Fundo Social soma 700 capacitados e ‘encosta’ em atendimento de 2013





Arquivo O Progresso

Bazar do Dia das Mães integra ações promovidas pela entidade ao longo dos seis meses deste ano

 

Sob nova presidência desde janeiro do ano passado, o Fundo Social de Solidariedade tem ampliado seu campo de atuação. O crescimento começou com as áreas de capacitação – que se somam às formações ligadas à construção civil, como recentemente – e chegou ao número de atendimentos.

Nos seis primeiros meses deste ano, o órgão somou 700 pessoas capacitadas. Se somados aos projetos e ações sociais, os números se aproximam do total de atendimentos (somente em capacitação) registrados em 2013. No ano passado, o fundo social capacitou 1.500 pessoas. Até junho, a quantidade de pessoas atendidas pelos cursos e programas chegou a 1.025.

A informação é da primeira-dama e presidente, Ana Paula Cury Fiuza Coelho. Em balanço das atividades da entidade, ela detalhou as ações promovidas no município e comemorou a mudança no perfil dos capacitados.

Ana Paula também falou sobre a consolidação de uma “rede de inter-relacionamento” entre o Fundo Social, os formandos e potenciais empregadores. De acordo com ela, a entidade conseguiu estabelecer uma relação direta entre os alunos concluintes dos cursos de capacitação e empresários, profissionais liberais e pessoas em geral que estejam em busca de mão de obra.

De janeiro a junho deste ano, o Fundo Social formou 700 pessoas somente nos cursos de culinária e de artesanato, babá, acompanhante de idoso (cuidador) e do Polo da Construção Civil. A formatura da primeira turma desse último – 42 alunos – aconteceu na noite de terça-feira, 15, no Centro Cultural Municipal.

A culinária somou 300 capacitações nos curso de docinho, tortas, bolos, salgadinhos e panificação. Mais 20 pessoas se formaram no chamado “curso itinerante”, levado para bairros distantes ou que não possuam centros de capacitação.

Outras 56 foram capacitadas por meio de parceria com empresa particular. Elas frequentaram o curso de ovos de Páscoa e confecção de tortas, recebendo treinamento viabilizado gratuitamente a partir de patrocínio da Mavalério.

Também nos seis primeiros meses do ano, a entidade atendeu 250 gestantes com enxovais. A ajuda é promovida por meio de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e implica na realização de pré-natal e em as grávidas receberem acompanhamento profissional durante todo o período da gravidez. “É como se fosse um prêmio para elas”, comentou a primeira-dama.

Os cursos de artesanato (bordados, pintura em tecidos, tricô à máquina e artesanatos em geral) somaram 250 formandos. Mais 17 mulheres frequentaram o curso de babá e 15 pessoas se capacitaram como cuidadores de idosos.

A amplitude do Fundo Social se dá quando os dados são acrescidos dos atendimentos realizados por meio dos projetos. O “Melhor Idade”, por exemplo, contempla o ano todo 180 idosos. Já o “Brinquedo Bus” – o ônibus de brinquedo itinerante – atendeu 2.000 crianças em atividades nos seis meses.

Por meio de ação social, a entidade beneficiou, ainda, 75 famílias. Elas foram atendidas pelo programa de empréstimo de equipamentos (reportagem nesta edição).

O Fundo Social registrou, também, eventos como o Bazar do Dia das Mães, “Dia da Mulher”, “Feira do Tricô” e “Feira do Doce”. Também promoveu duas campanhas.

A primeira é o S. O. S. Itaoca, realizada para angariar produtos (água potável e tijolos) destinados para reconstrução da cidade atingida por temporal em janeiro deste ano. No dia 12 daquele mês, as chuvas deram origem a uma forte enxurrada que provocou danos materiais e provocou mortes em Itaoca.

Como segunda campanha, o Fundo Social promoveu a arrecadação de agasalhos. A iniciativa rendeu 88.2476 peças, sendo 13.066 incineradas e 75.180 distribuídas.

Apesar de considerável, Ana Paula afirmou que o número de pessoas atendidas pela entidade seria ainda maior não fosse a Copa do Mundo e os feriados. “Nós tivemos de dar uma reformulada nos projetos. Entretanto, conseguimos algumas coisas diferentes, como a parceria com uma empresa”, disse.

Segundo a presidente do Fundo Social, o acordo beneficiou tanto a entidade como a Mavalério. Após entendimentos, o órgão estabeleceu que cederia espaço para professores da empresa ministrarem cursos com produtos dela.

“Eles davam curso de um dia. Foi então que conseguimos o de ovo de Páscoa e de tortas. A partir da parceria, nós vamos trazer, sempre, novidades”, disse.

Ana Paula relatou que a cooperação possibilitou uma espécie de especialização para os que estavam concluindo o curso de culinária e mesmo os que já haviam se formado. Desta forma, os alunos “ampliaram o leque de produtos”.

“No curso de torta, o enfoque maior ficou com a decoração. Como nós só ensinamos o básico, para eles, esse curso novo é quase uma ‘pós-graduação’, especialmente, para quem vende e comercializa produtos”, declarou.

