Da reportagem
O Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) também está empenhado em ações de enfrentamento ao coronavírus. Professoras e voluntárias dos cursos de capacitação da entidade estão realizando atividades em “home office” para produzir máscaras de proteção e jalecos para os profissionais da saúde.
A presidente da entidade, Sônia Maria Ribeiro da Silva, informou a O Progresso que a intenção é confeccionar mais de 2.000 máscaras de proteção – um dos EPIs (equipamentos de proteção individual) mais utilizados e recomendados na prevenção da transmissão do vírus.
A confecção começou na quarta-feira da semana passada, 1º, depois que o Ministério da Saúde anunciou que as máscaras caseiras podem ajudar na prevenção contra o coronavírus.
O MS aponta que, além de eficiente, a máscara de tecido ou TNT é um equipamento simples, que não exige grande complexidade na produção e pode ser um “grande aliado” no combate à propagação do coronavírus, protegendo quem usa e as outras pessoas ao redor dela.
Sônia ressaltou que, desde o início da pandemia provocada pela Covid-19, uma corrida mundial em busca de máscaras de proteção fez com que elas sumissem das prateleiras. Por conta disso, a entidade resolveu iniciar a produção das peças.
Segundo a presidente, a prefeitura fez uma compra grande de máscaras já no começo da pandemia e, por enquanto, o equipamento não está em falta na cidade. Mas, a intenção é ter as unidades de tecido como reserva ou até mesmo para doação.
“Não sabemos como vai ficar a situação daqui para frente, se vai ter máscara para comprar ou não, e, como já tínhamos o tecido, decidimos fazer máscaras. Se o pessoal da Saúde não precisar, podemos até doar as peças, o importante agora é produzir”, declarou a presidente.
Parte das peças está sendo confecciona com tecido branco – que a entidade já havia comprado para as aulas de corte e costura -; o restante será costurado em TNT, material mais barato e que pode ser usado e descartado.
“Podemos chegar a um ponto em que todo mundo vai ter que sair com máscara. O protocolo muda muito, o tempo todo. Pode ser que não precise, mas vamos fazer as peças para prevenir, já que o Ministério da Saúde recomendou o uso de máscaras caseiras”, observou Sônia.
Conforme a presidente, uma professora faz os cortes no tecido no formato da máscara e uma coordenadora distribui o material nas casas das voluntárias e professoras, que costuram as peças.
Sônia afirmou que a prioridade do Fusstat nos últimos dias tem sido atender à área de saúde. Já no começo do ano, a entidade tinha como meta entregar 40 cortinas para a UPA (unidade de pronto atendimento) e 20 para a unidade básica de saúde da CDHU.
As cortinas começaram a ser produzidas nos centros de capacitação, nas aulas de corte e costura, e deveriam ser entregues no final de março.
Contudo, com as ações de enfrentamento à pandemia e que também resultaram na suspensão das atividades dos centros de capacitação, a produção acabou atrasando.
“Esse trabalho, normalmente, é feito durante as aulas de costura, com apoio das alunas e, com as máquinas industriais, já entra na parte prática. Agora, estão somente as professoras, mas acredito que entregamos as cortinas até a próxima semana”, comentou a presidente.
Segundo ela, ainda para a Saúde, nos próximos dias, as costureiras do Fusstat devem começar a produção de jalecos, a serem destinados às equipes que atuam no Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto” e na Santa Casa de Misericórdia.
“Temos diversas equipes na cidade, todas trabalhando de casa. Cada uma está incumbida com um trabalho diferente, mas todas com o mesmo propósito, que é ajudar a saúde do nosso município”, completou Sônia.
Além disso, com algumas adaptações e seguindo os decretos municipal e estadual que determinam a quarentena, o Fusstat continua em atividade também em outras áreas, reunindo as voluntárias, professoras e coordenadoras em novas atividades.
Mesmo com todos os centros de capacitação fechados desde meados de março, Sônia acentua que a entidade se mantém ativa, com as oficinas em “home office” e outras atividades diversas de forma online.
“A entidade não deixará de trabalhar durante a pandemia, nem de atender à população tatuiana. Iremos sair desta crise vitoriosos, pois sabemos que, além das doações, vamos estar presentes no dia a dia dos mais vulneráveis, executando o que mais sabemos fazer: distribuir amor!”, destacou a presidente.
Sônia informou que os participantes do projeto Envelhecer com Qualidade de Vida contam com atividades diárias de forma online, feitas ao vivo pelas redes sociais e em grupos de mensagens por aplicativo, com exercícios físicos e oficinas de artesanato.
Já as professoras dos cursos de culinária estão gravando receitas a serem divulgadas, posteriormente, no canal “Receitas Fusstat”, plataforma oficial da entidade – lançada em maio do ano passado para oferecer as aulas de forma remota.
“Vamos aproveitar o nosso canal no Youtube neste período e oferecer mais receitas. Talvez perca um pouco da qualidade de vídeo, serão imagens mais caseiras, mas a ideia é ensinar receitas e dar dicas. Assim, nós estamos levando as nossas atividades”, acrescentou Sônia.
Ela ainda pontuou outra atividade liderada pelo Fusstat em andamento: a campanha “Unidos pela Solidariedade – #EuEscolhoAjudar”. A iniciativa foi criada por solicitação da prefeita Maria José Vieira de Camargo e é inspirada no modelo dos projetos “Abrace a Santa Casa” e “Abrace Tatuí”.
A ação, desenvolvida em parceria com a prefeitura, por meio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, foi lançada na tarde de terça-feira da semana passada, 31 de março, e visa apoiar as famílias tatuianas afetadas economicamente pela pandemia do coronavírus.
De acordo com Sônia, a intenção é arrecadar cestas básicas, além de produtos de higiene e materiais de limpeza, para serem doados às famílias que podem ficar em situação de vulnerabilidade social.
A coordenação da nova campanha Unidos pela Solidariedade está a cargo da voluntária do Fusstat Alessandra Vieira de Camargo Teles – que já lidera o projeto Abrace a Santa Casa desde a criação da iniciativa.
A campanha e a arrecadação estão sendo promovidas por voluntários e pelo Fusstat, por meio da presidente e das conselheiras da entidade. Já a distribuição dos mantimentos é realizada por uma equipe técnica composta por assistentes sociais da secretaria.
Para participar do movimento solidário e “impedir uma crise humanitária” em consequência do coronavírus em Tatuí, basta entrar em contato com a equipe da campanha por meio do “Whats Solidário”: (15) 99604-0061.
A equipe agendará a retirada da doação e enviará as cestas para a STSC, para que, posteriormente, sejam distribuídas. As famílias interessadas em se cadastrar para receber os donativos devem entrar em contato pelo telefone da assistência social: (3259-6664).
“Todas as professoras, voluntárias, coordenadoras e conselheiras estão ajudando em diversas ações. Mesmo em casa, estão todas empenhadas em ajudar, e é assim que o Fusstat trabalha: no que precisar e se estiver ao nosso alcance, nós vamos ajudar”, concluiu a presidente.