Indivíduo acusado de injúria racial contra guarda é detido

Da reportagem

Um homem de 39 anos acabou preso, na avenida Cônego João Clímaco, a Avenida das Mangueiras, na tarde de segunda-feira, 14, acusado de injúria racial.

A vítima é Florisvaldo de Moura Camargo Júnior, conhecido como “Flores”, guarda civil municipal, de 40 anos, que atua na Câmara Municipal.

Conforme o boletim ocorrência registrado sobre o caso, por volta das 16h, uma equipe da GCM fazia patrulhamento quando Flores e mais um guarda informaram haver indivíduos utilizando os brinquedos do playground de “forma indevida”.

De acordo com o boletim, quando os agentes chegaram ao local indicado, um dos indivíduos teria ofendido Flores com palavras de baixo calão, chamando-o de “guarda de bosta e macaco”.

O sujeito foi abordado e, conforme o BO, pediu desculpas pelo ocorrido, alegando que estava arrependido. Na sequência, os guardas conduziram-no ao plantão policial e apontaram não ter sido a primeira vez que o homem havia ofendido Flores.

Ainda conforme o BO, o acusado reafirmou estar arrependido e dito que havia “perdido a razão”. O delegado determinou a prisão do sujeito, com possibilidade de fiança no valor de R$ 1.100, a qual não havia sido paga até o término da ocorrência.

Durante a sessão ordinária, realizada na Casa de Leis, horas depois, o vereador Eduardo Dade Sallum (PT) subiu à tribuna para expor e lamentar o ocorrido com Flores, “uma pessoa amada por todos e nunca contestada pela capacidade profissional”.“Isso mostra o que de pior há nas entranhas do nosso país”, acrescentou o parlamentar.

Ele apontou a necessidade de “dar visibilidade ao caso e não naturalizar o racismo em Tatuí e no país, para que possa ser combatido. “É um registro que devemos fazer e dar todo apoio a um exemplar funcionário desta Casa”, declarou.

“Quero dar todo apoio ao Flores, em nome de todos os vereadores desta Casa. Racismo, nós temos de combater e o poder público,‘se mexer’. Não dá para colocar debaixo do pano”, complementou Sallum, antes de todos os parlamentares aplaudirem o GCM.

A O Progresso, Flores declarou que o sujeito proferia ofensas racistas de forma recorrente – ao menos duas vezes na semana anterior. Porém, somente nesta semana, ocorreu o flagrante. Além disso, afirmou que o homem perturba outros funcionários do Poder Legislativo.

O GCM ainda comentou que nenhuma pessoa deveria passar por situações constrangedoras como essas”. “Independentemente da classe social, o respeito pelo próximo tem que haver e ser pleno”, acentuou Flores.

O acusado permaneceu detido na noite de segunda-feira, 14, contudo, acabou sendo liberado na manhã do dia seguinte, após passar por audiência de custódia.