O deputado federal tatuiano Guiga Peixoto (PSL) divulgou vídeo, na sexta-feira, 12, em que o governador de São Paulo, João Doria, reitera que não haverá cortes no Conservatório de Tatuí. A afirmação foi registrada pelo deputado durante jantar da bancada paulista federal, junto ao governador, na semana passada.
“É uma notícia animadora para os tatuianos, para o estado de São Paulo e, também, para a cultura da música da América do Sul”, afirma Guiga, no vídeo.
Em seguida, Doria salienta que o governo não fará cortes na área cultural e que, com isso, não haverá prejuízos para o Conservatório de Tatuí.
“Nós não teremos cortes na cultura e, consequentemente, nenhuma interrupção nos programas já previstos desde o início deste ano para o Conservatório de Tatuí. Não haverá demissão de músicos, funcionários, maestros e professores. Tudo deve continuar como estava previsto”, garantiu.
A declaração já havia sido feita em reunião com dirigentes culturais na segunda-feira da semana passada, 8, na qual também esteve o diretor executivo do Conservatório, Ary Araújo Júnior.
Conforme a assessoria de comunicação do CDMCC, durante a reunião, o governador anunciou que cancelaria o contingenciamento. O órgão ainda informou que um decreto de descontingenciamento deve ser publicado nos próximos dias.
Na segunda-feira da semana passada, 8, em vídeo enviado por meio da assessoria de imprensa paulista, o governador reforçou que nada seria fechado ou interrompido na cultura, contudo, não havia falado especificamente sobre o Conservatório de Tatuí.
A manifestação de Doria, na semana passada, foi em resposta a notícias circulando sobre cortes no orçamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a uma nota divulgada pela Abraosc (Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura), dia 6.
A associação havia listado, pelo menos, 19 museus e programas culturais a serem afetados pelos cortes no orçamento do estado anunciados pela gestão do governador, entre eles, o Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”, de Tatuí.
Doria disse que a polêmica ocorreu porque, recentemente, ele anunciou ser preciso fazer contingenciamento no orçamento do governo.
“A gestão anterior elaborou e aprovou um orçamento mal feito em 2018. Ao assumirmos, no dia 1º de janeiro, constatamos que a conta não ia fechar. O orçamento tinha uma receita superestimada, resultando em um déficit de R$ 10,5 bilhões”, argumentou.
No anúncio, o governador ainda destacava que não divulgara quais os projetos que sofreriam impacto com o contingenciamento porque eles estavam sendo avaliados “com calma e bom planejamento”.
“Fizemos uma avaliação criteriosa e, na cultura, nenhum corte será feito. Nenhum programa – volto a repetir – será interrompido. Eu valorizo e apoio a cultura. As atividades culturais e criativas são marcas registradas do nosso estado e contribuem para o desenvolvimento social e econômico de São Paulo”, ressaltou.
Diante da incerteza quanto ao volume de repasse de verbas por parte do governo, instituições como o Projeto Guri já haviam anunciado o fechamento de polos e colocado mais de 600 funcionários em aviso-prévio.
Já no dia 1º de abril, Doria afirmou, em coletiva à imprensa, que o Guri não sofrerá reduções nas atividades e anunciou a decisão de descontingenciar R$ 20,7 milhões para a manutenção do projeto. No entanto, afirmou que manteria os cortes para outras instituições.
Em entrevista a O Progresso, no dia 5, o diretor executivo Araújo Junior informou que a escola de música aguardava posicionamento do governo estadual para um possível replanejamento.
Ele ainda garantiu que as atividades do Conservatório seguiriam normalmente com as aulas e apresentações, inclusive, em São José do Rio Pardo, que mantém um polo da instituição.