Grupo desenvolve em Tatuí­ resgates e ajuda com ração e remédios





O trabalho desenvolvido por protetores independentes apartidários não se restringe apenas a promover mutirões de castração. A psicóloga Talita Leme, por exemplo, ocupa o tempo livre para resgatar animais e ajudar famílias que não têm condições financeiras de atender bem os seus bichos domésticos.

Ela começou a militância há cinco anos, como voluntária da Cia. do Bicho. Em Tatuí, passou a realizar ações “por conta própria” mais recentemente – há três anos. Desde então, recolhe animais que estão em situação de maus-tratos e contribui com famílias para a alimentação e a manutenção da saúde de cães e gatos.

“O protetor, na verdade, se sensibiliza muito com casos específicos. Às vezes, alguém pegou um animal, mas descobriu que não tem condições financeiras de tratar dele. Na grande maioria das vezes, é isso que acontece”, disse.

A procura por ajuda tem sido cada vez maior. Talita contou que, cada vez mais pessoas estão buscando apoio, por conta da facilidade de conhecer o trabalho dos protetores. “As pessoas nos procuram, ou porque sabem quem somos, ou porque encontraram referências nossas nas redes sociais”, comentou.

Em geral, os animais que chegam até os protetores estão machucados (por envolvimento em brigas ou maus-tratos). Há, também, os que contraíram alguma doença. Talita disse que, em boa parte das vezes, os bichos não são castrados.

Quando encaminhados pelos proprietários, a protetora afirmou que desenvolve, com eles, um trabalho de conscientização. Também tenta, em grande parte com sucesso, proceder com a esterilização. Nesse caso, com apoio de amigos e de outros voluntários que contribuem com doações em dinheiro.

Como Talita é voluntária da Cia. do Bicho, ela encaminha dos cães e gatos para essa ONG. A entidade promove castrações com valores mais acessíveis.

“Como nem sempre acontecem os mutirões, angariamos dinheiro entre nós para conseguirmos pagar um veterinário particular, que são parceiros”, descreveu.

Na cidade, a maior parte dos profissionais mantém parcerias com protetores independentes para viabilizar descontos. “Anda complicado, porque está todo mundo saturado. Todas as clínicas têm parcerias. Está sufocante”, desabafou.

Por esse motivo, ela compareceu à sessão ordinária da Câmara Municipal na noite de 1º de setembro. A intenção é sensibilizar os vereadores e o Executivo para viabilizar mutirões de castrações mensais e “minimizar o problema”.

Talita disse que a situação tem se agravado ainda mais, uma vez que, sem conseguir encontrar uma solução, os proprietários têm “desovado” os animais. Recentemente, a protetora encontrou uma ninhada de quatro filhotes de gato no portão da casa. Conforme ela, o dono abandonou os animais.

“Nós não temos capacidade de fechar os olhos, mas está difícil. Se houver castração mensal, isso vai ser minimizado, porque as pessoas vão parar de deixar os animais nos nossos portões e ter mais informações”, declarou a protetora.

A média de atendimentos de um defensor varia. Talita disse que cuida de bichos em dois bairros e já castrou mais de 20 animais com recursos próprios.