Carlos Serrão
Professores, auxiliares docentes e funcionários administrativos das Etecs (Escolas Técnicas) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia) do Centro Paula Souza, em todo o estado de São Paulo, anunciaram uma greve geral desde o dia 8 de agosto, por tempo indeterminado. O movimento atinge, em Tatuí, a Fatec “Prof. Wilson Roberto Ribeiro de Camargo” e a Etec “Sales Gomes”. As informações são do Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza).
O Centro Paula Souza, no entanto, informa que, até as 14h desta terça, 8, identificou que aproximadamente 18% dos professores de Etecs e das Fatecs com aulas no período da manhã aderiram à paralisação.
“É importante destacar que em apenas seis das 224 Etecs, o equivalente a menos de 3%, houve paralisação total, fazendo com que esses estudantes não tivessem atividades no período matutino. Nenhuma Fatec interrompeu as atividades pedagógicas”, garantiu a instituição.
São quatro as reivindicações do movimento: pagamento imediato do “bônus resultado”, o qual, segundo o Sinteps, é pago normalmente em datas definidas aleatoriamente pelo governo do Estado.
Os manifestantes pedem ainda reajuste salarial. Segundo o sindicato, o índice de 6% anunciado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o funcionalismo “sequer cobre as perdas da inflação”. O movimento reivindica 53,23%.
“Há anos estamos reivindicando a revisão da nossa carreira, que foi implantada em 2014 e que deixou para trás muitos direitos importantes. Queremos que a superintendência do Centro Paula Souza e o governo estadual negociem as reformas desejadas pelos trabalhadores e as aprovem o quanto antes”, diz carta aberta do Sinteps endereçada à comunidade.
“Elas dizem respeito à nossa valorização como profissionais e a melhores condições de trabalho para todos. Também reivindicamos contratações urgentes, de funcionários e docentes, para suprir as necessidades das nossas Etecs e Fatecs”, continua o documento.
Por fim, os grevistas não querem a implantação do ensino técnico na rede estadual de ensino, anunciada pelo secretário de Educação do estado, Renato Feder, para 2024. Segundo o sindicato, além de ineficaz, “por não haver recursos humanos preparados e estrutura adequada”, a medida esvaziaria o Centro Paula Souza como referência no ensino tecnológico no estado de São Paulo.
Em nota, o Centro Paula Souza informou que “trabalha para valorizar os servidores da instituição”, e que a Bonificação por Resultados (BR), referente ao ano de 2022, por exemplo, já foi publicada no Diário Oficial do Estado e será paga até outubro, podendo ser antecipada para setembro.
“A atual gestão, já em seu primeiro ano de governo, concedeu um reajuste acima da inflação para os servidores públicos”, também assegurou a assessoria de imprensa.
Ainda de acordo com o CPS, o estudo para o novo Plano de Carreiras dos servidores “está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho”. A proposta do novo plano de carreira, continua a nota, será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas.
“O investimento nas Etecs e Fatecs para ampliar as oportunidades de acesso à formação profissional gratuita em São Paulo é compromisso da atual gestão. A instituição adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados”, encerra a nota.