Jorge Rizek 16/09/2023

Foto: Alexandre Kaiao

Diziam pra mim que essa moda passou
Que monogamia é papo de doido
Mas pra mim é uma honra
Ser uma cafona pra esse povo

Me pinto pra disfarçar
Rebusco palavras pra te encantar
Reinvento uma moda, faço Bossa Nova
Meu futuro, no Rio será

Chico, se tu me quiseres
Sou dessas mulheres de se apaixonar
Pode fazer a sua fumaça
O Bar da Cachaça vai ser nosso lar

E, Chico, se tu me quiseres
Debato política, tomo o teu partido
E se for pra repartir o amor
Que reparta comigo

(Bruno Caliman / Luísa Sonza / Douglas Moda / Carolzinha / Jenni Mosello)


“Tristeza e raiva nos cegam e não permitem ver a porta aberta para a próxima etapa da jornada.”
Shmuel Lemle – “Sementes de Cabala”


O estilista Dief Gomes faz desfile para lançar sua Coleção Essencial com a Cipatex, domingo, 1º de outubro, na Fazenda Villa Jabuticaba, em Tietê.

Nesse evento, Dief comemora dez anos de ateliê lançando a linha “Vest da Cipatex”.


A Apae Tatuí programou uma “costela de chão” para 12 de novembro em prol da entidade.

Já no sábado, 7 de outubro, a Apae Tatuí, em parceria com a Massas Attilio, oferece “Nhoque Solidário”. A entrega será das 12h às 15h.


O Ópera Mix incluiu no cardápio churrasco na brasa com várias opções no menu.


Em prol à Casa de Apoio ao Tratamento de Câncer de Tatuí em Jaú, acontecerá um jantar com música ao vivo dia 23 de setembro, no Lar Donato Flores. Reservas 3251 1544 / 99811 7787.


Desde esta quinta, 14, e todas as quintas, o Grupo Musical Bravo Tatuí estará se apresentando na churrascaria O Costelão à noite, com várias formações musicais.


A Casa Lourenço, de Cristian Lourenço, está produzindo um projeto fotográfico para ser apresentado na “Primavera dos Museus”, que acontece em todos os museus do estado e aqui no Museu “Paulo Setúbal”.


Em outubro, o Conservatório e a Zonzo Compagnie trazem para Tatuí e ao Teatro Municipal de São Paulo, pela primeira vez na América Latina, o Big Bang Festival – uma performance festiva à aventura musical e à arte sonora para o público infantil.

O evento internacional é gratuito e reunirá espetáculos belgas e brasileiros, em clima de cortejos sonoros, oficinas e diversas atrações interativas para crianças e para a família.

Dia 12 de outubro, será no Theatro Municipal de São Paulo e dias 14 e 15 de outubro, no Conservatório de Tatuí.


O Centro Hípico de Tatuí recebe dias 7 e 8 de outubro o 1º Torneio de Beach Tennis da Família – Erica Mendes. Categoria sub-10, sub-12, sub-14, sub-16 – feminino e masculino e/ou com pai e mãe.


Ricardo Amaral faz sessão “remember” com seu famoso evento “Golden Hits”, que está comemorando 11 anos neste sábado, 16, no Yolanda Club, em Boituva.


O Beco já agendou sua tradicional Festa do Branco, sábado, 23 de setembro, com DJ Felipe Mello, Aruan e Tigre e Grupo KP.




TIM-TIM
17 – Fábio Pereira
18 – Flávia Grandino Gobbi
19 – Marcos Gasparian
20 – Patrícia Vieira Caporrino / Fábio Villa Nova
21 – Bernadete Zillo
22 – Dam Fornazza


