O herpes zóster, conhecido como “cobreiro”, é uma infecção viral capaz de provocar bolhas na pele e dor intensa, normalmente acompanhando um filete nervoso da pele. Ele pode acometer qualquer região, mas é mais comum no tronco e rosto. As lesões, geralmente, manifestam-se na forma de uma faixa em somente um dos lados do corpo (no hemi-corpo). É causado pela reativação do vírus varicela-zóster – o mesmo vírus da catapora – em pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus latente (adormecido) nos gânglios. A vacina diminui as chances de se ter a doença, de apresentar neuralgia pós-herpética (NPH) e induz à redução da dor aguda e crônica, enquanto o tratamento precoce reduz a chance de complicações.
Causas: qualquer pessoa que teve catapora em algum momento de sua vida pode desenvolver herpes zóster. Isso porque o vírus fica alojado em gânglios e permanece latente por anos. Eventualmente, ele pode ser reativado e “viajar” ao longo das vias nervosas até a pele – produzindo as erupções, extremamente dolorosas e que podem durar até várias semanas, mesmo com tratamento correto.
Fatores de risco: mais comum a partir dos 50 e principalmente a partir dos 60 anos – quanto maior a idade maior é o risco -, chegando a 50% de chances nos maiores de 85 anos; doenças que debilitam o sistema imunológico, tais como HIV/Aids e câncer; tratamentos com imunossupressores; medicamentos de uso contínuo que reduzem a imunidade.. A razão para o herpes zóster ocorrer não é clara. Uma das hipóteses é a redução da imunidade.
Transmissão: ainda que raro, uma pessoa com herpes zóster pode transmitir o vírus Varicela-zóster a quem não está imune. Isso ocorre por meio do contato direto com as lesões da pele. Uma vez infectada, a pessoa contactante poderá desenvolver catapora e, no futuro, herpes zóster.
Sintomas: pode aparecer em qualquer parte do corpo, acometendo geralmente apenas um lado – o esquerdo ou o direito.
Incubação: dor que se inicia antes mesmo de surgirem as lesões de pele; ardor e sensação de cócegas e/ou formigamento na área próxima aos nervos afetados; calafrios; distúrbio gastrointestinal
Fase ativa: nesta fase, a erupção aparece. O fluído dentro das lesões é claro no início, mas pode tornar-se turvo após três ou quatro dias. As erupções podem ocorrer na testa, bochecha, nariz ou em torno de um dos olhos (chamado também de herpes zóster oftálmico); são geralmente acompanhadas de dor, descrita como “agulhas penetrantes na pele”; as lesões vão regredir, gerando uma crosta que persiste por cinco dias.
Fase crônica: a neuralgia pós-herpética é a complicação mais comum do herpes zóster (acomete de 10% a 15% das pessoas). Dura pelo menos 30 dias e pode continuar por meses ou anos. Os sintomas: queimação e pontadas na área onde ocorreram as erupções: dor persistente, que pode durar anos; extrema sensibilidade ao toque. A dor é mais comum na testa ou no peito. Pode ser confundida com as típicas de outros quadros, como uma apendicite, ataque cardíaco, úlceras ou enxaqueca, dependendo da localização.
O tratamento deve ser feito por um clínico, dermatologista ou especialista em doenças infecciosas (infectologista).
A melhor forma de se evitar a doença é a vacina contra o herpes zoster (Zostavax), que pode ser tomada por qualquer pessoa acima de 50 anos. Estando já disponível nas clínicas particulares de vacinação.
* Médico com TEP pela AMB e SBP. Membro da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações)