Funcionários do INSS podem aderir a greve no 2º semestre





Sinsprev

Servidores da agência do INSS de Tatuí suspenderam os serviços durante todo o dia 15

 

Trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Tatuí e de outras cidades do Estado de São Paulo podem entrar em greve no segundo semestre, após a realização dos jogos da Copa do Mundo.

Na quinta-feira, 15, os servidores da agência do município paralisaram as atividades durante todo o dia e distribuíram uma “carta-aberta à população”, para explicar quais as reivindicações da categoria e o motivo do não funcionamento naquele dia.

No documento, consta que os trabalhadores estão mobilizados para “denunciar as precárias condições de trabalho a que são submetidos todos os dias, não apenas os servidores, mas também os segurados que procuram diariamente as agências”.

Na carta, o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev) informa que o número de funcionários para atender às pessoas é pequeno e que o governo “ameaça aumentar a jornada de trabalho, ao invés de contratar mais servidores”.

A paralisação na agência de Tatuí atingiu 80% dos funcionários e fez parte do Dia Nacional de Lutas e Paralisações, promovido por diversas centrais sindicais do país.

De acordo com o diretor regional do sindicato, Marcelo Gomes Santana, a mobilização de um dia foi um alerta para que o governo federal atenda as demandas dos servidores.

Ainda não há novas paralisações previstas na cidade, mas o diretor regional reforça que a suspensão dos serviços nas agências e até mesmo uma greve geral não estão descartadas.

“Estão sendo realizadas rodadas de negociações em Brasília, mas, por enquanto, não temos nada de concreto. Antes de afirmarmos que entraremos em greve, é preciso realizar assembleias e levar a discussão para a categoria, pois são os servidores que decidem”.

Santana informa que, também, não há assembleias agendadas no Estado, já que “tudo” vai depender do resultado das negociações com o governo federal. “Provavelmente, essas decisões serão tomadas após a Copa”.

Entre as reivindicações dos trabalhadores do INSS, estão: incorporação de gratificações aos salários, paridade salarial entre os funcionários ativos e aposentados, plano de carreira, regulamentação da jornada de 30 horas de trabalho, concurso público para repor o quadro de funcionários e melhores condições de trabalho.

O diretor regional do Sinsprev relata que, atualmente, 70% dos vencimentos dos servidores são referentes às gratificações adquiridas ao longo da carreira e que, no momento da aposentadoria, eles perdem esse direito, com queda de pelo menos 50% no valor do salário.

A assessoria de imprensa do INSS informou, por meio de nota, que mantém reuniões frequentes com as entidades de classe para negociar as reivindicações.