Da reportagem
O resultado dos trabalhos sobre a cultura negra em Tatuí desenvolvidos pelos alunos do ensino regular e da Educação para Jovens e Adultos (Eja) da Emef “João Florêncio” foi apresentado na noite de terça-feira, 14, no anfiteatro da escola.
A ideia, conforme explicou a diretora da instituição, Edna Dalva dos Santos Oliveira, foi extraída do projeto “Raízes da Cultura Brasileira”, proposto pelo núcleo pedagógico da Secretaria Municipal de Educação e executado pelos professores Josane Miranda, Nádia Prestes de Oliveira, Diego Rosa e Carmelina Holtz.
Esclareceu que a mostra aberta ao público teve como objetivo o “envolvimento dos alunos no resgate de aspectos históricos do país, para que eles possam compreender os fatos históricos que envolveram os povos originários”.
“É fazer também com que a sociedade compreenda como são formadas as organizações econômica, política, jurídica e cultural, além de todas as desigualdades em decorrência da estrutura social”, explicou.
Além da exposição, o evento contou com um duelo entre cururueiros. “Rubinho Veio”, Josué Pereira, “Dito Leiteiro” e Esmeraldo usaram o tema consciência negra em rimas baseadas no livro de cordel “Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis”, de Jarid Arraes.
Dalva explicou que a criatividade dos repentistas do cururu harmoniza com o gênero textual do livro trabalhado com os alunos.
“Rubinho” relatou que nunca havia cantado sobre o tema proposto. No entanto, disse ser fundamental que a educação promova “ações incisivas como meio de combater a desigualdade racial presente na sociedade’. E reforçou que a “educação antirracista deve ser muito bem estruturada e embasada para garantir a formação do cidadão ético”.
“Que se possa compreender o passado e analisar o presente para efetivas intervenções em sua realidade, de forma a garantir o princípio de igualdade para todos, independentemente de sua raça, credo, orientação sexual ou política e suas condições econômicas”, declarou.
No decorrer da semana, a escola também promoveu diversas atividades baseadas na cultura negra, com apresentações de dança e capoeira. As ações seguem até este sábado, 18, com uma nova mostra e atividades desenvolvidas pelos alunos do ensino regular.
“Por meio desse projeto, pudemos ensinar e mostrar para toda a sociedade que devemos respeitar todas as diferenças, em especial a cultura preta, que é a base de toda formação do nosso Brasil”, concluiu Dalva.