NIGHT AND DAY
Bodega
Sábado 16 – 23h – Léo Bueno e Júlio Cesar + Beto Sam
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Boteco do Bodega
Sábado 16 – 17h – Jéssica e Juliana
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Fábrica Rock
Sábado 16 – 21h – banda Boatos
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G7
Sábado 16 – 20h
Anderson Moraes e Gabriel
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Boteco do Tuka
Domingo 17 – 20h – Pagode do KP
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Beco do Samba
Sábado 16 – 12h – Roda de Samba
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O Costelão
Quinta 21 – 20h –
Grupo Musical Bravo Tatuí
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Teatro ‘Procópio Ferreira’
Sábado 16 – 15h – “Da Raiz para o Mundo”, Coro Brincantos, Grupo Música Raiz, Orquestra dos Povos.
Domingo 17 – 17h – Cine Bibi – “Os Terraços”
Terça 19 – 19h30 – Cine Bibi – “O Apartamento”
Quarta 20 – 20h – concerto Banda Sinfônica Conservatório
Quarta 21 – 20h00 – Grupo Raiz do Conservatório
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Cine ‘Santa Helena’
17h – “As Tartarugas Ninja”
19h / 21h15 – “Besouro Azul”
19h15 / 21h30 – “A Freira 2”


FALEI E DISSE
“Não sou melhor que o Pelé, sempre quis escrever minha história.”
Neymar, após fazer dois gols contra a Bolívia, vira o maior artilheiro da história da seleção
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“Hoje eu tenho maturidade diante da câmera.”
Ivete Sangalo
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“Você quer gritar para o mundo que não é aquela pessoa, mas ninguém quer te ouvir.”
Marcius Melhem, acusado de assédio sexual
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“A Aids foi esquecida porque saiu de moda falar sobre o assunto.”
Lucinha Araújo



Vera Holtz na revista Ela, do Jornal O Globo

Vera Holtz fala sobre libido aos 71 anos: ‘Tenho vários crushes em fantasia’

Atriz está em cartaz com peça assistida por cerca de 40 mil pessoas no Rio e estreia longa que lhe rendeu prêmio em Gramado nos cinemas

  • Por Eduardo Vanini (Da Revista Ela)

Sentada na soleira da porta da casa da família, em Tatuí, no interior de São Paulo, Vera Holtz anunciou, aos 14 anos, uma decisão irrevogável: “De mim, não esperem filhos”. Houve quem “quase caísse para trás” e considerasse a fala uma heresia, mas a menina já demonstrava a convicção de uma adulta determinada. “Não me pergunte por que, mas nunca quis. Era uma coisa clara para mim. Sempre bati de frente com narrativas impostas”, recorda-se a atriz, que acaba de completar 71 anos.

Fazer uma afirmação como essa na década de 1960 evidenciava o quanto seguir as convenções estava longe dos planos da garota. Àquela altura, ela já havia sido plenamente fisgada pelas artes e, a todo momento, caminhava alguns passos à frente dos demais.

foto: Leo Aversa

“Lembro-me de estudar piano e já pensar no sintetizador”, recorda-se. “Eu dizia: ‘A música não vai ser feita apenas com os instrumentos que querem que a gente domine. Estamos em outro lugar, temos o rock ‘n’ rol’.”

Aos 23 anos, mudou-se para São Paulo, onde cursou a Escola de Artes Dramáticas da USP e começou a erguer os patamares de uma bem-sucedida carreira de atriz. Transitou entre o cult e o popular e alcançou o status de uma das artistas mais queridas pelo público brasileiro, tanto na TV quanto no teatro e no cinema.

“Tia Virgínia”, longa lançado no mês passado no Festival de Gramado e do qual é protagonista, reafirmou esse reconhecimento. O filme chega aos cinemas no dia 9 de novembro com seis Kikitos, o troféu da premiação, um deles de melhor atriz.

“Nunca imaginei que ganharia esse prêmio tão emblemático para a minha geração”, comemora Vera, que contracena com nomes como Louise Cardoso, Antonio Pitanga e Arlete Salles na obra.

Diretor do longa, Fabio Meira conta que, por ter sido a primeira exibição, havia muita expectativa sobre como a história cheia de conflitos de uma mulher solteira, de 70 anos, que cuida da mãe, de 99, seria assimilada pelo público. Mas, antes mesmo dos troféus serem entregues, a resposta estava dada. “O filme foi aplaudido em cena aberta em três momentos diferentes, todos de muito vigor da Vera”, diz ele, acrescentando que vários espectadores sinalizaram alguma identificação com a personagem. “Ela tem uma humanidade na interpretação que faz com que seja confundida com a própria família das pessoas.”

