Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp – 34708 *
Estamos vivendo tempos difíceis! Covid ainda em atividade. Essa doença tem retornado e particularmente atingindo muitas famílias inteiras e aumentado o número de menores contaminados. O número de óbitos voltando a aparecer nas notícias.
Temperatura fria, com umidade relativa do ar muito seca (falta de chuvas). Mudanças repentinas do clima. Assim as pessoas, crianças especialmente, começam a ficar muito doentes, e repetir as doenças a intervalos bem mais curtos.
Segundo os pais, são gripes e resfriados, amigdalites, faringites, otites, sinusites e até broncopneumonias de repetição. Tenho recebido, em minha clínica, crianças que ficam doentes a cada 15/20 dias, usando muitos remédios e antibióticos, e os pais ficam desesperados e não sabem mais o que fazem para evitar que os filhos fiquem doentes.
Pulam de um posto de saúde para outro, levam na UPA várias vezes (se contaminam com outras doenças). A culpa não é dos médicos pronto-socorristas, que normalmente atendem um número elevado de pacientes em pouco tempo!
Médicos, às vezes, extenuados de tanto atender seguidamente. As crianças são atendidas e saem com mais outra receita, mais e mais remédios, sem nada resolver definitivamente.
É muito importante que se esclareça tal situação. Primeiro, temos que comentar que não dá para resolver esses casos em pronto-socorro; segundo, não há gripes e nem resfriados que se repitam tantas vezes, principalmente a intervalos curtos.
Pulam de médico em médico e somente são medicadas com remédios sintomáticos, que melhoram por algum tempo e depois os sintomas voltam novamente; isso quando não tomam vários antibióticos, às vezes até de forma desnecessária.
É preciso analisar bem os fatos; cada caso é um caso. Primeiro de tudo, deve-se consultar um médico pediatra, não em nível de pronto-socorro, que, devido ao grande volume de doentes, não pode fazer um tratamento melhor. Às vezes, sem contar com exames e tempo de colher uma boa anamnese (história clínica) do paciente, fazer todos os exames necessários e chegar a uma conclusão diagnóstica.
Deve-se procurar um consultório ou um ambulatório, onde se tem mais tempo para a criança ser inteiramente revisada, colher uma boa história clínica, fazer exames complementares bem definidos e necessários, fazer acompanhamento (retornos), e mais tempo examinadas para se chegar a um diagnóstico definitivo e preciso. Consequentemente, fazer um tratamento bem adequado para o caso.
Muitas vezes, trata-se de uma anemia (diagnosticada pelo valor da hemoglobina e do hematócrito no hemograma completo); outras vezes, uma imunodeficiência ou baixa imunidade por falta de vitaminas A, D, C, complexo B.
Pode ser que a criança já tenha uma doença de base, como asma brônquica (bronquite) ou rinite alérgica, ou outras doenças que diminuem a imunidade, como diabetes, alterações da tireoide.
Nesses casos, é preciso corrigir ou minimizar a doença de base. Corrigir as faltas de vitaminas (muito comum em nosso meio: a falta de vitaminas C e D). Colocar a criança no gráfico de peso e estatura e ver se ela não está com desnutrição. Medicar as prováveis verminoses que a criança possa estar carregando em seu organismo.
Tratar concomitantemente as doenças alérgicas, tais como a asma, a rinite e a dermatite atópica. Tratar da anemia, se for o caso. Elaborar um cardápio alimentar bem ajustado para cada caso. Encaminhar para nutricionista os casos mais complicados de se corrigir. Contar com outros especialistas, dependendo de cada caso.
Temos também, em nosso consultório, o tratamento com imunoterapia específica para doenças alérgicas, como rinite, asma, picadas de insetos e outras doenças alérgicas possíveis de tratamento. Pode ser usado por via oral ou via subcutânea por tempo prolongado (não menos de três anos).
Indicamos, para os casos de crianças com infecções de repetição, um tratamento também específico em nosso consultório, composto de vacinas (antígenos bacterianos) para tratamento de doenças infecciosas de vias aéreas superiores (VAS) repetitivas, como amigdalites, otites, rinossinusites, rinites e broncopneumonias.
É um tratamento com duração de seis meses, o qual contém antígenos de oito bactérias mais comuns de atingir as VAS, usado por via oral, administrando duas gotas na boca por dia, em jejum durante seis meses seguidos (composto de três frascos com duração de dois meses cada um).
Assim, temos tido ótimos resultados no aumento da imunidade de nossas crianças tratadas, que chegam a passar anos sem nenhum processo infeccioso de VAS.
Fonte: arquivos próprios do autor; Asac Pharma.
* Médico com título de especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e AMB (Associação Médica Brasileira); membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e da Asbai (Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia); diretor clínico e vacinador da Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac – Dr. Jorge Sidnei”, com 40 anos de atividades.