O Fundo Social de Solidariedade de Tatuí tem objetivo de oferecer novos cursos de capacitação em 2019. É o que antecipou a presidente da entidade, Sônia Maria Ribeiro da Silva, a O Progresso. Ela também anunciou novidades para o primeiro semestre e fez um balanço das atividades promovidas ao longo de 2018.
Conforme a presidente, o Fusstat capacitou, no ano passado, mais de 800 pessoas. Também atendeu a 200 idosos pelo projeto Envelhecer com Qualidade de Vida, que tem atividades no Parque Municipal Ecológico “Maria Tuca”.
Sônia revelou que a entidade está discutindo novos projetos para o ano que vem. Uma das metas é aumentar a grade de capacitações voltada aos jovens de 13 a 16 anos.
A intenção é manter o “Brincando com as Panelas”, realizado no Jardim Santa Rita de Cássia no ano passado, e o “Recicla Vida”, promovido no Jardim Gonzaga, além de inserir outras aulas. Os projetos são destinados aos adolescentes que ficam sem atividades fora do período escolar.
“São dois cursos que deram muito certo. Quando acabou, os participantes começaram até a pedir para fazer novamente. Como não podem repetir – para dar oportunidade a novos alunos -, agora, eles querem que criem novos projetos”, afirmou.
A presidente ressaltou que deve continuar a parceria com o DMJ (Departamento Municipal de Juventude). O órgão, vinculado à Secretaria Municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, oferecerá os cursos de massas e hamburgueria no primeiro semestre.
As aulas estão previstas para começarem em fevereiro, na Cozinha Solidária, na vila Esperança. Sônia destacou que pretende buscar parcerias com empresas para manter uma grande variedade de cursos de qualificação profissional voltada à inserção no mercado de trabalho.
“Queremos direcionar as aulas às pessoas desempregadas e de baixa renda, para que elas saiam de lá prontas para trabalhar”, comentou.
No ano passado, em parceria com o Comitê de Investimento Social da BRF, 18 alunos participaram do “Aprendiz de Cozinheiro”, no centro de capacitação do Jardim Santa Rita de Cássia.
“Nós fornecemos o espaço e o professor e eles patrocinaram todo o material. Foram oito meses de curso, nos quais os alunos aprenderam de tudo, desde higiene de alimentos até preparação na linha de produção, tudo que eles teriam que fazer em uma firma”, pontuou.
Conforme a presidente, os participantes foram selecionados pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do bairro e, ao final do curso, mais de 30% saíram contratados pela BRF e por outras empresas do ramo de alimentação.
“Os alunos fizeram estágio dentro da empresa, e depois que o acabaram, a BRF contratou dois. Cinco ou seis foram para outras firmas e os outros estão fazendo comida para vender para fora. O resultado foi excelente”, enumerou.
Para 2019, o Fusstat pretende ampliar a parceria com a BRF, oferecendo curso de aprendiz de cozinheiro para outros bairros da cidade e, ainda, buscar parcerias com outras empresas de ramos diferentes, embora com um projeto de objetivo semelhante.
“Em reunião com as coordenadoras, estamos discutindo novos projetos neste sentido, para ir atrás de outros parceiros. Trabalhar com empresas dá mais segurança para o Fundo Social e ainda mais chances aos alunos de saírem de lá empregados. Vamos ver se a gente consegue, é uma das metas de 2019”, salientou.
Canal no Youtube
Visando atender a um público diferenciado, em horários distintos – fora do expediente normal das aulas –, o Fusstat deve lançar, em março, uma ferramenta online com um curso completo de culinária.
Sônia contou que usará a plataforma de vídeos do Youtube, em modo piloto, para disponibilizar, gratuitamente, as aulas e todas as receitas ensinadas nos centros de capacitação. Para a presidente, o canal na mídia social vai possibilitar maior acesso da população aos cursos do Fundo Social.
“Tem muitas pessoas que não podem fazer os cursos do Fusstat porque não temos aulas noturnas e estão trabalhando ou estudando nos horários dos cursos. Então, pensamos em fazer diversos vídeos com passo a passo das receitas, para todo mundo conseguir fazer”, contou.
Inicialmente, serão oferecidas aulas de culinária. Contudo, conforme a presidente, a ideia é gravar outros cursos para disponibilizá-los na rede, como uma forma de oferecer capacitação e dicas para captação de renda extra.
“Por enquanto, vamos começar com os cursos de culinária, que é o que mais as pessoas pedem, mas podemos ampliar. Muitos já aprenderam coisas com o Fusstat e estão trabalhando e ganhando dinheiro, é este o nosso objetivo”, reforçou.
O Fundo Social está em recesso até o final do mês de janeiro e volta às atividades a partir de fevereiro, com a abertura das inscrições dos cursos para o primeiro semestre. As aulas estão previstas para começarem na segunda quinzena do próximo mês.
Segundo Sônia, as capacitações realizadas no ano passado – panificação, costura e artesanatos, entre outros – serão mantidas em 2019, assim como o projeto “Boneco de Meia” e outras ações, como a Campanha do Agasalho e o “Natal Espetacular”.
A presidente ainda informou que poderá haver mais cursos de capacitação neste ano, se conseguir “contratar” novos voluntários. A única exigência é que os colaboradores possam ficar por período de três meses nas oficinas, cursos ou outras atividades.
“Nós dependemos muito de voluntários. Estou pensando em oferecer um curso de pedraria, mas ainda não encontramos professor. Até já temos um doador das pedras, mas preciso de pessoal para dar este curso. Estamos procurando”, assegurou.
Quem quiser se candidatar deve procurar o Fusstat. A entidade cadastra o interessado e, posteriormente, chama para uma entrevista. Segundo a presidente, pessoas que sabem ensinar a confecção de sabonetes, aromatizadores, entre outros processos artesanais, também são “bem-vindas”.
“Quando o voluntário começar a se doar, já vai sentir os benefícios de dar aulas no Fusstat. Ser feliz é muito bom, mas fazer os outros felizes é melhor ainda. É um dos melhores pagamentos que um voluntário pode ter. Acho que ele recebe muito com o carinho e reconhecimento das pessoas”, sublinhou.
A entidade conta, atualmente, com uma equipe de mais de cem pessoas, entre professores voluntários, conselheiros e funcionários que cuidam da limpeza e manutenção dos centros de capacitação, além dos atendentes e participantes do “Envelhecer com Qualidade de Vida”.
Fora o programa que atende aos idoso, o Fundo Social mantém oito unidades voltadas à qualificação e, neste ano, caminha para a conquista de um nono centro de capacitação. O espaço deverá atender à região da vila Dr. Laurindo.
O local ainda será definido. “Queremos um lugar que pegue toda a região da Dr. Laurindo e bairros vizinhos, mas ainda estamos procurando um prédio que seja bom e comporte bem os nossos alunos”, comentou Sônia.
Além disso, a entidade manteve, no ano passado, cursos de capacitação em barracões e salões improvisados para atender à população da região do distrito de Americana, do Congonhal e do bairro dos Mirandas.
“Levamos cursos em sedes improvisadas, igrejas, barrocões, para conseguir expandir nossa área de abrangência. É como se o Fundo Social fosse uma empresa, que, embora não tenha fins lucrativos, tem o compromisso de atender bem e cada vez melhor toda a população”, concluiu.