Jornada de 6h ‘força’ a redução de horário em postos de saúde





O novo expediente de servidores municipais da Saúde e a “falta de demanda” fizeram com que a Prefeitura reduzisse o horário de funcionamento de algumas UBSs (unidades básicas de saúde).

Essas são as razões apresentadas pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, sobre questão levantada por leitores e encaminhada à reportagem de O Progresso.

De acordo com moradores, dois postos da zona rural e um da urbana encerram os trabalhos mais cedo. Eles atendem até às 13h.

Procurado pela reportagem, o prefeito confirmou a redução do horário de atendimento e informou que ela se deve a levantamento feito nas unidades e a uma necessidade.

A medida contraria os planos iniciais do Executivo. No final do ano passado, a Prefeitura divulgou que a população teria uma hora a mais para utilizar as unidades.

No entanto, no distrito de Americana, Congonhal e no Jardim Rosa Garcia, os postos fecham quatro horas mais cedo, levando-se em consideração o expediente antigo, que se encerrava às 17h.

Conforme o prefeito, nos postos rurais, o Executivo detectou que o atendimento se concentrava apenas no período da manhã.

“Então, não tinha o porquê de ter um atendimento na parte da tarde. Até o momento, não chegou nenhum índice que justificasse os postos abertos após as 13h”, declarou.

Na zona urbana, a mudança de expediente tem outra motivação. Segundo o prefeito, a Secretaria Municipal da Saúde teve de adotar novo horário, para algumas unidades, por conta da falta de funcionários.

Com a redução da jornada de trabalho (de oito para seis horas), o Executivo precisaria implantar um “segundo turno”. Entretanto, não conseguiu fazê-lo por causa da “folha de pagamento”.

Mesmo tendo anunciado em dezembro do ano passado que conseguira reduzir o percentual do Orçamento comprometido com os salários dos servidores, Manu disse que ainda não tem condições de realizar novo concurso.

“Automaticamente, quando eu diminuo a hora de serviço, tenho de ter outro profissional para suprir. Então, como eu não consegui fazer isso no ano passado, houve esse problema. Mesmo assim, são unidades que detectamos que os atendimentos se concentravam apenas no período da manhã”, argumentou.

O prefeito sustentou que o expediente normal é mantido nas unidades que apresentam demanda por atendimento. Afirmou, também, que, a partir deste ano, a Prefeitura pretende contratar mais profissionais para atuar nos postos de saúde. Para isso, está preparando “um estudo mais bem elaborado”.

Ainda segundo o prefeito, o novo horário de funcionamento das UBSs não implica em “inchaço” do Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”.

De acordo com ele, a média diária de pacientes que procuram o ambulatório para atendimento (de casos considerados não graves) tem se mantida a mesma (500 pessoas) que antes do fechamento das unidades após as 13h.

“O que nós detectamos, realmente, é que a população que vai ao pronto-socorro é a que vai à UBS, mas não quer esperar”, argumentou o prefeito.

De acordo com ele, a procura pelo ambulatório deve-se a uma “questão cultural”. Manu considerou que os pacientes preferem esperar duas horas, ou mais, e ter os exames em mãos a ter de agendar uma consulta com especialista. Por essa razão, o pronto-socorro chega a ser mais “disputado” que os postos.

Também para modificar esse panorama, o prefeito adiantou que realizará um “trabalho firme” no sentido de melhorar as infraestruturas das UBSs. No ano passado, o Executivo concluiu reformas em, pelo menos, quatro postos.

O objetivo é que as pessoas possam se tratar nas unidades e não no ambulatório.