índice de sí­filis entre grávidas cai 37% no primeiro semestre





O número de casos de sífilis em gestantes teve queda em Tatuí nos primeiros seis meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde e integram os indicadores da doença nos municípios brasileiros.

Segundo o Departamento Nacional de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e hepatites virais, foram registrados cinco casos de sífilis em gestantes no primeiro semestre. Em 2015, foram 16, oito deles no primeiro semestre.

Entre os anos de 2013 e 2014, o número de casos de sífilis em gestantes na cidade aumentou. No primeiro ano, foram dez, enquanto que no segundo, o índice aumentou para 20. Em 2012, o Ministério da Saúde contabilizou a ocorrência de oito casos da infecção em Tatuí.

Neste ano, foram contabilizadas três infecções de sífilis congênitas, quando é transmitida de mãe para filho. O exame que detecta sífilis faz parte do protocolo ministerial de pré-natal.

O número de casos congênitos registrados até junho, porém, já se igualou ao contabilizado no ano passado inteiro. Entre janeiro e dezembro de 2015, houve três casos. Em 2014, as ocorrências subiram para quatro. Dois terços dos casos deste ano foram diagnosticados na primeira semana de vida do bebê.

De acordo com o médico obstetra Carlos Rubens Avallone Júnior, os casos de sífilis neste ano podem ficar abaixo dos registrados no ano passado. A tendência, segundo ele, é que o ano de 2016 feche com dez ocorrências em Tatuí, caso a tendência de redução se confirme.

“Hoje em dia, as pessoas têm mais acesso a informação, através dos órgãos oficiais como o Ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais. Existem os testes rápidos de HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), sífilis e hepatites que as pessoas podem fazer, independente da gravidez. Creio que isso tem ajudado na redução dos casos”, afirmou.

Caso a doença não seja tratada, o risco de transmissão da sífilis para o feto é grande. A doença pode causar sérias lesões cerebrais, cegueira, surdez e comprometimento da capacidade motora. Segundo o Ministério da Saúde, 80% dos casos foram detectados no primeiro trimestre de gestação. Os outros 20%, no segundo trimestre.

“Até o quarto mês, sabemos que o feto está protegido contra a infecção. A partir daí, a doença pode ser transmitida e causa sérios danos. Caso no pré-natal a doença seja detectada, a mãe é submetida a tratamento com penicilina”, explicou.

Com o tratamento, a doença causada pela bactéria Treponema pallidum regride e, com isso, reduz a probabilidade de transmissão para o feto. As chances de transmissão vertical (da mãe para o feto) são de 70%. Em casos extremos, a bactéria pode causar aborto.

O relatório ministerial também revelou dados sobre a incidência da doença por faixa etária das gestantes: 80% delas têm idade entre 20 e 39 anos e 20%, de 15 e 19 anos. Em relação aos estudos, 40% têm ensino fundamental completo e 20% possuem ensino médio; as outras 40% não revelaram os estudos.

Por cor, a distribuição dos casos é de 60% entre mulheres brancas e 40% pardas.