HPV (papilomavírus humano)

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa *

O HPV (papiloma vírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de cem tipos diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais etc.), anal, genital e da uretra.

As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer de colo do útero e do pênis, e de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer).

Transmissão

A transmissão do HPV se dá predominantemente por via sexual, mas existem outras possibilidades. As lesões podem ser precursoras de câncer, principalmente na mulher (câncer de colo de útero).

Além da via sexual, existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), de autoinoculação e de inoculação através de objetos que alberguem o HPV.

Diagnóstico

As características anatômicas dos órgãos sexuais masculinos permitem que as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. Nas mulheres, porém, elas podem espalhar-se por todo o trato genital e alcançar o colo do útero, uma vez que, na maior parte dos casos, só são diagnosticáveis por exames especializados, como o de Papanicolau (teste de rotina para controle ginecológico), a colposcopia e outros mais sofisticados, como hibridização in situ, PCR (reação da cadeia de polimerase) e captura híbrida.

Por isso, toda mulher deve se submeter, pelo menos uma vez ao ano, a um exame com o ginecologista e colher também anualmente o exame do Papanicolau.

Sintomas 

A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto parecido ao de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas.

Se a alteração nos genitais for discreta, será percebida apenas através de exames específicos. Se forem mais graves, as células infectadas pelo vírus podem perder os controles naturais sobre o processo de multiplicação, invadir os tecidos vizinhos e formar um tumor maligno, como o câncer do colo do útero e do pênis.

O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, porém, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.

Lembretes importantes:

  • Lembre-se que o uso do preservativo é medida indispensável de saúde e higiene não só contra a infecção pelo HPV, mas como prevenção para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, por exemplo, que é bastante comum em nosso meio;
  • O HPV pode ser transmitido na prática de sexo oral;
  • Vida sexual mais livre e multiplicidade de parceiros implicam eventuais riscos que exigem maiores cuidados preventivos;
  • Informe seu parceiro/a se o resultado de seu exame para HPV for positivo. Ambos precisam de tratamento;
  • Parto normal não é indicado para gestantes portadoras do HPV com lesões genitais em atividade;
  • Consulte regularmente o ginecologista e faça os exames prescritos a partir do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce sempre contam pontos a favor do paciente.

Vacinas protetoras

Por isso é muito importante receber a vacina quádrupla (Gardasil), para meninos e meninas a partir de nove anos de idade (de preferência, antes de iniciar a fase sexualmente ativa).

Essa vacina contém quatro tipos de vírus do HPV (6, 11, 16 e 18), ou seja, protege ao mesmo tempo das verrugas genitais (nos homens e mulheres) e contra o câncer do colo do útero (nas mulheres).

Ainda existe outra vacina (Cervarix) que beneficia somente as meninas, pois tem os dois vírus que causam o câncer do colo de útero. Tanto uma como a outra se recomenda três doses (0 – 1 mês – 6 meses após a primeira dose) –, recomendação esta que consta em bula dos laboratórios produtores dessas vacinas, apesar de que, no SUS, são feitas somente duas doses.

Fontes: site do prof. dr. Dráuzio Varella e arquivos do autor desta coluna de saúde.

* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) desde 10/04/1981. Diretor clínico e vacinador da Alergoclin Cevac – Clínica de Vacinação Humana de Tatuí.