Há 54 anos





Com muita festa, badalações, os orgulhosos dirigentes esportivos do São Paulo F.C. se esbaldavam do grande feito. Afinal, a cidade paulistana ganhava um dos mais modernos estádios de futebol do mundo e, ainda por cima, particular, para o desdém dos adversários, que sempre colocavam em dúvida a lisura da obra, sem a real participação do governo.

Cinquenta e quatro anos se passaram e o estádio “Cícero Pompeu de Toledo” (nome do dirigente que lançou a ideia da construção no começo da década de 1950) já não serve mais, está obsoleto, isso na mente recheada de cifrões dos dirigentes atuais, que acharam por bem – “das empreiteiras, lógico” – construírem um novo estádio. E pior: com dinheiro público. Afinal, convenhamos, nossa saúde, nossa educação, a infraestrutura estão às mil maravilhas e, portanto, que se invista em estádios de futebol.

Isto posto e desgoverno à parte, relembremos a grande festa tricolor para a inauguração do novo estádio, que convidou o Sporting, de Portugal, para o amistoso, em que Peixinho, ponta tricolor, fez o gol inaugural, na vitória por 1 a 0, isso em 2 de outubro de 1960, quando um grande temporal, com ventos fortes, ameaçou estragar a festa um pouco antes do começo da partida.

Investindo na construção, o clube mantinha somente um time razoável, tanto que ficou de 1957 a 1970 sem um título.

A foto mostra a formação que entrou em campo há 51 anos, para o amistoso. Em pé, à esquerda: Ademar, Poy, Gildésio, Fernando Sátiro, Riberto, Vitor e o massagista Serrone. Agachados: Peixinho, Jonas, Gino, Gonçalo e Canhoteiro. Momentos históricos de um grande futebol.

NOTA: As fotos são do arquivo pessoal do autor, que data de 50 anos. Ele, como colecionador e historiador do futebol, mantém um acervo não somente de fotos, mas de figurinhas, álbuns, revistas, recortes e dados importantes e registros inéditos e curiosos do futebol, sem nenhuma relação como os sites que proliferam sobre o assunto na rede de computadores da atualidade