
Da reportagem
A Companhia Jovem Rayssa Francesconi, grupo de dança de Tatuí, participou do festival “Livorno en Danza” na Itália, com apresentações solo, duo e conjunto, conquistando prêmios em algumas dessas performances.
Keli Pereira Faria ganhou medalha de prata com a coreografia “Vitruvian Vórtex” e bronze com “Space Between Us” – a segunda em duo, com Luiz Felipe Teixeira Rocha, que também recebeu a medalha.
Rafaela de Campos também conquistou o terceiro lugar, com “Crack of Light”, e o conjunto dos dançarinos ficou com o bronze, com a coreografia “And the Coffee?”. Todas as obras são de Rayssa.
Keli também foi premiada com uma bolsa de 100% para o curso de férias do The Place, em Londres, e 50% para o da Copenhagen Contemporary Dance School – esta última também concedida a Rocha.
Ambos receberam convites para audições. O dançarino foi convidado para uma na companhia da República Tcheca e a dançarina, para uma do The Place, em Londres.
Keli e Rocha realizaram a audição ainda na Itália. A dançarina aguarda o resultado, enquanto o dançarino sentiu uma dor intensa no joelho e não conseguiu finalizar a aula, não passando na audição.
Keli contou que, momentos antes de entrar no palco, estava extremamente concentrada e focada em cada detalhe do que deveria executar. “Quando anunciaram a minha coreografia, foi como se o mundo parasse e eu sentisse que só existiam eu e a música naquele espaço”, lembra.
“Aproveitei cada instante, me entregando por completo à performance. Ao final, ao deixar o palco, meu coração estava em paz, com a gratificante sensação de dever cumprido”, complementou.
A dançarina revela ter sentido uma combinação de emoções intensas quando os prêmios conquistados por ela foram anunciados: “Eu não conseguia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Quando começaram a anunciar as premiações e meu nome foi chamado ao palco, foi um momento tão gratificante que fiquei sem palavras”.
Ela relata ter lembrado de vários momentos da vida e das “renúncias que fez para seguir o sonho”. “Foi então que compreendi o verdadeiro significado dessa jornada: esse é o meu lugar, eu nasci para isso. Ver meu sonho, aos poucos, se tornando realidade é algo indescritível”, afirmou.
“Jamais imaginei que, com apenas 16 anos, vinda de uma cidade do interior, estaria dançando em um palco internacional e sendo reconhecida e premiada pelo meu talento”, continuou.
Ela declara ter a intenção de realizar o curso para o qual recebeu a bolsa, mas que precisará analisar questões financeiras, o que acredita ser o maior desafio.
Sobre expectativas para futuras competições, revela que são muito positivas e espera poder levar a dança a muitos lugares, sendo vista e reconhecida por isso.
Já Rocha conta que, no início, estava um pouco nervoso, por ser a primeira experiência dançando fora do Brasil, e, após alguns anos sem competir, o nervosismo era ainda maior.
“Disseram que o palco era inclinado, então, isso me deixou um pouco assustado também. Mas, quando pisei naquele palco, o sentimento que veio foi de entregar tudo de mim, deixar a ansiedade e o nervosismo de lado para dar o meu melhor”, comentou.
Sobre o momento do anúncio dos prêmios, ele revela que não estava esperando: “Foi uma mistura de surpresa e felicidade, pois nunca havia ganhado uma bolsa ou qualquer outro reconhecimento nas competições que frequentava havia alguns anos. Então, para mim, foi o reconhecimento do esforço que tivemos nos ensaios”.
Em relação à participação em outros festivais, ele tem boas expectativas, pois o trabalho que desenvolveram para este semestre “tem um grande potencial.”
Rafaela, também premiada na competição, comentou que todo o preparo físico e mental foi fundamental no momento de entrar no palco, já que se tratava de uma competição de alto nível.
Ela ainda diz que, por dentro, ficou um “pouco eufórica”, mas manteve o foco. “A atmosfera do festival é surreal. Cada bailarino tem seu objetivo naquele palco. Embora algumas pessoas levem a competição de outra forma, há quem torna tudo melhor, com empatia, parceria e humildade”, observou.
Ela conta que foi “uma enorme surpresa” ser premiada. “Fiquei completamente preenchida de alegria e muita gratidão”, disse. Segundo ela, a competição apenas reforçou “o desejo de ampliar o repertório e manter a mente aberta a cada palco que pisar, adquirindo novas experiências e amadurecimento”.
Maria Eduarda Vieira Fernandes, premiada com o conjunto, revela que, ao chegar para a competição, ficou maravilhada, mas também com um pouco de medo. “Mas, foi maravilhosa a sensação, o pensamento de que estou realizando um sonho ao dançar em outro país”, afirmou.
Ela conta que, no momento do anúncio da premiação, sentiu uma felicidade imensa: “Foi uma grande surpresa. Nós fomos sem muitas expectativas de ganhar, e, quando anunciaram nosso nome em terceiro lugar, foi uma felicidade indescritível”.
Já Beatriz Vittoria Franco Garcia relata que, sempre que um festival começa, gosta de se concentrar e se “conectar” com o trabalho que irá dançar. “Me alongo, oro, e sinto frio na barriga e nervosismo, mas também uma sensação de gratidão e felicidade”, contou.
Por fim, Karla Samantha Aparecida Corrêa revela que foi uma “sensação incrível” poder compartilhar o palco com os companheiros da companhia.
“Uma experiência surreal, que parece até um sonho. A ansiedade foi imensa e a emoção, indescritível. O conjunto ter sido selecionado para a gala já era algo inimaginável, e ganhar essa premiação tornou tudo ainda mais especial. Foi uma vitória em dobro, porque estar aqui já era a realização de um sonho, e cada momento vivido foi uma grande conquista”, concluiu.