Uma sensação experimentada pela atriz há alguns anos, desde que passou a enfileirar personagens sensíveis na teledramaturgia. Em “Mulheres Apaixonadas”, novela lançada em 2003 pela TV Globo e em reprise no “Vale A Pena Ver de Novo”, fez o público refletir sobre as dores do alcoolismo, por meio da professora Santana. Na época, Vera se lembra de ser abordada por mulheres que a confidenciavam, ao pé do ouvido: “Eu já bebi perfume”. “Foi tão forte que me chamaram para fazer uma personagem cômica pouco depois e recusei. Ainda não era a hora.”

Dois anos antes, a atriz havia levado ao ar, em “Presença de Anita”, no mesmo canal, outra personagem paradigmática: Marta, uma mulher que vivenciava um despertar libidinoso aos 50 anos. A trama incluía ondas de desejo e cenas de sexo com o ator Taiguara Nazareth, cerca de 20 anos mais novo, numa combinação explosiva o suficiente para também despertar confissões das espectadoras. “Elas diziam para mim que adorariam estar no meu lugar. Então, eu respondia: ‘O que custa? Vá atrás! Não é porque você tem 50 anos que a sua sexualidade morreu.”

Nem 70 ou mais. Ao refletir sobre o tema duas décadas depois, ela afirma que o desejo, um tabu para mulheres mais velhas, segue pulsante em seu corpo. “É normal, embora não tenha a mesma frequência. Também não acho que a sexualidade passe apenas pelo sexo. Passa por tudo. Falo do tesão pela vida, do êxtase diante de uma obra… Mas as pessoas querem que a mulher, depois de envelhecer, vire o Papai Noel”, protesta, declarando-se entusiasta de que todas tenham ao menos um “crush invisível”. Ela explica, entre risadas, o conceito: “A mulher tem de ter um universo secreto. É um direito dela. Tenho vários crushes em fantasia, em São Paulo e adjacências.”

Conselhos de alguém feliz também com a qualidade dos relacionamentos vividos ao longo da vida. Solteira e amiga de todos os ex-namorados — dado mencionado com orgulho —, ela conta que sempre esteve “em estado de paixão”. “Precisava dessa química e tive muitas relações”, afirma. “Às vezes, mando mensagens, envio coraçãozinho para lembrá-los de que não me esqueci de como eles amam. Ninguém ocupa o lugar de intimidade que existiu com alguma pessoa. É só dela.”

As atitudes e a sensibilidade de Vera para falar sobre temas tão caros ao universo feminino a transforma numa espécie de farol capaz de iluminar novas possibilidades de existência. Ela foi, por exemplo, uma das primeiras atrizes a adotar os cabelos brancos, algo que incentivou muitas admiradoras a fazer o mesmo. Já no recém-lançado documentário “As Quatro irmãs”, em cartaz em diferentes plataformas de streaming, emocionou as espectadoras ao narrar uma menstruação vivenciada aos 63 anos. Causada possivelmente por uma reposição hormonal, a experiência se deu durante as gravações do longa, dirigido por Evaldo Mocarzel, em que ela revisita o passado da família ao lado das três irmãs. “Queria falar dos ciclos. Estava falando da menina, da menina velha, e sangrei”, recorda-se. “Foi um movimento do meu corpo. Gosto da ideia do ritual, do sangramento, do feminino.”

Com cenas filmadas em meio aos cômodos da casa de Tatuí, o documentário mostra como a família ocupa lugar central na vida da atriz, algo que ela diz ter se dado conta somente com o passar dos anos. Entre as memórias mais saborosas, estão as travessuras da juventude, com direito a escapadas pela janela para ir a festas e “transgressões” armadas juntamente com o produtor de eventos Jorge Rizek, um de seus mais fiéis amigos desde aqueles tempos.

