Jazz Combo do Conservatório de Tatuí homenageia V. Assis Brasil

Músicas do compositor e saxofonista serão apresentadas neste dia 28

Grupo coordenado por Rodrigo Ursala tocará sete músicas do homenageado que morreu no ano de 1981

O compositor e saxofonista carioca Victor Assis Brasil será homenageado pela Jazz Combo do Conservatório de Tatuí em apresentação neste domingo, 28. O grupo coordenado por Rodrigo Ursaia tocará sete músicas do homenageado, que morreu em abril de 1981, aos 35 anos, quando estava no auge da carreira.

As obras que integram a apresentação, são: “Tema pro Einhorn”, “Waltz for Phil”, “Puzzle”, “Blues for Mr. Saltzman”, “Waltzin”, “Balada Para Nádia”, e “Pro Zeca”. A apresentação acontecerá no teatro “Procópio Ferreira”, com início às 18h e ingressos a R$ 12 (R$ 6 para crianças, estudantes, idosos, aposentados e professores da rede estadual).

“Victor Assis Brasil foi um dos grandes instrumentistas da música brasileira. Além disso, as composições dele são uma melhor que a outra. Estudava muito e foi muito importante para a época dele”, afirmou por meio de nota o coordenador da Jazz Combo.

Além de Rodrigo (saxofone e flauta), o conjunto terá Leo Ferrarini (piano), Felipe Brisola (baixo), Everton Barba (bateria), Lucy B. (voz), Breno Cavalcanti (flauta), Pablo Marques (trompete), Arthur Rita (trombone) e João Lovato (guitarra).

Considerado por muitos o maior saxofonista brasileiro de jazz, Victor Assis Brasil teve um irmão gêmeo: o pianista João Carlos. Nascido em 1945, Assis começou a tocar saxofone aos 17 anos, com Paulo Moura. Logo, passou a fazer apresentações, inclusive no Little Club, em Copacabana. Nesta época, a Bossa Nova estava ganhando popularidade, processo no qual o jovem saxofonista teve importante participação.

Em 1965, ele passou a tocar no “Clube de Jazz e Bossa”, sendo visto pelo pianista e maestro austríaco Friedrich Gulda, grande apreciador de jazz. Surgiu o convite para que o saxofonista participasse de um concurso internacional de jazz em Viena, onde obteve o terceiro lugar na categoria de saxofone. Aproveitando a viagem, Victor participou do Festival de Berlim, recebendo o prêmio de melhor solista.

Em 1966, ele gravou o primeiro disco, “Desenhos”, tocando ao lado do pianista Tenório Júnior, o jovem contrabaixista Edson Lobo e Chico “Batera”. O trabalho é caracterizado pela extraordinária capacidade de improvisação do saxofonista e pelas influências de John Coltrane e Phill Woods.

Em 1969, ganhou uma bolsa na Berklee School of Music, em Boston, permanecendo cinco anos nos Estados Unidos. Além de aprimorar a técnica e estudar composição e arranjo, e apesar das dificuldades, o carioca apresentou-se ao lado de grandes nomes do jazz local, como Dizzy Gillespie, Jeremy Steig, Richie Cole, Clark Terry, Chick Corea, Ron Carter e Bob Mover.

Voltou para o Brasil como um músico conhecido – mais fora do que no próprio país. Mantendo sempre a linguagem do jazz, Victor conseguia expressar as raízes brasileira e carioca.

Depois de “Desenhos”, lançou oito discos, entre os quais “Victor Assis Brasil toca Antônio Carlos Jobim”, em 1970. Após a morte por doença rara, em 1981, a mãe do saxofonista encontrou duas malas trancadas. Em 1988, elas foram entregues ao irmão João Carlos, que descobriu mais de 400 partituras inéditas em seu interior.