A meta de expansão das ações realizadas no ano passado com relação a este ano incluiu a adição do curso de babá e cuidador de idoso. Também houve reestruturação das capacitações de domésticas e diaristas. “Nós criamos as formações para aumentar o público. O de cuidador de idoso é muito interessante, porque os formandos já estão saindo com emprego”, relatou a primeira-dama.

Ana Paula explicou que, com esses cursos, o Fundo Social passou a ser um gerador de empregos. Conforme ela, muitas pessoas vão até a entidade à procura de trabalhadores. Este é o caso dos cursos de babá, doméstica e cuidador de idoso.

“Está havendo uma troca. Estamos sendo lembrados e eu acho isso muito importante. Aliás, essa era uma preocupação minha. As pessoas já estão associando o Fundo Social como um gerador de mão de obra”, divulgou a primeira-dama.

Por enquanto, a entidade não tem um estatístico do número de pessoas encaminhadas a trabalho que conseguiram o posto. Ana Paula afirmou que esta é a próxima meta da equipe. “Eu cobro muito isso. Esta é uma coisa que me incomoda. Eu gostaria de ter esses dados, mas tenho testemunhos”, comentou.

A “alta empregabilidade” dos cursos oferecidos pela entidade no município é verificada pela procura junto à equipe do Fundo Social. Paola de Campos, por exemplo, afirmou que “é muito assediada” por pessoas a procura de formandos. Ela é coordenadora do curso de cuidador de idoso e do projeto “Melhor Idade”.

“É batata. Pelo menos três vezes por mês as pessoas me ligam para que eu passe uma lista. Eu tenho no computador os nomes das alunas e os repasso para quem vai fazer uma entrevista”, relatou.

A coordenadora explicou que mesmo sem o retorno “positivo” de quem oferece vaga, os indicados sempre conseguem obter alguma colocação. Conforme ela, muitos deles mantêm contato por meio de rede social para agradecer o apoio.

Paola também disse que a formação auxilia não só a população, mas o Executivo. Tatuí está prestes a abrigar o Centro Dia e o Centro de Convivência do Idoso.

“Quando esses dois equipamentos já estiverem prontos, vamos ter que fazer um concurso para contratação de cuidador. Então, é muito bom podermos formar pessoas que, futuramente, estarão trabalhando com o público idoso”, falou.

Estímulo à independência

Conforme a primeira-dama, a aposta do Fundo Social na capacitação é um trabalho que se inicia nas inscrições, passa pelas capacitações e ganha corpo em eventos de repercussão. Entre eles, a Festa do Doce, com segunda edição neste final de semana.

O evento realizado na Praça da Matriz representa um dos diversos momentos nos quais a entidade faz não só venda de produtos, mas divulga os cursos que são oferecidos. Como no ano passado, em 2014, o Fundo Social mantém um estande para comercialização de produtos da padaria artesanal.

“Vamos vender o nosso carro-chefe, que são os beliscões, amanteigados, bolo indiano, bolo de maçã e maçã do amor. É um pouquinho de cada coisa”, disse.

Os produtos foram produzidos pelos professores e funcionários dos centros de capacitação. A equipe atua nos três dias, com apoio de voluntários. Toda a arrecadação será revertida para o próprio Fundo Social. “Nós temos algumas metas que queremos cumprir e vamos usar o dinheiro nisso”, contou Ana Paula.

De acordo com ela, o objetivo do estande é incentivar as formandas a também participarem de novas edições do evento. “Uma funcionária me disse que vamos ter concorrência neste ano. Eu achei ótimo. É o que eu quero, que os capacitados estejam lá (na festa) e ganhem dinheiro”, adicionou.

Também por essa razão, o Fundo Social apostou no Polo da Construção Civil. De modo a diversificar a capacitação, a presidente da entidade afirmou que passou a oferecer curso de pedreiro, encanador e assentador de pisos e azulejos.

Segundo Ana Paula, as capacitações ampliam as possibilidades de trabalho dos participantes. Consequentemente, há um crescimento na renda das famílias. “Além disso, existe o fato de que, na construção civil, falta muita mão de obra”, citou.

Mais mudanças ocorreram também na dinâmica de trabalho da equipe do Fundo Social. Na Campanha do Agasalho deste ano, por exemplo, Ana Paula alterou o espaço no qual as peças ficavam armazenadas, eram separadas e entregues para as entidades assistidas.

A intenção foi facilitar o trabalho da equipe que atuou na separação das peças inservíveis. Até então, o trabalho acontecia no Polo da Assistência Social, no Vale da Lua, vinculado ao Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

“Nós achamos mais fácil proceder dessa maneira, porque onde estava o funcionário tinha de deixar o trabalho para atender à campanha. Com essa mudança, atendemos muito mais pessoas do que anteriormente”, disse Ana Paula.

Para o segundo semestre deste ano, a presidente do Fundo Social programa o “Casamento Comunitário”. A edição de 2014 acontece na noite do próximo sábado, 26, na Concha Acústica Municipal “Maestro Spártacco Rossi”.

As provas dos vestidos das noivas para ajustes na cintura e na barra terminaram na quarta-feira, 16. O evento ecumênico tem início programado para as 19h30.