Entre as peripécias protagonizadas por eles, está a montagem de um espetáculo sobre os protestos da década de 1970, que foi proibido pelo juiz da cidade. “Decidimos fazer uma leitura mesmo assim, e chamaram o Dops. Não sei como não fomos presos”, recorda-se Jorge, hoje dando risadas da história. “Depois, em São Paulo, fui com ela ao exame para a Escola de Artes Dramáticas. Na época, rondávamos os teatros e frequentávamos os lugares onde iam os artistas, numa vida muito boêmia. Vivíamos cantando pelas ruas.”

Outro episódio marcante compartilhado pelos amigos foi o baile hippie organizado em Tatuí, no clube do qual o pai de Vera, José Carlos Holtz, era diretor. Eles decoraram o salão com tinta acrílica e usaram luz negra para fazer brilhar as pinturas. Para arrematar a atmosfera lúdica, transformaram sanitários em vasos de flores, numa referência aos ready-made do artista francês Marcel Duchamp. José Carlos, porém, não gostou do que viu e respondeu à “audácia” da filha com um tapa.

Vera narra o caso sem demonstrar ressentimento. Reconhece o pai e a mãe, Terezinha Fraletti, ambos já falecidos, como figuras complexas e tenras. Afinal, lhe deram as bases para ganhar o mundo como sempre desejou. “Meu pai era rigoroso, mas presente no sentido de dizer coisas como: ‘Primeiro se forma, depois se casa’”, recorda-se, sobre a preocupação dele em garantir a independência da filha. Mas Vera, de todo modo, tampouco quis se casar. “Sempre entrei em confronto com a autoridade masculina. O homem que quiser diminuir a mim ou qualquer mulher à minha volta não vai se criar. Nunca briguei com ninguém, mas sempre falei o que quis.”

A atriz conversa sobre esses temas de um jeito profundo, numa abordagem quase filosófica. Ao longo de uma hora e meia de entrevista, as falas são pontuadas com sorrisos largos e gargalhadas, interrompidas por um choro involuntário em apenas um momento. É quando discorre sobre o orgulho das raízes caipiras. “Falo não somente por mim”, diz, recompondo-se. “Agora que viajamos com a peça, tenho orgulho do que tem de ‘interior’ dentro de mim. O interior de Minas é genial, assim como o de Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo. O Brasil é magnífico.”

A peça em questão é “Ficções”, inspirada no livro “Sapiens: Uma breve história da Humanidade”, do historiador israelense Yuval Harari, em cartaz no Teatro Casa Grande, no Leblon, até 15 de outubro. Visto por cerca de 40 mil pessoas desde a estreia, no ano passado, o espetáculo guarda um tanto da curiosidade de Vera sobre a experiência humana e faz a plateia refletir sobre temas como política, religião e vida em comunidade, a partir de um acurado senso provocativo. De tão abrangente, chega a ser desafiador para a própria atriz, ganhadora dos prêmios Shell e APTR pela atuação, compreender tamanho sucesso. “Posso dizer que me toca profundamente, e a reação das pessoas é diferente. Há sessões em que plateia se mostra superemocionada e outras em que aparece mais curiosa ou em êxtase”, comenta.

A agenda da atriz tem espaço, ainda, para atuar como supervisora artística do espetáculo infantil “Voz de Vó”, com estreia no dia 22, em São Paulo, e uma outra aparição no cinema. Ela está no curta-metragem “Teatro de Máscaras”, de Eduardo Ades, que será exibido no Festival do Rio, em outubro. A má notícia é que, diante dos compromissos, o perfil @veraholtz no Instagram, onde a persona Vera Viral aparece em fotos produzidas em seu apartamento, em São Paulo, está sem postagens desde janeiro. “Mudei de plataforma, o teatro me roubou. Mas a Vera Viral está quieta, não adianta mexer com ela”, diz, reiterando que a persona já clicada com um peixe na boca e uma samambaia na cabeça só existe na rede social, onde é seguida por mais de um milhão de pessoas.

A qualquer momento, porém, o hiato pode se romper, a julgar pela disposição da atriz, tonificada por pilates, musculação e uma enorme sede de criação. “Eu sou quântica”, afirma. “A vida, para mim, é uma trajetória contínua. Como digo na peça, eu, Homo sapiens, sou uma viagem sem volta.”


“Africa Night”, na Casa África