í‰poca de estiagem já chegou e população precisa poupar água





Desde o início deste ano, vem se falando da falta de chuva em diversas cidades do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil, e em Tatuí a situação não é diferente. O verão paulista foi um dos mais secos da história, com média de chuva de 575 milímetros.

De acordo com o meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Fábio Rocha, “o verão é uma estação chuvosa, mas, neste ano, foi atípico, e o volume de chuva ficou 300 milímetros abaixo do esperado”.

Em função da baixa precipitação durante os três primeiros meses de 2014, os rios e reservadores de água que abastecem as cidades do Estado de São Paulo enfrentam forte seca e, segundo o meteorologista, a situação pode piorar, porque não há previsão de chuva significativa nesta época do ano.

“O outono e o inverno são, tipicamente, períodos de seca nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na verdade, é a época mais seca do ano, voltando a chover, significativamente, só em outubro”, explica Rocha.

O meteorologista lembra que o período de estiagem está só começando. “As precipitações não são descartadas. Eventualmente, pode chover, mas o volume é bem mais baixo que dos meses chuvosos”.

O município é abastecido pelos rios Tatuí e Sarapuí, os quais estão com o nível de água abaixo do volume mínimo registrado no mesmo período de outros anos, de acordo com informações do gerente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Adriano José Branco.

Ele informa que a Sabesp de Tatuí está monitorando os mananciais, construindo novas unidades de bombeamento, substituindo equipamentos e buscando alternativas para enfrentar a estiagem por que todo o Estado passa.

“Neste momento, não há risco de desabastecimento, ou de racionamento de água na cidade, mas a população precisa compreender que o momento é delicado e que toda a região está passando por um período de seca”, diz ele.

“Por isso, as pessoas devem usar a água com racionalidade, para não termos dificuldade durante o inverno”, destaca.

Branco lembra que Tatuí passou por situação de desabastecimento há 20 anos, antes do sistema de captação do rio Sarapuí ser construído.

“Atualmente, fazemos obras e investimentos em novos aparelhos para evitar qualquer risco de desabastecimento, mas o apoio e a colaboração dos cidadãos são fundamentais. Afinal de contas, estamos só no início do período seco de 2014”.

O gerente da Sabesp dá algumas dicas para que não falte água em Tatuí nos próximos meses: “tomar banhos mais curtos, não fazer a barba ou escovar os dentes com a torneira aberta e não lavar carros e calçadas com mangueira”.

Sistema Cantareira

O caso mais divulgado e comentado, atualmente, em relação ao período de estiagem, é o do sistema Cantareira, que abastece aproximadamente 9 milhões de pessoas, o que representa 47% da água distribuída na Grande São Paulo e 65% da demanda da capital paulista, conforme dados divulgados pela Sabesp.

Na quarta-feira, 14, o nível do volume de água do manancial chegou a 8,4% e, em apenas uma semana, o reservatório perdeu 1,2% da capacidade.

Diante desse cenário, o governo paulistano decidiu utilizar a água acumulada na parte mais funda das represas do sistema Cantareira, chamada de “volume morto” ou “reserva técnica”.