Considerado o “ponto nevrálgico”, a condição financeira da Santa Casa deverá ser “tratado” com apoio da sociedade. A interventora do hospital, Ana Aparecida de Melo Sá Azevedo Vieira, declarou a O Progresso que a solução vai demandar planejamento.
Ela também citou que precisará haver cooperação e compreensão por parte dos fornecedores. Pediu, ainda, colaboração da população para o equilíbrio das contas. Para isso, antecipou que a equipe de trabalho deve promover campanha junto aos cidadãos e ao empresariado da cidade e região.
“Vamos ter que contar com muito apoio financeiro, com muita cooperação do tatuiano, do empresário tatuiano, dos clubes de serviço. Já tivemos, aqui, a equipe do Fundo Social, que realizará um projeto em uma de nossas alas”, adiantou.
Outro setor que precisará de contribuição é a hotelaria do hospital (ala de internação). Ana Aparecida, no entanto, disse que as necessidades são várias.
Ela também declarou que, conforme as medidas forem sendo realizadas, o hospital deverá estudar a possibilidade de ampliar receitas. Uma das medidas pode ser o credenciamento de novos planos e operadoras de serviços de saúde.
De acordo com ela, neste primeiro momento, a equipe de trabalho tentará atender às demandas internas, que incluem ações voltadas à melhoria de organização e administração.
“Vamos colocar a casa em ordem para, daí em diante, oferecermos convênios. Hoje, nós não temos condições estruturais, administrativa, financeira e de recursos humanos para isto”, alegou.
Entre as primeiras providencias adotadas pela nova direção, está a reintegração de sete funcionários que conseguiram, na Justiça, ser readmitidos. Ana Aparecida disse que todos voltarão a ocupar os postos de origem.
Neste ano, a Santa Casa havia demitido trabalhadores, desrespeitando cláusula de acordo firmado com o Sinsaúde (Sindicato Único dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Sorocaba e Região) para o fim da greve. O movimento havia sido deflagrado no final de 2016.
Com a readmissão, Ana Aparecida disse que o hospital precisará lidar com mais uma situação: o pagamento dos funcionários. “Este é o nosso desafio. Estamos contando com grande apoio e estaremos angariando recursos através de campanhas de movimento junto à sociedade tatuiana. Preciso muito de ajuda para trazer ao tatuiano um atendimento hospitalar digno”, frisou.
A interventora destacou, ainda, que embora a Prefeitura tenha auxiliado a entidade na questão da UTI, ela não tem condições de arcar com todas as demandas do hospital.
Ana Aparecida explicou que o Executivo conta com um orçamento aprovado no exercício anterior e, portanto, tem uma receita prevista que não é capaz de suportar todas as necessidades que precisam ser supridas.
“Nós temos os convênios, e é através deles que nós vamos ter que fazer essa receita multiplicar”, emendou. No que depender da Secretaria Municipal de Saúde, os recursos serão mantidos, conforme garantiu Jerônimo Fernando Dias Simão.
O titular da pasta enfatizou que, apesar do apoio, a Prefeitura não municipalizou a Santa Casa. “Ela continua com uma provedora, que é interventora designada pela prefeita. A secretaria apenas está dando apoio”, complementou.
O objetivo do suporte é permitir que a intervenção atue de maneira “profissional e sem amadorismos, sem conhecimento em saúde e em risco à morte”. “Estamos aqui para apoiar a interventora em tudo que ela necessitar na parte técnica em prestação de serviços à saúde”, enfatizou o secretário.