Goleiros





Dizem que onde ele pisa nem grama nasce. Isso seria uma verdade nos campos do passado. Hoje, o espetáculo exige, pelo menos nos modernos estádios, um piso gramado com menor falha possível.

Antes, eles usavam joelheiras e calções e camisas acolchoadas, para evitar o impacto pelos saltos acrobáticos tão usuais. Dava a impressão que não ligavam muito para a tal colocação.

Voavam na bola com agilidade. Tanto, que a Portuguesa de Desportos tinha o seu “gato preto”, carinhosamente denominado, o carioca Orlando. Ele revezava na meta da lusa com o tricampeão Felix, no América carioca.

Pompéia era o “ponte aérea”, devido aos saltos e defesas mirabolantes e artísticas que fazia. Esse ex-artista e malabarista de circo ajudou o clube a se sagrar campeão do então Estado da Guanabara em 1960.

O indaiatubano Laércio Milani era menos espalhafatoso, mas garantiu bons resultados e títulos ao Palmeiras e ao Santos por onde atuou. Manga, do Botafogo do Rio de Janeiro, e seu xará do Santos, também se notabilizaram pelas defesas seguras.

Valdir de Moraes, nos tempos atuais, não seria goleiro, pois lhe faltava altura necessária para o moderno futebol, que exigem goleiros de boa estatura. O gaúcho Valdir tinha estatura média, mas mesmo assim fez a alegria dos palmeirenses com títulos e defesas assombrosas. Sua colocação era incrível, tanto que, após parar, foi um eficiente treinador de goleiros, até na seleção nacional.

Gylmar, Leão, Zetti, Rogério Ceni, Marola, Ronaldo, Ado, Valdir Perez, Heitor Amorim, Jairo, Cantarelli, Carlos Germano, Tafarel, Tobias, Picasso, Raul Plasman, Gomes, Carlos, Barbosa, Castilho, Gilmar Rinaldi, Paulo Vitor, Renato, Paulo César. Enfim, grandes goleiros brasileiros que ficaram na memória de muitos torcedores.

A foto é da Portuguesa de Desportos, na temporada de 1994, e mostra em pé: Paulo César, Gilmar, Edinho, Jorginho, Capitão e Norberto. Agachados, estão: Zé Roberto (hoje no Palmeiras, começando a carreira), Caio, Paulinho McLaren, Zinho e Nilson.

Grandes lembranças. Grandes goleiros.

NOTA: As fotos são do arquivo pessoal do autor, que data de 50 anos. Ele, como colecionador e historiador do futebol, mantém um acervo não somente de fotos, mas de figurinhas, álbuns, revistas, recortes e dados importantes e registros inéditos e curiosos do futebol, sem nenhuma relação como os sites que proliferam sobre o assunto na rede de computadores da atualidade