O ex-prefeito e ex-deputado estadual Luiz Gonzaga Vieira de Camargo anunciou oficialmente a pré-candidatura a deputado estadual nas eleições deste ano. A oficialização aconteceu no sábado, 28 de julho, em convenção do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), no Expo Barra Funda, em São Paulo.
Após a confirmação da pré-candidatura, o político aguarda o PSDB legitimar o registro perante o TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O período de convenções partidárias encerrara-se no domingo, 5.
Os partidos podem inscrever candidatos e apresentar coligações à Justiça Eleitoral até o dia 15 de agosto. Este é o limite para que sejam conhecidos os vices dos candidatos presidenciais. O pleito ocorrerá no dia 7 de outubro, em primeiro turno, e no dia 28, nos casos de segundo turno.
Tatuiano, Gonzaga, de 71 anos, começou a carreira como contabilista, é formado em direito e atuou como advogado e empresário. Disputou a primeira eleição em 1992, ficando em segundo lugar na disputa pelo cargo de prefeito.
Esta é a quarta vez que o ex-prefeito disputa o cargo de deputado estadual. Porém, com as mudanças nas leis eleitorais, Gonzaga afirma que esta campanha será diferente e mais difícil que as demais, principalmente pela redução do período de propaganda eleitoral, que caiu de três meses para apenas 45 dias.
Para ele, o curto período tende a favorecer os candidatos que já ocupam cargo na Assembleia Legislativa. “É uma campanha muito rápida, e aqueles que não são conhecidos terão mais dificuldades. Um candidato ‘novo’ não vai conseguir levar a mensagem em tão curto espaço de tempo”, ponderou.
Nesta fase de pré-campanha, conforme Gonzaga, a coligação está fazendo contatos e buscando alianças com lideranças para facilitar a divulgação do trabalho dele na região do sudoeste paulista.
“Esta é a experiência que a gente teve de outras eleições: você não consegue apoio se não houver um diálogo com uma liderança. Normalmente, em uma campanha, você atua em praticamente 80 cidades, no mínimo. Se não tiver pessoas divulgando, levando o seu projeto, dificilmente você vai ter sucesso”, argumentou.
O ex-prefeito alcançou a função de deputado estadual por dois mandatos, entre os anos de 1998 e 2004. Deixou o cargo para assumir como prefeito de Tatuí, em 2005, e foi reeleito em 2008, ficando na Prefeitura até 2012.
Em 2014, disputou novamente as eleições para deputado estadual, obtendo 57 mil votos, sendo 31 mil em Tatuí. Nessa eleição, acabou alcançando a primeira suplência de deputado estadual pela coligação PSDB/DEM/PRB/PPS.
Conforme Gonzaga, a meta deste ano é atingir pelo menos 75 mil votos. No partido, a previsão é de que 65 mil votos é uma margem segura para eleger o pré-candidato.
“Já tive mais de 80 mil votos na última eleição em que fui eleito deputado. E, em razão de apoios que estou recebendo este ano, estou muito confiante”, declarou.
Pelo menos mais dois candidatos tatuianos já confirmaram a pré-candidatura a uma cadeira da Alesp, contudo, Gonzaga, disse acreditar que o eleitor “vai olhar este quadro e acabar canalizando os votos para um candidato que tenha mais chances”.
“Ter mais de um candidato é um risco que a cidade corre, de pulverizar os votos. Para a cidade ter um deputado, vai ter que escolher um desses que estão aí. O que é mais experiente, o que tiver mais condições de representar o município vai receber o apoio maior”, avaliou.
O ex-prefeito garante que uma das metas de trabalho, caso seja eleito, continuará sendo o desenvolvimento do sudoeste paulista, área de atuação do pré-candidato. Ele ressalta ter realizado importantes obras voltadas para a região, ao longo dos dois mandatos como deputado estadual.
Entre as conquistas, está a duplicação da SP-127 (rodovia Antonio Romano Schincariol), no trecho Tatuí/Itapetininga; o título de comarca ao município de Cerquilho, com a liberação de verba para a construção do prédio do fórum; a duplicação da estrada que liga Cerquilho a Tietê; e a recuperação da estrada no trecho de Tatuí a Cesário Lange; entre outras obras e projetos de leis.
“Minha meta é o desenvolvimento do sudoeste. É auxiliar a nossa avicultura, da qual eu atuei firmemente na redução do ICMS paulista em cima do frango de corte”, ressaltou.
“Com este trabalho de redução de ICMS, o frango paulista, que era a nona produção do Brasil, hoje briga com Paraná, Santa Catarina, com Mato Grosso em matéria de produção da avicultura, que gera muito emprego no Sudoeste. Há cidades que têm na avicultura um forte componente da sua economia”, garantiu.
O político aponta, ainda, que estudos indicam um grande desenvolvimento da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba), antecipando melhora no quadro econômico da região nos próximos anos.
“Estudos mostram que a retomada no desenvolvimento e na economia no Estado de São Paulo estão no eixo aqui da rodovia Castello Branco, de Sorocaba até Botucatu. E nós temos que estar juntos para não permitir que este desenvolvimento pule Tatuí e as cidades da região”, argumentou.
Pendência judicial
Gonzaga reforçou que, ao contrário do que a oposição divulga, não existe nenhum impedimento legal para a candidatura dele e que, caso eleito, poderá assumir o cargo sem problema.
Ele lembrou que os dois processos nos quais teve decisão desfavorável anteriormente, no Tribunal de Justiça, não se enquadram na Lei da Ficha Limpa e tiveram os julgamentos suspensos.
“É ficha suja aquele que enriqueceu ilicitamente, deu prejuízo ao erário, agiu com dolo no exercício do cargo público que exerceu. Eu não tenho nenhum desses componentes no processo”, ressaltou.
Segundo o ex-prefeito, a decisão judicial, inclusive, não o impediria de exercer cargo de prefeito. “Não sai de candidato a prefeito porque achei melhor em razão do quadro político que Tatuí vivia naquele momento. Eu tinha certeza que, indo no recurso que eu faria ao TRE, ou até ao TSE, eu ia ganhar, pois não existe nada que possa me enquadrar como ficha suja”, acentuou.
“Eu tinha uma candidata com potencial muito grande de votos e entendi que, naquele momento, a melhor coisa que eu poderia fazer para a tranquilidade do povo e da cidade era a candidatura da Maria José. O que acabou acontecendo”, acrescentou.
De acordo com o ex-prefeito, 20 dias depois das eleições municipais, o Tribunal de Justiça suspendeu os efeitos e o andamento dos processos. “Eu sou ficha limpa. Estou saindo candidato, pois tenho certeza que eu consigo o meu registro como qualquer outro candidato que não tenha processo”, garantiu.
“A minha vida pública está aí para as pessoas analisarem tudo o que eu já realizei, tanto para Tatuí quanto para o sudoeste paulista. Acho que, na política, o grande diferencial é olhar pelos menos favorecidos. E se a pessoa for olhar a minha vida política, poderá perceber, com muita clareza, que os menos favorecidos sempre foram aqueles que tiveram de mim a maior atenção e o maior respeito”, concluiu.