou.
A acusação de homicídio não chegou a atrapalhar o trabalho parlamentar, segundo o vereador. “Os colegas de Câmara sempre separaram a vida política da pessoal e nunca trataram do assunto”, comentou Camargo.
“É uma questão que, na verdade, no trabalho, nas discussões da tribuna, nunca foi direcionado, pois é uma questão que nada tem a ver com o trabalho da Casa, o desempenho como vereador”, concluiu.