A mobilização nacional contra a reforma da Previdência e os cortes na Educação, nesta sexta-feira, 14, afetaram parcialmente transportes em várias cidades do Brasil. Em ao menos 24 estados e no DF, o ato causou reflexos na mobilidade urbana.
Em Tatuí, o transporte municipal funcionou parcialmente e algumas linhas de ônibus intermunicipais não operaram. A manifestação teve início à 0h e deveria durar até às 23h59 de sexta-feira (após o fechamento desta edição, às 17h).
De acordo com Carlos Eduardo de Medeiros, gerente administrativo da Empresa de Ônibus Rosa, a greve geral afetou 70% do transporte urbano em Tatuí.
Ele contou que, durante todo o dia, a linha municipal trabalhou com 30% da frota, devido a um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região.
Conforme o gerente, os usuários do transporte público, na maioria, não gostaram da paralisação, mesmo que parcial, e muitos reclamaram da redução dos horários nas linhas.
“A gente entende o motivo da greve, mas é um transporte público, então, eles reclamam. Não somos contra, mas sabemos que isso prejudica muita gente”, argumentou.
“Nós achamos importante ter uma mobilização, mas, para a gente que tem um custo operacional, é difícil absorver isso durante o mês. Um dia rodando com 30% da frota na dificuldade que o mercado está hoje, para a gente, é difícil”, observou Medeiros.
Ele ainda disse acreditar que, mesmo com a frota reduzida, ninguém ficou sem ir trabalhar por conta da paralisação. “Acredito que ninguém foi prejudicado dessa forma, pois, nos horários de pico, a gente conseguiu atender à demanda, não com a mesma eficiência diária, mas a gente conseguiu atender”, comentou.
Em nota à imprensa, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região afirmou que os trabalhadores em transportes nos setores urbano, intermunicipal (suburbano), rodoviário, de fretamento e de cargas nas 42 cidades das regiões de Sorocaba, São Roque, Itapetininga e Itapeva (de Araçariguama até Itararé) participaram da greve.
Conforme o sindicato, “a greve tem como objetivo mostrar aos deputados federais e senadores a rejeição da população à reforma da Previdência que está em tramitação no Congresso Nacional”.
Para as centrais sindicais, a proposta apresentada “acaba com o sistema público de previdência no Brasil ao propor a implantação do sistema de capitalização e a adoção de regras de acesso à aposentadoria, não condizentes com a realidade social, econômica e de trabalho da população brasileira”, afirma o sindicato.