Na quinta-feira, 6, o Sindicato Rural Patronal foi sede do lançamento oficial do projeto “GPS Rural”, que mapeou, através de uma tecnologia de localização por satélite, as propriedades da zona rural do município.
O objetivo do projeto é permitir que a Guarda Civil Municipal, a Polícia Militar, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o Corpo de Bombeiros tenham agilidade no deslocamento para atender a ocorrências na área rural.
De acordo com o diretor municipal da Segurança, Francisco Carlos Severino, havia dificuldade no atendimento aos produtores e cidadãos que residem na zona rural, muitas vezes, por não se conhecer os locais.
“Pedíamos pontos de referência no bairro, mas, principalmente à noite, ficava um tanto complicado realizar os atendimentos emergenciais”, contou Severino.
Os cadastramentos tiveram início no começo do mandato da atual gestão do Executivo. Durante os patrulhamentos na zona rural, agentes da GCM coletavam uma série de informações com proprietários e cidadãos que residem em chácaras, sítios e imóveis situados fora do perímetro urbano.
Conforme Severino, até o momento, 767 residências rurais já foram georreferenciadas, mas ainda faltam propriedades, por conta de a GCM não ter encontrado pessoas responsáveis nos locais.
Severino afirmou que novos cadastramentos seguem disponíveis para a população da região rural. Segundo ele, o interessado deve procurar a GCM para que os agentes colham as informações necessárias e determinem uma visita na propriedade para finalizar o georreferenciamento.
Depois dessa etapa, o cadastro vai para um programa de base de dados. Esse software é compatível com o GPS disponível em tablets presentes em viaturas de serviços emergenciais.
Após o término do georreferenciamento, o indivíduo recebe um número correspondente à propriedade no sistema. Em caso de ocorrência, o cidadão que ligar para um serviço emergencial solicitando viatura deverá disponibilizar o nome do imóvel e o número.
Estas informações serão repassadas aos agentes, que irão digitá-las no tablet da viatura e receberão o direcionamento mais rápido para se locomoverem até o local solicitado e atenderem à ocorrência.
“Diminuiremos o tempo-resposta e, ainda, vamos dar mais qualidade de vida a estes cidadãos”, disse o diretor municipal de segurança.
Desenvolvedor do GPS Rural, o GCM Joaquim Carlos Diniz é formado em engenharia agronômica. Segundo ele, a intenção é tornar o projeto “uma ferramenta para agilizar os deslocamentos na área rural, que é bastante extensa”.
Conforme Diniz, o sistema de geoprocessamento foi feito através do recurso gratuito de mapas “Google Earth”, atribuindo a identificação por georreferenciamento e, ainda, utilizando o programa de GPS “TomTom”.
Durante as ocorrências, Diniz afirma que o programa irá acabar com o tempo que era perdido para coletar todas as informações necessárias para se chegar até o local.
“Era preciso ficar perguntando: perto de onde o local ficava e qual caminho teria que percorrer para chegar até o lugar que necessitava da viatura”, expôs.
“Enquanto as informações eram ‘peneiradas’ pelo telefone, perdia-se muito tempo para realizar o atendimento da ocorrência”, completou Diniz.
O projeto, além de facilitar a locomoção de unidades móveis de serviços emergenciais, também irá disponibilizar uma placa de localização a todos os imóveis cadastrados.
A placa, refletiva, no valor de R$ 80, irá exibir o nome e o número do imóvel, além de telefones de serviços emergenciais. De acordo com Severino, o objeto ainda poderá ser utilizado como ponto de referência.
Antes de abrir para a população, Severino declarou que está tentando contato com os desenvolvedores do aplicativo Waze. Segundo ele, existe estudo sobre a possibilidade de disponibilizar, a todos, um aplicativo com a localização e número de cada propriedade.
“Temos o interesse de ceder, futuramente, não dados pessoais, mas rotas e localizações, através de um aplicativo de celular”, contou Severino.
A prefeita Maria José Vieira de Camargo esteve presente no evento. O lançamento oficial do programa contou com secretários municipais, vereadores e autoridades civis e militares.
Marcaram presença, ainda, representantes do Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) e da Caixa Econômica Federal.
O secretário da Segurança Pública e Mobilidade Urbana, José Roberto Xavier da Silva, lembrou que a Fatec (Faculdade de Tecnologia) auxiliou Diniz no desenvolvimento do programa.
Xavier ainda afirmou que o GPS Rural possibilita maior agilidade no relacionamento entre a zona rural e o setor de emergências. “Toda a parte de logística será bem mais rápida e objetiva”, declarou.
Já o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Célio José Valdrighi, declarou que o projeto ajudará no levantamento de propriedades e dados econômicos, uma vez que a secretaria, segundo ele, ainda não conseguiu fazer todas as identificações necessárias.
De acordo com o secretário, estas informações serão utilizadas para alimentar o programa do estado de São Paulo, denominado Lupa (Levantamento das Unidades de Produção Agrícola).
Conforme Valdrighi, os dados obtidos através do Lupa determinam a quantia de ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) que irá voltar para o município.
O Lupa ainda avalia quais programas da área de agropecuária podem ser implantados em uma cidade e os recursos que o estado pode fornecer, em termos de financiamento, para os produtores rurais.