Jovem de Tatuí precisa arrecadar R$ 30 mil para prótese em perna

Samara Nascimento teve o membro amputado em acidente rodoviário

Samara Martins de Oliveira Nascimento (Foto: Arquivo pessoal)
Da reportagem

A jovem Samara Martins de Oliveira Nascimento, de 24 anos, moradora da vila São Lázaro, em Tatuí, está promovendo uma “Vakinha Virtual” para poder adquirir uma prótese transfemural para uma perna e realizar o sonho de voltar a trabalhar.

O modelo de prótese que ela precisa para ajudar a se locomover, ter mais mobilidade nos afazeres domésticos e realizar o sonho está orçada em R$ 30 mil. Ela iniciou a campanha em setembro de 2021 e, em quase dois anos, só arrecadou 29% do necessário (R$ 8.705).

A jovem teve a perna direita amputada após um grave acidente rodoviário, ocorrido na noite de 9 agosto de 2021, na estrada do Ribeira, próximo a Apiaí (SP). Samara trabalhava como ajudante de carga e descarga, ao lado do marido e motorista, Gustavo Silva.

De acordo com Samara, o casal estava em um caminhão, carregado com sacarias de milho, quando, devido a uma falha mecânica, o motorista perdeu o controle da direção e o veículo acabou capotando.

Com o impacto, a perna direita da jovem ficou presa às ferragens e precisou ser amputada. Samara foi encaminhada a um hospital daquela região, onde acabou medicada e permaneceu internada por três dias. O marido sofreu ferimentos considerados leves e foi liberado no dia seguinte.

“O impacto acabou cortando a minha perna na altura do fêmur, um pouco para cima do joelho e, desde o acidente, estou tentando conseguir uma prótese para me ajudar na locomoção”, conta a jovem.

“Fiz o orçamento em uma clínica especializada e comecei a vaquinha para tentar arrecadar o dinheiro, porque pelo SUS também é complicado de conseguir”, acrescenta.

Voltando para casa, Samara precisou de alguns meses de reabilitação para voltar a fazer tarefas com o uso de muletas e teve de parar de trabalhar. Ela conta que o marido e a mãe a ajudaram com as tarefas domésticas e a cuidar do filho do casal, na época com três anos de idade.

“No começo, eu não fazia nada em casa, tinha muito medo de a pele ceder de novo e ter que passar por uma cirurgia nova. Então, meu esposo fazia tudo: limpava, lavava as roupas e todo o resto. Mas, depois de um tempo, fui cansando e quis voltar à rotina. No começo, era bem difícil, mas agora me acostumei”, lembra ela.

A adaptação também envolveu o relacionamento entre casal. Conforme Samara, logo após o acidente, o marido se culpava pelo ocorrido, por estar dirigindo o caminhão. “Tive que ser forte. Meu marido estava entrando em depressão, achava que a culpa era dele, mas, agora, as coisas se colocaram no lugar”, diz ela.

“Com tudo isso, achei importante não chorar por aquilo que perdi – que foi apenas um membro – e focar no que eu tenho: minha vida, minha família, meu marido e meu filho”, assegura.

Conforme a jovem, apesar de conseguir realizar todas as tarefas em casa, a conquista da prótese iria trazer mais mobilidade e, também, a ajudaria na volta ao trabalho registrado, além de fazê-la se sentir realizada.

“Faço tudo em casa, mas tem coisas que é difícil fazer com a muleta. Para passar pano no chão, por exemplo, preciso das mãos livres. Então, pulo com uma perna só e passo. Mas, a prótese me daria a oportunidade de poder voltar a trabalhar, que é meu sonho, além de ajudar a me sentir mais útil, me dar maior mobilidade e facilitar a minha rotina diária”, argumenta Samara.

Ela conta que não estava trabalhado com registro em carteira quando o acidente ocorreu e, por isso, não conseguiu nenhum tipo de benefício para arcar as despesas do tratamento de recuperação e da casa.

“A prótese iria mudar muita coisa na minha vida, ia me ajudar a ter mais confiança, conseguir me sustentar pelo meu trabalho, e isso é muito importante. A gente aprende a se virar, mas a prótese me daria muito mais autonomia e me traria muitas outras possibilidades”, conclui Samara.

O link da “Vakinha Virtual” é o https://www.vakinha.com.br/2410011.